domingo, 1 de maio de 2016

Tropa de choque de Dilma já faz planos para o futuro

• Wagner deve voltar para a Bahia, onde assumirá cargo no governo estadual; Edinho pensa em disputar prefeitura

Catarina Alencastro - O Globo

BRASÍLIA - Com o afastamento iminente de Dilma, Jaques Wagner já pensa em assumir cargo público na Bahia; Edinho Silva planeja disputar prefeitura em São Paulo. Abertamente, ninguém fala sobre o que vai fazer a partir do momento em que a presidente Dilma Rousseff for afastada do cargo, o que é dado como certo dentro do governo. Seus principais auxiliares, que têm se reunido diariamente com a petista, guardam a sete chaves seus destinos. Mas os ministros mais próximos já preparam seus projetos para a quarentena de seis meses, período em que estarão impossibilitados de assumir funções que conflitem com o serviço que prestaram no governo

Jaques Wagner (chefia de Gabinete) voltará para a Bahia, onde fez o sucessor no governo do estado, o petista Rui Costa. A avaliação de funcionários próximos a ele é que Wagner poderia vir a integrar formalmente o governo estadual, possivelmente com um cargo de secretário. Edinho Silva (Comunicação Social) voltará para Araraquara (SP), onde pretende se candidatar a prefeito, e quer ajudar a reorganizar o PT em São Paulo. Edinho já foi presidente estadual do partido e é muito próximo ao ex-presidente Lula. Tarefa semelhante no campo partidário deverá caber a Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), que deve focar na articulação junto aos sindicatos em São Paulo, sua origem política. Nos corredores do Planalto já se comenta que o presidente do PT, Rui Falcão, pode ser substituído por Jaques ou Berzoini.

O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, bastião de defesa de Dilma, também passará por uma quarentena. No seu entorno, assessores manifestam dúvida sobre a possibilidade de ele permanecer advogando para Dilma. Caso a Comissão de Ética Pública considere essa atividade irregular, ele deverá ajudá-la informalmente, durante o período sabático. Depois, deverá voltar a advogar.

Os petistas sabem que o desafio será a reestruturação do PT, de olho nas eleições de 2018. Anteontem, Berzoini esteve com sindicalistas na capital paulista para sentir a disposição desses movimentos em se engajar no movimento por novas eleições presidenciais e em atos contra o governo Temer nos meses em que Dilma estiver afastada.

Nenhum comentário: