sexta-feira, 20 de maio de 2016

PSDB defende legado de ex-presidente como modelo para superar crise

Por Fernando Taquari - Valor Econômico

SÃO PAULO - O PSDB aproveitou o programa de rádio e TV que foi ao ar ontem em cadeia nacional para defender o apoio da sigla ao governo de Michel Temer e apresentar o legado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) como modelo para o país superar o atual cenário de crise econômica.

Durante os dez minutos do programa, os tucanos exploram o quadro de recessão e aumento do desemprego. Escondido das campanhas do PSDB até a eleição de 2014, quando foi reabilitado pelo então candidato Aécio Neves, FHC desponta como a principal estrela da peça publicitária.


A um jovem que apresenta o programa, o tucano abre as portas de sua casa e faz uma defesa de sua gestão na Fazenda e na Presidência. "A situação na época era parecida e até pior do que hoje", disse o tucano ao relembrar a escalada da inflação e a desordem nas contas públicas.

Coordenador do Plano Real, FHC ressaltou que seu governo conseguiu controlar os preços, promoveu reformas e aprovou projetos importantes no Congresso. Como exemplo, citou a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

"O que é a lei? É a proibição de quem está no governo de se endividar e gastar além do que pode", explicou o tucano para acrescentar que a presidente afastada Dilma Rousseff "transgrediu" a lei e por isso houve o impeachment. "Ela violou essa lei, passou a gastar demais". Com tom otimista, FHC manifesta confiança na capacidade de o país se unir, "como fizemos no passado", "sem briguinha uns com os outros", para sair da crise.

Cotado para concorrer ao Planalto, Aécio usou o espaço para justificar o apoio a Temer. Segundo ele, o partido não pode virar as costas ao país neste momento. Por isso garantiu que os tucanos estão prontos para votar a favor das "medidas necessárias".

Outro presidenciável, o ministro das Relações Exteriores José Serra, concentrou sua fala na economia, ressaltando que as exportações são um caminho para aumentar a produção e gerar mais empregos. Já o governador Geraldo Alckmin (SP), que também aspira a Presidência, teve fala menor. Disse que a economia deve ser a prioridade do governo Temer.

A fim de fazer um contraponto ao governo Temer, que não mulheres e negros em ministérios, o PSDB incluiu a desembargadora Luislinda Valois, que diz que o jovem negro está desempregado e sendo exterminado. "Matam-se negros da juventude pobre da periferia como se mata frango".

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