quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Opinião do dia - Roberto Freire

Eduardo Cunha, assim como Lula, é um problema da polícia, não mais da política.


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Roberto Freire é deputado federal (SP) e presidente nacional do PPS, Brasília, 19/10/2016

Cunha é preso, mas não sai de cena

• Chamado por Moro de criminoso em série, ex-presidente da Câmara atemoriza o Planalto e o PMDB

• Tudo sobre a prisão, as acusações e o que aguarda o deputado cassado que é alvo da Lava-Jato

Cassado há pouco mais de um mês, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso ontem por prazo indeterminado pelo juiz Sérgio Moro. A prisão de Cunha, até pouco tempo um dos políticos mais influentes do país e peça chave no impeachment de Dilma, foi recebida com temor no Planalto. O receio é que o ex-deputado, guardião de segredos do Congresso e do submundo da política, envolva integrantes da cúpula do governo e do PMDB numa possível delação. A PF amanheceu na casa de Cunha no Rio, mas ele foi encontrado em Brasília, no início da tarde, e levado para Curitiba. Moro considerou que o ex-deputado não perdeu influência e poderia tentar obstruir as investigações e fugir do país, ressaltando que Cunha tem US$ 13 milhões ainda ocultos no exterior. O peemedebista é acusado de ter recebido propina no escândalo de corrupção da Petrobras e de movimentar contas na Suíça não declaradas.

‘Crimes em série’

• Prisão de Cunha por Moro lança suspense sobre eventual delação que pode abalar a República

Thiago Herdy e Katna Baran (*)
(*) Especial para O GLOBO

SÃO PAULO E CURITIBA - Até pouco tempo um dos mais influentes políticos do PMDB e peça decisiva do jogo que levou o presidente Michel Temer ao poder, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso ontem pela Operação Lava-Jato. Referindo-se a Cunha como profissional na autoria de “crimes em série", o juiz Sérgio Moro atendeu a pedido de prisão feito pelo Ministério Público Federal no Paraná, responsável por conduzir os processos de corrupção contra o deputado desde a sua cassação na Câmara e consequente perda do direito a foro privilegiado. Ele foi preso no antigo apartamento funcional, em Brasília, e levado para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde passou a primeira noite sozinho numa cela de 12 metros quadrados. A prisão preventiva é por tempo indeterminado, e não há depoimento marcado.

No Planalto, apreensão por Temer, ministros e PMDB

• Preocupação é que possíveis denúncias atinjam cúpula do governo

Júnia Gama e Catarina Alencastro - O Globo

-BRASÍLIA- Apesar de já ser esperada, a prisão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi recebida com apreensão no Palácio do Planalto pela incerteza sobre o que o deputado cassado poderá falar às autoridades, envolvendo o governo, o PMDB e até a figura do presidente Michel Temer.

— É claro que causa apreensão. A delação deve ocorrer, este é o caminho que todos têm seguido. Agora, a gente não sabe o que ele teria para dizer do Michel, por exemplo. Eles foram próximos logo que o Cunha chegou do Rio (como deputado) e traçou seus objetivos políticos, mas depois que (Cunha) se tornou líder do PMDB e, em seguida, presidente da Câmara, ele (Temer) foi se afastando — afirmou um ministro, reforçando que, enquanto a delação não vem, o governo deve continuar trabalhando e seguindo sua agenda.

Mais de uma centena de deputados sob tensão

• ‘Cunha é um arquivo vivo’, admite o líder do PR; medo é que agora peemedebista delete ex-colegas da Câmara

Isabel Braga – O Globo

BRASÍLIA — Nos bastidores, parlamentares apostam que uma eventual delação de Eduardo Cunha poderá prejudicar mais de uma centena de deputados que ele ajudou durante sua ascensão de líder do PMDB a presidente da Casa.

— Ele é um arquivo vivo — afirmou o líder do PR, Aelton de Freitas (MG).

