terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Apesar de acumular dívida de R$ 1,5 bilhão, saúde ainda terá corte de 7%

• Medidas de economia incluem fim de internações nas UPAs

- O Globo

Com um rombo de R$ 20 bilhões no orçamento deste ano, o governador Luiz Fernando Pezão não poupou nem a saúde nos cortes anunciados na última sexta-feira. A pasta perderá 7%, mas a Secretaria estadual de Saúde só deve anunciar as áreas que serão alvo do ajuste fiscal depois do carnaval. Ao todo, o contingenciamento feito por Pezão será de R$ 18,4 bilhões, de um total de R$ 79,9 bilhões.

Após acumular uma dívida na saúde de R$ 1,5 bilhão com fornecedores no ano passado, o governador tenta reduzir as despesas da pasta em 2016. Uma das medidas de austeridade provocou polêmica: o fim de internações nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A decisão foi criticada, porém mantida, pois vai gerar uma economia de R$ 700 milhões. E não é só. O governo também municipalizou os hospitais Rocha Faria, em Campo Grande, e Albert Schweitzer, em Realengo, o que deve representar uma redução de custo de mais R$ 500 milhões.

Atendimentos suspensos
A falta de receitas na saúde levou a uma situação de caos no setor em dezembro, quando houve a suspensão do atendimento nos principais hospitais do Rio, como o Getulio Vargas, na Penha, o Hospital da Mulher, em São João de Meriti, e o Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. Até os transplantes chegaram a ser suspensos no Hospital São Francisco da Providência de Deus, na Tijuca.

Em meio a sucessivos episódios de colapso, o então secretário, Felipe Peixoto, deixou o cargo para disputar a prefeitura de Niterói. Ele foi substituído por Luiz Antonio Teixeira Junior, que assumiu a pasta com recursos liberados pelo governo federal e um empréstimo de R$ 100 milhões da prefeitura.

Apesar de as autoridades terem dito que a situação estava controlada, houve novos problemas no fim de janeiro, e o centro de diagnóstico Rio Imagem, no Centro, fechou.

O Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, passou a viver dias de penúria. O centro cirúrgico ficou 17 dias sem procedimentos eletivos, como resultado de uma soma de dificuldades: a ala ficou alagada após um temporal e faltou material. Além disso, funcionários terceirizados das áreas de segurança, limpeza e administração estavam com os salários atrasados. No auge da crise, a unidade começou a mandar para casa pacientes em estado menos grave, por não ter condições de mantê-los.

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