sábado, 19 de novembro de 2016

Roberto Freire vai assumir Ministério da Cultura

• Marcelo Calero pediu demissão por ‘motivos pessoais’, mas razão seria desavença com Geddel

Caterina Alencastro, Eduardo Barretto e Evandro Éboli - O Globo

BRASÍLIA - Presidente do PPS, Roberto Freire assumirá o Ministério da Cultura com a saída de Marcelo Calero, que pediu demissão após desavenças com o ministro Geddel Vieira Lima. O deputado federal e presidente nacional do PPS, Roberto Freire (SP), será o novo ministro da Cultura. Ele vai substituir Marcelo Calero, que pediu demissão ontem, após seis meses no cargo. Calero entregou o posto após desavenças com o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, que pretendia fazer ingerências na área cultural. Em carta ao presidente Michel Temer, Calero disse que a decisão era de ordem pessoal e irrevogável. E que encontrou limitações na sua gestão.

Diplomata de carreira, Calero se apresenta nas redes sociais como carioca da Tijuca, flamenguista, católico e amante do samba e da prosa de Lima Barreto. Na mensagem a Temer, ele não dá detalhes da razão que o levou a sair do governo. E diz que fez uma gestão “proba”.

“Durante os últimos seis meses, empreguei o melhor dos meus esforços, apoiado por uma equipe de extrema qualidade para pensar a política cultural brasileira. Saio do Ministério da Cultura com a tranquilidade de quem fez tudo o que era possível fazer, frente os desafios e limitações com os quais me defrontei. E que o fez de maneira correta e proba”, afirmou em trecho da carta.

Interlocutores do presidente confirmaram que a decisão de entregar o cargo teve como motivação um grave desentendimento com o ministro Geddel. Mas não entraram em detalhes. Calero conversou ontem à tarde com Temer e falou da dificuldade de continuar à frente do ministério, anunciando que entregaria sua carta de demissão. O presidente, então, fez um apelo para que ele reconsiderasse, e argumentou que seu trabalho era excelente. O ex-ministro prometeu pensar, mas ontem comunicou a decisão da saída do governo. Geddel Vieira Lima não se manifestou sobre o assunto.

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