Nos últimos cinco anos, o deputado cassado esteve em cargos de poder que lhe permitiram influenciar em escolhas de relatores de projetos e medidas provisórias estratégicas, além de CPIs. Segundo aliados e adversários, ele tem na memória informações sobre negociações feitas para a aprovação de propostas na Casa. Além disso, participou ativamente da articulação para a abertura do processo de impeachment.

Cunha se filiou ao PMDB em 2006 e, naquele ano, foi eleito para seu segundo mandato de deputado federal, quando aproximou-se do então líder do partido, Henrique Eduardo Alves (RN), a quem sucedeu. Isso permitiu que ele se tornasse figura frequente na residência oficial da Câmara, quando Michel Temer presidiu a Casa, e, depois, no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente.

A série de prisões que virou o país do avesso


Arriscado -Opinião/O Globo

ANIMAL POLÍTICO, Lula leva advogados a politizar sua defesa nos processos que enfrenta na Justiça, e não apenas em Curitiba. Quer assumir o papel de perseguido político, como se ainda estivéssemos na ditadura militar. Repete o truque do “golpe” no impeachment de Dilma.

DEVERIA É fazer uma defesa objetiva das acusações fundamentadas de que é alvo no Ministério Público. Quer pressionar o MP e o Poder Judiciário na base da garganta. Difícil dar certo.

Lava Jato prende Cunha e amedronta mundo político

• A prisão foi decretada no âmbito da Operação Lava Jato, informou a Polícia Federal

Ricardo Brandt, Fausto Macedo, Julia Affonso, Mateus Coutinho e Fábio Serapião – O Estado de S. Paulo

O presidente cassado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi preso nesta quarta-feira, 19, em Brasília. O ex-deputado foi capturado preventivamente perto do prédio dele, na Asa Sul, em Brasília, por ordem do juiz federal Sérgio Moro.

O magistrado acolheu os argumentos da força-tarefa da Procuradoria da República de que Eduardo Cunha em liberdade representa um ‘risco para a instrução do processo e para a ordem pública’. A ordem do juiz foi dada na segunda-feira, 17.

A prisão foi decretada no âmbito da Operação Lava Jato, informou a Polícia Federal. O ex-deputado será levado para Curitiba, base da Lava Jato, até o final da tarde. Por volta das 13h40, Eduardo Cunha foi levado para o hangar da Polícia Federal, em Brasília, para embarque a capital paranaense.

Notícia causa preocupação entre parlamentares

• Prisão de Cunha esvazia plenário da Câmara e deixa deputados apreensivos; adversários do peemedebista defendem delação

Daiene Cardoso Isadora Peron Igor Gadelha – O Estado de S. Paulo

/ BRASÍLIA - A notícia da prisão do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) esvaziou ontem o plenário da Câmara e silenciou antigos aliados do peemedebista. Os deputados ficaram apreensivos, principalmente com a possibilidade de o ex-presidente da Casa fazer acordo de delação premiada.

O discurso era que, em tempos de Lava Jato, o próximo poderia ser qualquer um. Votações importantes previstas para o dia, como as emendas do projeto que desobriga a Petrobrás de ser operadora em todos os blocos de exploração do pré-sal, não foram realizadas por falta de quórum. Reuniões das comissões agendadas, como a que vai tratar da reforma política, foram canceladas.

“Claro que é um fato que assusta e deixa todos preocupados”, disse o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), antigo aliado de Cunha. “Quem teme é que tem que se preocupar.”

Para senadores, delação pode afetar pauta econômica

Ricardo Brito e Isabela Bonfim – O Estado de S. Paulo

A base do presidente Michel Temer no Senado optou pelo silêncio e se esquivou de comentar publicamente a prisão preventiva de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas a avaliação reservada é de que o governo poderá sofrer um revés na agenda econômica no Congresso caso o deputado cassado faça uma delação premiada e implique integrantes do Executivo e do Legislativo.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e aliados – muitos dos quais investigados na Lava Jato – tentaram aparentar normalidade ao longo do dia. Nos bastidores, a aposta de aliados de Temer no Senado é de que uma eventual delação do expresidente da Câmara possa atingir, ao menos, ministros e a base que apoiava Cunha, em particular o Centrão. No Senado, a expectativa é de que não haja implicação de eventuais acusações, uma vez ele não é próximo a senadores do partido.

