sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Marta defende impeachment de Dilma e diz que São Paulo é 'anti-PT'

Por Cristiane Agostine – Valor Econômico

SÃO PAULO - Ex-ministra dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, a senadora e pré-candidata do PMDB à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, defendeu ontem o impeachment da presidente. Ex-petista, Marta disse ser anti-PT e acusou o partido ao qual foi filiada de receber recursos públicos em esquemas de corrupção. Ao dar uma palestra na Casa do Saber, na noite de ontem, em São Paulo, a senadora atacou ainda o prefeito e candidato à reeleição, Fernando Haddad (PT), como o pior prefeito que a cidade já teve.

"Impeachment não é golpe", disse Marta, afirmando em seguida que a presidente Dilma desrespeitou a Lei de Responsabilidade Fiscal com a chamada pedalada fiscal. A ex-petista afirmou que defenderá a saída da presidente do cargo se o processo chegar ao Senado.

Ao explicar o motivo de ser anti-PT, Marta disse que ficou muito decepcionada com a legenda que ajudou a construir depois de escândalos como o mensalão e o petrolão. "Quando você começa a perceber é um sentimento de negação. Depois foi ficando uma percepção muito forte. Não era coisa só como mensalão. Mudou a configuração quando entrou na Lava-Jato", disse, referindo-se às denúncias de desvio de recursos da Petrobras envolvendo petistas e integrantes de outros partidos.

Marta desconversou sobre a contradição de ir para o PMDB, partido que também é investigado na Lava-jato, e disse que não tem "nada a ver" com as denúncias.

A senadora e ex-prefeita afirmou que a disputa pela prefeitura paulistana deve ser marcada por questões nacionais e disse que hoje está junto com aqueles que repudiam o PT. "A cidade de São Paulo é anti-PT e sou anti-PT hoje", afirmou. "Se o prefeito estivesse fazendo uma boa gestão, teria mais chances de ser reeleito independentemente do partido", disse Marta. E aproveitou para criticar seu adversário na eleição deste ano: "Haddad é o pior prefeito que a cidade já teve."

Marta disse querer "distância" do partido ao qual foi filiada e por isso prefere apoiar o PSDB ao PT na disputa municipal.

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