segunda-feira, 11 de abril de 2016

Marina defende Rede a favor do afastamento

• Ex-senadora e líder do partido afirmou, porém, que haverá liberdade de votação no plenário. Para ela, só o PT está unido

Altamiro Silva Junior – O Estado de S. Paulo

CHICAGO - A ex-senadora e líder da Rede Sustentabilidade, Marina Silva, defendeu anteontem que seu partido vote a favor do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Apesar disso, Marina afirmou que haverá liberdade de votação no plenário.

Em rápida entrevista a jornalistas antes de fazer palestra em Chicago (EUA), na noite de sábado, Marina Silva também pediu urgência ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que a chapa que elegeu a presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer seja cassada.

No início da semana, a candidata à Presidência derrotada na última eleição afirmou que o processo de impeachment “cumpre com a legalidade, mas não com a finalidade”. Para ela, a saída de Dilma e Temer via TSE “é o caminho ético”.

Naquela oportunidade, a Rede ainda não havia declarado um posicionamento sobre o processo de impedimento da presidente na Câmara. Hoje,a posição favorável ao impeachment foi oficializada por Marina.

Questionada sobre a divisão de seu partido para a votação do impeachment de Dilma, Marina disse que “talvez só o PT hoje esteja unido” e que o PSDB está completamente desunido. “Trabalhamos com um consenso progressivo”, disse ela.

A ex-senadora afirmou também que, no plenário da Câmara, a tendência é que a bancada seja liberada, mas ela, pessoalmente, defende o voto a favor do impeachment. “O meu entendimento é que o impeachment não se fabrica, ele se explicita do ponto de vista político.

Quanto mais ele se explicita, mais a necessidade de julgamento do TSE”, disse ela aos jornalistas. “A minha posição é que o partido decida pela admissibilidade do impeachment e pela liberação da bancada no voto no plenário”, afirmou.

Pesquisa. Questionada sobre a pesquisa do Datafolha para a corrida presidencial de 2018, que mostra Marina na liderança junto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-senadora disse que “pesquisas são registros do momento” e que “não fica ligada ”a esses levantamentos. “A gente está vivendo uma das piores crises do nosso país e eu acho que o mais importante é ficar atento ao que a população está dizendo em relação àquilo que ela não quer”, disse Marina. “E o que ela não quer é inflação alta, não quer essa corrupção, não quer juros altos, não quer a falta de perspectiva e de esperança. A sociedade está dizendo fartamente.”

Marina fez palestra em evento da Universidade de Chicago, que reuniu 300 pessoas e foi organizado pela Associação de Estudantes Brasileiros no Exterior (Brasa, na sigla em inglês). Ela falou da necessidade de combate à corrupção e de sustentabilidade.

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