sexta-feira, 29 de julho de 2016

Setor público vê déficit de R$ 10 bilhões e tem pior junho da história

Por Eduardo Campos – Valor Econômico

BRASÍLIA - O setor público consolidado encerrou em junho com um déficit primário de R$ 10,061 bilhões, pior resultado da série para meses de junho. Em junho do ano passado, o déficit tinha sido de R$ 9,323 bilhões.

Entre janeiro e junho, o déficit primário foi de R$ 23,776 bilhões, também pior resultado da série iniciada em 2001. No mesmo período do ano passado, houve um superávit de R$ 16,224 bilhões.

Em 12 meses, o governo geral registra um déficit de R$ 151,249 bilhões, ou o equivalente a 2,51% do Produto Interno Bruto (PIB), estável ante abril. O déficit primário fechou 2015 em 1,88% do PIB. O Banco Central (BC) revisou para cima sua estimativa de PIB, de R$ 6 trilhões para R$ 6,029 trilhões.

O resultado do mês reflete um déficit do governo central de R$ 10,224 bilhões e um superávit de R$ 162 milhões dos Estados, municípios e suas respectivas estatais.

A meta de déficit para o setor público consolidado para o ano é de R$ 163,942 bilhões, ou 2,64% do PIB. Para o governo central, a meta é de um déficit R$ 170,5 bilhões, ou 2,75% do PIB, e para os entes subnacionais a proposta é de superávit de R$ 6,554 bilhões, mas não deve ser cumprida, em função da renegociação de dívidas, nem compensada. A proposta inicial para o ano era de um superávit de R$ 30,5 bilhões, ou 0,5% do PIB, sendo R$ 24 bilhões do governo central.

No conceito nominal de resultado fiscal, que inclui os gastos com juros, houve déficit de R$ 32,174 bilhões em junho. Em junho de 2015, tinha sido registrado um déficit nominal de R$ 36,256 bilhões.

O resultado do mês considera uma conta de juros que totalizou R$ 22,113 bilhões e um déficit primário de R$ 10,061 bilhões. A conta de juros foi reduzida por um ganho com operações de swap cambial de R$ 22,737 bilhões. Em junho de 2015, o pagamento de juros tinha somado R$ 26,933 bilhões, sendo que os swaps abateram a conta em R$ 8,125 bilhões.

Em 12 meses, o déficit nominal totaliza R$ 600,476 bilhões, ou 9,96% do PIB, recuando dos 10,08% do PIB de maio. A conta de juros totaliza R$ 449,228 bilhões, ou 7,45% PIB. O ganho com swap cambial em 12 meses até junho é de R$ 13,141 bilhões. É esse ganho que explica a queda do déficit nominal apesar de déficit primários crescentes.

No primeiro semestre de 2016, o déficit nominal de R$ 197,087 bilhões decorre de um pagamento de juros de R$ 173,312 bilhões e de um déficit primário de R$ 23,776 bilhões. Um ano antes, houve superávit primário, de R$ 16,224 bilhões, sendo que a conta de juros consumia R$ 225,870 bilhões, o que resultava em déficit nominal de R$ 209,646 bilhões.

Os dados não incluem Petrobras e Eletrobras. Os bancos estatais também não entram na conta, pois as estatísticas se referem ao setor público não financeiro.

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