sábado, 14 de novembro de 2015

Obama: ‘Ataque a toda a Humanidade’

• Presidente americano repudia atentados em Paris e diz que países continuam ‘juntos na luta contra terror’

Henrique Gomes Batista - O Globo

-WASHINGTON- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um pronunciamento nessa sexta-feira para condenar os ataques terroristas de Paris. Ele afirmou que não é um ataque apenas a um povo francês, mas toda a Humanidade, demonstrou sua solidariedade e ofereceu toda ajuda necessária a França, que ele classificou com um aliado fiel.

— Este é um ataque não apenas em Paris, é um ataque não apenas sobre o povo da França, mas este é um ataque a toda a humanidade e os valores universais que compartilhamos — disse Obama.
Ele afirmou que o país está preparado para prestar qualquer assistência. Obama afirmou ainda que luta com todos que combatem o terrorismo e o extremismo.

— Paris em si representa os valores eternos do progresso humano. Aqueles que pensam que eles podem aterrorizar o povo da França ou os valores que eles representam estão erradas. O povo americano tirar força do compromisso do povo francês à vida, à liberdade, à busca da felicidade. E esses valores vão aguentar muito além de qualquer ato de terrorismo ou a visão de ódio daqueles que perpetraram os crimes desta noite.

O presidente Barack Obama disse ainda que não sabe de todos detalhes do que ocorreu em Paris e que decidiu não ligar para o presente francês por entender que ele deve estar muito ocupado com a situação crítica.

— Acredito que esteja muito ocupado, envolvido com os acontecimentos. Por coincidência, conversei com ele mais cedo hoje ( ontem). Falávamos sobre as preparações para a reunião do G20. Mas acredito que estaremos em contato nos próximos dias e faremos ações coordenadas caso eles (os franceses) entendam que isso possa ajudar de alguma forma — disse Obama, referindo-se à reunião das 20 maiores economias do mundo em Antalya, na Turquia, nos dias 15 e 16 de novembro.

O presidente americano evitou a todo custo especular sobre que grupos teriam sido autores dos atentados.

— Estou seguro de que nos próximos dias teremos informações mais precisas. Estou certo de que, enquanto falamos, há acontecimentos perigosos se desenvolvendo. Estamos recebendo informações das autoridades francesas e, neste ponto, não quero especular sobre quem seria o responsável por isto — encerrou.

Na manhã de ontem, antes dos ataques em Paris, uma entrevista de Obama, gravada na última quinta- feira, foi levada ao ar pela rede de T V americana ABC. Nela, o presidente dos Estados Unidos afirmara não entender que o Estado Islâmico estivesse “ganhando força”.

— Nosso objetivo, num primeiro momento, foi contê-los. E acredito que conseguimos. O Estado Islâmico não ganhou terreno no Iraque ou na Síria — declarou. A onda de ataques em Paris mobilizou chefes de estado em todo o mundo. No Brasil, a presidente Dilma Rousseff usou o Twitter para se pronunciar. Ela disse estar “consternada pela barbárie terrorista”, e expressou “repúdio à violência”, manifestando “solidariedade ao povo e ao governo francês”. No início da tarde, Dilma embarcou para a Turquia para participar da reunião do G20.

Já a chanceler alemã Angela Merkel divulgou um comunicado afirmando estar “profundamente chocada com as notícias e imagens de Paris”. O comunicado de Merkel prosseguia afirmando que “neste momento, todos os meus pensamentos estão com as vítimas destes aparentes ataques terroristas, com suas famílias e com todos os moradores de Paris”.

Europa reage em choque
Assim como Dilma Rousseff, o primeiro-ministro britânico David Cameron usou o Twitter para se pronunciar: “Estou chocado com os acontecimentos desta noite em Paris. Todos os nossos pensamentos e orações vão para os franceses. Faremos tudo o que pudermos para ajudálos”, afirmou o premier.

A declaração contrastou muito com a celebração de Cameron mais cedo, quando houve o anúncio de que forças americanas haviam abatido o britânico conhecido como “Jihadi John”, que se juntara ao Estado Islâmico.

Chocada, a Europa reagia tanto nos gabinetes quanto nas ruas. Ontem, o ministério do Interior da Espanha estudava elevar o nível de alerta depois dos ocorridos na França. O país ibérico, que também é considerado um dos alvos do terrorismo ao lado de França e Estados Unidos, entrou em contato com as autoridades francesas para desenvolver uma estratégia de reação.

Uma reunião de avaliação de risco será realizada hoje e pode passar do nível 4 — alcançado depois dos atentados ocorridos em junho na França, na Tunísia, no Kuwait e na Somália — para o 5, o mais alto dentro da classificação. O governo de Portugal também externou enorme preocupação, uma vez que Paris detém a maior colônia portuguesa em países europeus.

Ao mesmo tempo, em Berlim, multidões faziam vigílias noturnas em solidariedade às vítimas francesas.

Na América do Sul também houve manifestações de solidariedade. Pouco antes da partida entre Argentina e Brasil, adiada para ontem e disputada no estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, um minuto de silêncio pelas vítimas dos atentados foi observado por ambas as equipes antes do apito inicial. ( Com agências internacionais)

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