domingo, 17 de abril de 2016

Petistas discutem nova eleição em caso de derrota

• Grupo entende que Temer não tem legitimidade para exercer o poder

Letícia Fernandes - O Globo

Um grupo de deputados do PT passou a defender que o partido trabalhe pela aprovação de uma Emenda à Constituição para convocar novas eleições, caso impeachment prevaleça no plenário. Na avaliação deles, a proposta faz sentido porque o vice-presidente Michel Temer não goza de popularidade e não teria legitimidade para exercer a função. Outros petistas, no entanto, não apostam nesta possibilidade.

O deputado Vicente Cândido (PT-SP), é um dos defensores proposta. E acredita, inclusive, que a PEC poderia ser aprovada rapidamente.

— Não é descartado isso. Porque se tira uma presidente com popularidade baixa e se bota Temer, também com popularidade baixa e sem legitimidade. É melhor fazer novas eleições diretas, a gente poderia resolver isso em dois meses com uma PEC — disse o parlamentar, que, no entanto, mantém o otimismo para a sessão.

— Mas acredito que a gente consiga ganhar e, a partir de segunda-feira, será um novo governo. Começaria uma nova fase, também com a vinda do Lula para o governo na quarta-feira (dia em que o STF poderá julgar a liminar que trata da posse do ex-presidente).

Outros petistas são mais confiantes de uma vitória do governo, esperam virar votos e minimizam a sugestão. Sob a condição do anonimato, disseram que esta é mais uma estratégia de discurso para atingir os defensores de Michel Temer, na tentativa de convencê-los de que o vice-presidente poderia durar pouco no poder.

O ministro Jaques Wagner, que chefia o gabinete de Dilma, chegou a se manifestar a favor de uma convocação de eleições presidenciais como uma alternativa para sair da crise. No entanto, auxiliares de Dilma afirmam que Wagner é uma voz isolada. Um interlocutor da presidente diz que a proposta poderia ser lançada, mas pareceria oportunista, por parte da petista, lançar tal solução somente após ter sido dada a largada para sua deposição.

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