quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Oposição cria grupo pró- impeachment

A prisão do marqueteiro das campanhas da presidente Dilma, João Santana, levou partidos de oposição a criarem um comitê pelo impeachment, que organizará manifestações.

Oposição cria comitê pró- impeachment

• Ideia é arrecadar recursos para ações; ato do dia 13 terá apoio de partidos

Maria Lima e Isabel Braga - O Globo

- BRASÍLIA- Integrantes das cúpulas dos partidos de oposição na Câmara e Senado se reuniram ontem e traçaram estratégias de mobilização para pressionar parlamentares, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a agilizar decisões em relação ao rito do impeachment e à ação de impugnação do mandato da presidente Dilma Rousseff e do vice Michel Temer.

Pela primeira vez, a oposição passou a apoiar de forma unida as manifestações previstas para o próximo dia 13, e as lideranças prometem ir para a rua. Uma das iniciativas foi a criação de um comitê pró- impeachment, para organizar e arrecadar recursos para as ações de mobilização. O mote do grupo será: “Ou você vai, ou ela fica”.

Segundo o senador Aécio Neves, o movimento pró- impeachment não exclui a mobilização para que seja julgada a ação de impugnação dos mandatos de Dilma e Temer no TSE. Uma comitiva de parlamentares está pedindo audiência com a relatora do caso, ministra Maria Thereza, para reforçar o pedido de incluir nos autos os documentos que embasaram a prisão de João Santana, marqueteiro da campanha de Dilma em 2014.

— Nesse momento de profundo agravamento da crise que vem devastando o Brasil, tenho muita esperança que dia 13 haverá uma grande mobilização. Nosso compromisso é fazer reuniões semanais para traçar novas estratégias para dar um novo rumo ao Brasil, sem a presidente Dilma, que já mostrou incapacidade total de fazer o país retomar o crescimento — afirmou Aécio.

— Vamos todos para as ruas. Depois do dia 13 vamos começar a fazer eventos nas grandes e médias cidades como foi feito nas Diretas Já, para mobilizar a população que está atônita, sem saber o que fazer diante da crise — disse o líder tucano no Senado, Cássio Cunha Lima (PB).

Ao final do encontro na liderança do PSDB no Senado, Aécio divulgou uma nota assinada por ele e pelos presidentes de outros quatro partidos de oposição: Agripino Maia (DEM), Roberto Freire (PPS), Paulinho da Força (SD) e José Luis Pena (PV).

O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), diz que diante da crise econômica, o movimento incluirá entidades empresariais:

— De ontem para cá, depois da prisão do João Santana, mais de 200 mil pessoas confirmaram presença dia 13 no site do Vem Pra Rua ( um dos grupos que organiza o protesto). O povo vai inundar as ruas dessa vez.

Ofensiva no Supremo
Na Câmara, os integrantes da oposição decidiram também pedir que o Supremo Tribunal Federal acelere a votação dos embargos sobre o processo que questiona o rito do impeachment. Para os oposicionistas, embora o pedido trate do crime de responsabilidade de Dilma e se baseie nas chamadas “pedaladas fiscais” e na rejeição das contas de 2014 pelo Tribunal de Contas da União, as novas denúncias da Lava- Jato reforçam politicamente o processo na Câmara.

Nenhum comentário: