segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Prévia vira pauta da sucessão no comando do PSDB

• Líderes tucanos defendem a eleição de uma nova cúpula no primeiro semestre de 2017 que aceite a consulta para a disputa ao Planalto

Ricardo Brito - O Estado de S. Paulo

/ BRASÍLIA - Embalados pelos resultados nas eleições municipais, governadores e dirigentes do PSDB defendem a eleição de uma nova cúpula partidária no primeiro semestre de 2017 que seja favorável à realização de prévias para a disputa ao Palácio do Planalto. Aliados dos governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin, do Paraná, Beto Richa, e de Goiás, Marconi Perillo, querem aumentar sua participação na direção do partido.

Tucanos consideram que o momento é propício para renovar o comando da legenda por duas razões principais: o atual presidente, senador Aécio Neves (MG), não pode disputar um novo mandato no comando da legenda e deixará o cargo em meados do próximo ano; os novos líderes partidários emergiram nas eleições municipais.

Oficialmente, dirigentes do PSDB afirmam que a discussão sobre prévias é prematura, porque antes no horizonte do partido estão a eleição dos novos líderes na Câmara e no Senado, a eventual indicação de um tucano para presidir a Câmara a partir de fevereiro de 2017 e as mudanças do comando da legenda em níveis municipal, estadual e federal.

Entre os líderes tucanos, a expectativa é de que o novo presidente do PSDB seja o condutor da escolha do presidenciável do partido em 2018.

A avaliação é de que Aécio defendeu a realização de prévias após o primeiro turno das eleições porque ainda tem o comando da direção partidária – ele se reelegeu em julho de 2015 apoiado por 99,34% dos filiados com direito a voto.

O atual presidente do PSDB, derrotado por Dilma Rousseff em 2014, articula um nome para continuar a dar as cartas no partido para a próxima disputa presidencial – o senador licenciado Cássio Cunha Lima (PB) é um dos aventados.

Após o expressivo resultado do PSDB em São Paulo e a inédita vitória em primeiro turno de João Doria na capital, o governador Geraldo Alckmin começou a se movimentar fora do Estado. A estratégia de se “nacionalizar”, segundo aliados, tem por objetivo angariar apoios para indicar o nome para o comando do partido no próximo ano ou, ao menos, um defensor das prévias para 2018. Alckmin perdeu a disputa presidencial contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006.

Richa e Perillo também querem se firmar como nomes nacionais. Em comum, Alckmin, Richa e Perillo caminham para o término do segundo mandato em suas gestões estaduais.

‘Natural’. Para o secretário-geral do PSDB, o deputado federal Silvio Torres (SP), a prévia é a última alternativa para decidir a candidatura do partido a presidente, que só será anunciada, avalia, no início de 2018.

“Qualquer governador de São Paulo já é um candidato natural a presidente”, afirmou Torres, aliado de Alckmin na direção atual tucana e que defende inicialmente uma solução negociada para o nome do partido ao Planalto.

O presidente do PSDB paranaense, o deputado estadual Ademar Traiano, defende um aumento da participação do comando do Estado na nova direção nacional e uma eventual realização de prévias partidárias para o candidato ao Planalto.

Corre também por fora, mas sem nenhum controle das máquinas partidárias estadual e municipal em São Paulo, o senador licenciado e ministro das Relações Exteriores, José Serra. Ele é sempre lembrado como um nome presidenciável – já perdeu as disputas em 2002, contra Lula, e em 2010, contra Dilma Rousseff.

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