domingo, 16 de outubro de 2016

Partido avalia lançar nome próprio para presidente

• Jucá diz que decisão vai depender do desempenho do governo Temer

Maria Lima - O Globo

Se o presidente Michel Temer conseguir fazer a transição e reposicionar a economia até 2018, o PMDB tem esperança de construir candidatura própria à Presidência, o que não consegue desde 1994. O problema é que não há um nome claro na legenda. Apontado como uma das alternativas, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, saiu muito enfraquecido da eleição municipal. E o próprio Temer vem insistindo que não disputará a reeleição. Os aliados o consideram inviabilizado pela necessidade de garantir o apoio de partidos da base para aprovar as difíceis reformas.

Presidente do PMDB, Romero Jucá (RR) diz que o partido tem a tarefa de reconstruir a economia e que Temer cumprirá essa tarefa. Mas confirma que o PMDB deve sim ter candidato, e que isso vai depender do resultado da transição e da construção de nomes viáveis.

— Nos próximos dois anos, os partidos da base aliada são aliados. Mas em 2018 o natural é que, se formos vitoriosos, o PMDB tenha candidato. Mesmo com candidato próprio, não seremos adversários dos aliados de hoje, podemos ser concorrentes dentro do mesmo campo e do mesmo projeto político de modernizar a economia — diz Jucá.

O PMDB enfrenta o paradoxo de sair da eleição municipal como o maior partido em número de prefeitos e de ter uma enorme capilaridade em todo país, mas ser, ao mesmo tempo, a legenda que tem a maior rejeição. Nas duas vezes em que se aventurou com candidatos próprios ao Planalto — com Ulysses Guimarães, em 1989, e Orestes Quércia, em 1994— chegou ao fim da disputa com resultados pífios: um sétimo lugar com o primeiro e um quarto lugar com o segundo, atrás do folclórico Enéas Carneiro.

O governador licenciado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, diz que o partido com o maior número de prefeitos não pode deixar de ter candidato, nem que seja para não ganhar, para reafirmar o nome da legenda e aumentar o tamanho de bancadas de deputados e senadores.

— Time que não joga não tem torcida — diz Pezão.

Instado a citar três nomes que poderiam ser construídos como candidatos ao Planalto em 2018, Pezão de pronto fala no prefeito Eduardo Paes:

— Três nomes? Eduardo Paes; o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung… São nomes já testados que não ficam devendo a ninguém.

O governador minimiza a derrota sofrida pelo candidato de Paes, Pedro Paulo, na eleição municipal.

— Daqui a um ano o pessoal vai estar sentindo saudade do Paes, se não for antes — aposta Pezão.

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