sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Segundo turno deve ter poucas viradas

Por Fernando Torres - Valor Econômico

SÃO PAULO - O segundo turno tem tudo para ser um jogo positivo para os favoritos. Das 18 capitais onde 19 milhões de eleitores vão às urnas neste domingo, em apenas três o segundo colocado no primeiro turno aparece à frente nas pesquisas de opinião. E mesmo assim com margem apertada, o que significa que a possível virada pode não se confirmar. Este é o caso de Belo Horizonte, Curitiba e Belém.

Além disso, apenas em São Luís e em Aracaju o cenário ainda não estaria definido a favor do primeiro colocado no dia 2.
Em 2012, das 17 capitais onde a disputa foi para a segunda etapa, houve virada em sete.

A baixa probabilidade de haver virada não é diferente nas demais cidades onde deve haver segundo turno. Tendo como base as nove cidades (excluindo as capitais) para as quais houve divulgação de pesquisa do Ibope ou do Datafolha até quinta-feira (de um total de 36 onde haverá disputa), em todas elas o candidato que ficou em primeiro lugar na primeira etapa sustenta numericamente a liderança nas pesquisas. Em apenas duas delas - Joinville e Sorocaba - a disputa ainda se mostra dentro da margem de erro.

Nas 18 capitais, cinco dos sete prefeitos que disputam a reeleição devem se manter nos cargos, caso as últimas pesquisas de opinião se confirmem.

Rui Palmeira (PSDB), de Maceió, é o que aparece com maior folga na liderança, com mais de 65% dos votos válidos, conforme a última pesquisa do Ibope.

Com percentuais que variam entre 56% e 58%, também pelo critério de votos válidos, estão os atuais prefeitos Clécio Luis (Rede), de Macapá, Luciano Rezende (PPS), de Vitória, Arthur Virgílio Neto (PSDB), de Manaus, e Roberto Cláudio (PDT), de Fortaleza.

O prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PDT), que ficou em primeiro lugar no primeiro turno, com 46% dos votos válidos, vinha mostrando dificuldade para ganhar eleitores nesta segunda etapa, mas apareceu ontem pela primeira vez na pesquisa do Ibope, embora ainda matematicamente empatado com Eduardo Braide, do PMN, que ainda pode ser o protagonista de uma das poucas viradas nas capitais.

Já o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB), vive uma realidade diferente. Depois de ficar em primeiro com uma margem bastante apertada na etapa do dia 2 de outubro - 31,02% dos votos válidos, contra 29,5% do concorrente Edmilson Rodrigues (Psol) -, Coutinho ganhou força na disputa.

Se nas simulações de segundo turno feitas antes da primeira etapa de votação Edmilson aparecia como franco-favorito, com mais de 50% dos votos totais (e um percentual ainda maior dos válidos), a diferença diminuiu bastante na pesquisa do dia 13.

O atual prefeito apareceu com 43% dos votos totais e Edmilson com 46%, configurando empate técnico nessa disputa.

Belo Horizonte é outra capital em que o candidato que passou em segundo lugar pode vencer a disputa, mas o resultado ainda não está definido. Embora com percentuais diferentes, Alexandre Kalil (PHS) está numericamente à frente de João Leite (PSDB) nas pesquisas do Ibope e Datafolha. Mas em ambas existe empate técnico e não é possível, portanto, antecipar um vencedor.

Ainda no grupo das capitais onde pode haver virada, Ney Leprevost (PSD) se confirma como azarão em Curitiba. Depois de surpreender e tirar o atual prefeito Gustavo Fruet (PDT) do segundo turno, o candidato do PSD aparece numericamente à frente do rival Rafael Greca (PMN), embora com empate técnico no limite da margem de erro.

Ao lado de São Luís, Aracaju é outra capital em que o primeiro colocado no primeiro turno é líder nas pesquisas, mas ainda com vitória em risco. Edvaldo Nogueira (PCdoB) está à frente de Valadares Filho (PSB), mas com margem estreita, de 44% para 41%, segundo pesquisa do Ibope que possui margem de erro de quatro pontos percentuais.

Sem reeleição, mas confirmando o favoritismo do primeiro turno aparecem os candidatos Marcelo Crivella (PRB), no Rio, Geraldo Júlio (PSB), de Recife, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), de Porto Alegre, Gean Loureiro (PMDB), de Florianópolis, Marquinhos Trad (PSD), de Campo Grande, Emanuel Pinheiro (PMDB), de Cuiabá, e Dr. Hildon (PSDB), de Porto Velho.

Nas nove cidades (excluindo as capitais) para onde havia pesquisa, quatro dos cinco candidatos que disputam a reeleição devem se manter na prefeitura. São os casos de Bruno Siqueira (PMDB), de Juiz de Fora (MG), Lauro Michels (PV), de Diadema (SP), Rogério Lins (PTN), de Osasco (SP) e Udo Döhler (PMDB), de Joinville (SC), sendo que este último apresenta a vantagem mais apertada.

Outra característica que deve marcar este segundo turno é um alto índice de votos brancos e nulos. Tradicionalmente, o índice de votos em branco e nulos cai na comparação entre o primeiro e o segundo turno, quando muitos eleitores acabam escolhendo o "menos pior" para o cargo.

Mas as pesquisas apontam uma média de quase 12% de votos invalidados nas capitais com segundo turno (inferior à media de 13% do dia 2), ante índice de 6,9% visto em 2012 nas 17 capitais onde a disputa teve duas etapas.

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