sexta-feira, 29 de julho de 2016

Aécio ataca ‘traição’ de Lacerda

• Convenção do PSDB que lançou João Leite à PBH virou cobrança ao antigo aliado

Tâmara Teixeira, Fransciny Alves - O Tempo (MG)

O anúncio da escolha do deputado estadual João Leite como o pré-candidato do PSDB à Prefeitura de Belo Horizonte foi marcado por indiretas e alfinetadas do senador Aécio Neves e de demais tucanos ao prefeito Marcio Lacerda (PSB) e a seu pré-candidato, Paulo Brant (PSB). Falando em “lealdade”, Aécio Neves deixou claro que as escolhas feitas nestas eleições municipais terão reflexos em 2018 e que a decisão de romper a aliança entre PSDB e PSB não partiu dos tucanos.

O encontro do PSDB aconteceu no mesmo local das convenções dos aliados PP e DEM e com a presença de lideranças do PPS e do PTB, que também irão confirmar a adesão à chapa majoritária. A mesa composta pelo grupo deixou clara a intenção de isolar Lacerda e Paulo Brant.

“Estamos onde sempre estivemos. Apoiamos por duas vezes consecutivas o atual prefeito da cidade, que optou por outro caminho, que respeitamos”, disse Aécio Neves em entrevista, evitando falar o nome de Lacerda. Ele ainda usou palavras como “livre-arbítrio” para falar da antiga aliança e disse que política “não é uma ação solitária”.

Em seu discurso, no plenário na Assembleia Legislativa de Minas, foi mais enfático. “Não há nada mais relevante do que a lealdade aos companheiros, às ideias e aos caminhos escolhidos”. O senador Antonio Anastasia foi na mesma linha. “João Leite tem lealdade, palavras de carinho e mãos generosas que vão abraçar cada cidadão”.

Aécio ainda observou que as alianças deste ano terão repercussão em 2018, quando Lacerda pretende ser candidato ao Senado, e o próprio presidente nacional do PSDB deve tentar chegar à Presidência da República. “Conversamos muito (com Lacerda). Estou feliz em dizer que estou do lado dos mesmos companheiros com os quais iniciamos a nossa caminhada. Acredito que irá ter desdobramento com esse grupo para um projeto para 2018”, garantiu.

O pré-candidato João Leite disse que está entusiasmado. “Tenho alegria de ser candidato desse projeto, que é histórico. Vou entusiasmado para as ruas, subir os nossos morros, conversar com as pessoas e levar esse sonho que nosso campo político tem para a cidade”.

O presidente estadual do PP, Alberto Pinto Coelho, não quis polemizar sobre o rompimento com o PSB. “Caberá ao prefeito trabalhar em prol do seu candidato. É difícil fazer juízo de valor, cada um faz a sua análise e escolhe o seu caminho”.

O presidente municipal do DEM, Eduardo Benis, que é secretário de Desenvolvimento na gestão de Lacerda, evitou cravar o apoio ao PSDB. “Se não for possível caminhar no primeiro turno, temos que manter as pontes do diálogo para que no segundo possamos caminhar juntos”, afirmou.

Gastos. Sobre o fim do financiamento empresarial, o senador Aécio Neves afirmou que será uma campanha “franciscana”, em referência aos cortes de gastos que os candidatos terão que fazer.

Discurso enfatiza vida no futebol
O discurso dos tucanos deixou claro como o pré-candidato do PSDB, João Leite, usará seu passado de jogador de futebol na campanha. Ele foi goleiro do Atlético nas décadas de 70 e 80.

“Nunca entrei em campo para perder. Sempre estive pronto para fazer o melhor, sempre joguei para ganhar, respeitando os adversários, mas trabalhando para ganhar deles”, disse.

O senador Antonio Anastasia lembrou que o deputado estadual Gustavo Valadares sugeriu um mote para a campanha. “João Leite para prefeito é Belo Horizonte em boas mãos”, disse Anastasia.

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