segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Mercado prevê 2016 com queda do PIB de 2,9% e inflação de 6,8%

Na última pesquisa de 2015, analistas pioram previsão para o PIB de 2016

• Focus indica que economia recuará 2,95%; expectativa de inflação sobe

Por Andrea Freitas – O Globo

RIO - O último relatório Focus de 2015, com data do dia 31 e divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC), mostra mais uma piora nas expectativas para o desempenho da atividade econômica e da inflação este ano.

A queda prevista para o PIB se intensificou pela 13ª semana seguida, passando de 2,81% para 2,95%, encostando na casa dos 3%. A pesquisa com analistas do mercado financeiro também piorou levemente a previsão para o PIB de 2015, que passou de um recuo de 3,70% para 3,71%.

Já a previsão para o IPCA foi mantida em 10,72% em 2015. A inflação oficial do ano passado será divulgada na sexta-feira pelo IBGE. Para 2016, houve uma alta de 0,01 ponto percentual na previsão, que chegou aos 6,87%. O resultado previsto para este ano é superior ao teto da meta do governo, que é de 6,5%.

A Selic para este ano foi mantida inalterada frente ao relatório da semana anterior. A expectativa do mercado é que a taxa básica de juros termine 2016 em 15,25% — um ponto percentual acima dos atuais 14,25% determinados pelo BC.

Relatório da Gradual Investimentos também divulgado hoje indica que os recentes reajustes no valor dos transportes públicos, somados à alta do salário mínimo, que passou a R$ 880, e ao conjunto de desafios climáticos, os o conjunto dos preços não vai ceder no início deste ano como previamente esperado.

“Sendo assim os juros reais não devem aumentar e — ato contínuo — os modelos da Autoridade Monetária não vão apontar convergência da inflação à meta no horizonte relevante. Mais que isso: a persistente desancoragem do IPCA em relação à meta de 2017 sugere que o BC deve agir já na reunião de janeiro. Na verdade no último mês houve uma piora sistemática das inflações projetadas pra 2017 até pelo menos 2019”, afirma André Perfeito, economista-chefe da Gradual.

Como os dados do Focus foram coletados no último dia do ano, a previsão para o dólar de 2015 já não constou do relatório. A moeda americana fechou o ano cotada a R$ 3,95, acumulando alta de 48,4% no ano. Para este ano, a expectativa foi elevada em um centavo, para R$ 4,20.

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