sexta-feira, 1 de abril de 2016

Em Lisboa, Aécio e Serra não poupam críticas a Dilma

• Em seminário, os senadores defenderam que o país não está sob a ameça de golpe

- O Globo

- LISBOA- Em Lisboa, durante o IV Seminário Luso- Brasileiro Faculdade de Direito de Lisboa, que aconteceu ontem sob forte protesto de manifestantes contra o impeachment do lado do fora da universidade, o senador Aécio Neves ( PSDB- MG) afirmou que o governo da presidente Dilma Rousseff perdeu sua legitimidade, pois criou uma ilusão de matriz econômica que não foi sustentada. Também participaram do evento os senadores José Serra ( PSDB- SP) e Jorge Viana ( PT- AC).

Em sua participação no seminário, Aécio afirmou que é necessário fazer uma reforma política no Brasil e que o governo deve ter legitimidade, governabilidade e legalidade. “Nenhum governo está imune à perda disso. Mas quando se perde a legalidade, devem existir meios para detectar se houve crime de responsabilidade”, disse.

O senador criticou a constituição brasileira, que isenta o presidente de atos de ilegalidade cometidos antes do mandato e disse que já apresentou uma proposta para alteração da lei nesse sentido.

Para Aécio, “não existe nada que se assemelhe a um golpe de Estado”.

— Nós, do PSDB, não somos beneficiários do impeachment. Mas, acontecendo esse processo, nós iremos ajudar a construir os caminhos para a governabilidade — afirmou.

Tempos difíceis
O senador reconheceu a importância do PT, mas disse que “um período na oposição fará bem” ao partido, acrescentando que qualquer que seja o desfecho desta crise, “teremos tempos difíceis pela frente”.

— Não conseguiremos sair dessa crise sem traumas, mas, hoje, o trauma maior será a permanência da presidente Dilma no poder — defendeu.

Durante a palestra que abriu o seminário, José Serra também falou sobre a crise política. Ele afirmou que nunca acreditou que Dilma conseguisse completar o seu segundo mandato: — Eu acredito que ela não se manterá. Serra defendeu a mudança do sistema político para o parlamentarismo. “No presidencialismo, mudança de governo é crise; no parlamentarismo, é solução”, disse. O senador afirmou que não concorda que não que não se deva fazer mudança em tempos de crise. “As mudanças são necessárias justamente nestes períodos". (Com o G1)

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