quarta-feira, 23 de novembro de 2016

IPCA-15 fica em 0,26%, menor taxa para novembro desde 2007

• Alimentos puxam prévia da inflação para baixo. No ano, taxa é de 6,38%; em 12 meses, 7,64%

Andrea Freitas – O Globo

RIO - Prévia oficial da inflação, o IPCA-15 ficou em 0,26% em novembro, após registrar 0,19% em outubro. Apesar da aceleração, a taxa é a menor para o mês desde 2007, quando ficou em 0,23%, e foi puxada pela queda nos preços dos alimentos. Em novembro de 2015, os preços haviam variado 0,85%. No ano, o índice acumula 6,38% e, nos últimos 12 meses, de 7,64% — mostrando forte recuo ante os 8,27% registrados até outubro e a menor taxa nessa comparação desde fevereiro de 2015 (7,36%).

O resultado de novembro veio um pouco abaixo do esperado. Os analistas consultados pela Bloomberg, por exemplo, estimavam uma variação de 0,28% para o mês. Já a média de projeções de 24 consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data era de 0,29%.

Dos nove grupos pesquisados, cinco aceleraram a taxa e quatro frearam. Saúde e cuidados pessoais foi o que mais subiu na passagem de outubro para novembro, com variação de 0,68%. Já alimentação e bebidas e vestuário tiveram deflação de 0,06% e 0,03%, respectivamente.

O IBGE destacou que apesar de o grupo alimentação e bebidas ter recuado menos em novembro do que em outubro, quando registrou deflação de 0,25%, os preços de vários produtos ficaram mais baratos. O leite longa vida, por exemplo, ficou 10,52% mais barato, exercendo o maior impacto de baixa sobre a taxa do IPCA-15, de -0,12 ponto percentual. O feijão-carioca recuou 11,84%, o feijão-mulatinho caiu 7,82%, enquanto o tomate perdeu 6,61% e a cenoura, 4,31%.

Por outro lado, alguns itens registraram alta e pressionaram para cima a taxa em novembro. O destaque, segundo o IBGE, ficou com o açúcar cristal, que subiu 3,73%; pescados, que avançou 3,91%; batata-inglesa, alta de 3,26%; cerveja (2,36%) e carnes (1,43%).

ETANOL E MULTA EM ALTA
Entre os itens não alimentícios pesquisados pelo IBGE, o principal destaque de alta ficou com o etanol, cujo litro ficou 7,29% mais caro e teve a maior pressão de alta sobre o IPCA-15 de novembro, com 0,07 ponto percentual. O item multa, ressaltou o o IBGE, também se destacou, com alta de 23,72% no mês, devido ao reajuste médio de 53% em vigor desde o último dia 1º.

Os preços de seguro de carro (2,61%), plano de saúde (1,07%), empregado doméstico (0,87%), mão de obra para pequenos reparos (0,87%), artigos de higiene pessoal (0,87%), emplacamento e licença (0,80%), cabeleireiro (0,67%) e gasolina (0,59%) também avançaram em novembro.

Entre as regiões, a taxa mais elevado do IPCA-15 foi registrada no Recife (0,55%), devido à alta de 4,11% no preço da gasolina subiu 4,11%. Por outro lado, Goiânia teve deflação de 0,03% por causa da queda 4,15% na energia elétrica, em consequência da redução de 8,83% no valor da tarifa desde 20 de outubro.

No Rio de Janeiro, a taxa avançou com força na passagem de outubro para novembro. No mês passado, o IPCA-15 registrou ficou praticamente estável, com leve deflação de 0,01%. Neste mês, o resultado ficou acima da taxa geral, em 0,29%. No ano, a região acumula 6,48% e 12 meses, 8,15%.

A última pesquisa semanal Focus, que o Banco Central faz com analistas do mercado financeiro, reduziu a previsão para a inflação oficial, o IPCA, deste ano de 6,84% para 6,80%. Apesar disso, se o IPCA de fato fechar 2016 neste patamar, será a segunda vez seguida que ficará acima do teto da meta estabelecida pelo governo. Em 2015, a inflação ficou em 10,67%. A meta anual é de 4,5%, podendo variar dois pontos para cima ou para baixo.

O IPCA-15 segue a mesma metodologia do IPCA, que é o índice usado pelo governo como a inflação oficial do país. As únicas diferenças são o período de coleta de preços e a abrangência geográfica. O indicador se refere às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

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