PT comemora, mas aponta lado negativo

• Líderes destacam possibilidade de Cunha fazer delação que atinja governo Temer, mas veem enfraquecimento da tese de seletividade de Moro

Ricardo Galhardo – O Estado de S. Paulo

Líderes do PT comemoraram ontem a possibilidade de que a prisão do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) esteja atrelada a uma delação premiada que provocaria forte abalo no governo Michel Temer. A prisão, no entanto, não é apenas motivo de comemoração. Em conversas reservadas, petistas avaliam que, ao prender um dos líderes do impeachment, o juiz Sérgio Moro estaria livre para partir para cima do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, réu na Operação Lava Jato.

“Não se tripudia em cima desta situação”, disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), um dos vice-presidentes do partido. “Me parece que foi pactuada esta prisão, quase voluntária. Todo o rito mostra que foi pactuada com uma delação”, completou o deputado paulista.

Em vídeo publicado na internet, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que uma delação de Cunha não deixaria “pedra sobre pedra” no governo do presidente Michel Temer

Eduardo Cunha esperava ser preso e reunia arsenal contra PT e PMDB

• Ex-deputado escrevia livro visto como 'delação informal' e coletava dados sobre doações

Cunha esperava ser preso e reunia arsenal contra partidos

Daniela Lima, Marina Dias – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO – BRASÍLIA - Não foi exatamente uma surpresa. Eduardo Cunha (PMDB) já havia conversado com pessoas próximas sobre a expectativa de ser preso. Viveu o auge dessa tensão nos dias que sucederam sua renúncia à presidência da Câmara, em julho, e, com ainda mais intensidade, depois de ter o mandato cassado pelos colegas, em setembro. Sabia que estava vulnerável.

Entre a sombra da prisão e o isolamento político, dedicou todo o seu tempo a duas tarefas: sua defesa na Justiça e o livro que prepara sobre o impeachment de Dilma Rousseff e a crise política.

A obra é vista como uma espécie de "delação informal". Nela, Cunha será autor e protagonista. Vinha escrevendo "enlouquecidamente", segundo aliados.

Em recente conversa com a Folha, Cunha disse que tinha mais de cem páginas prontas. Buscava um profissional para auxiliá-lo a formatar o texto e deixá-lo de modo publicável.

Cunha é preso por ordem de Sergio Moro

Por Letícia Casado e Carolina Oms – Valor Econômico

BRASÍLIA - O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso ontem de forma preventiva, em Brasília, e levado a Curitiba por ordem do juiz federal Sergio Moro. O magistrado, ao fundamentar a decisão, afirmou que Cunha poderia intimidar testemunhas e impedir o avanços das investigações da Operação Lava-Jato.

"Sem a tomada de medidas mais duras, é de se recear que potenciais testemunhas contra o acusado se sintam igualmente intimidadas em revelar a verdade e colaborar com a Justiça", escreveu o juiz. Moro entendeu que há risco à investigação e à ordem pública. Também destacou que "não raramente" Cunha usava táticas de extorsão, e intimidou testemunhas e delatores que poderiam depor contra si.

"O ex-parlamentar é ainda tido por alguns como alguém que se vale, com frequência, de métodos de intimidação", escreveu o juiz, que reconheceu que o risco à ordem pública diminuiu depois que Cunha foi cassado pelos seus pares na Câmara, em setembro. "Embora a perda do mandato represente provavelmente alguma perda do poder de obstrução, esse não foi totalmente esvaziado, desconhecendo-se até o momento a total extensão das atividades criminais do ex-parlamentar e a sua rede de influência."

Juro cai pela primeira vez desde 2012

Por Alex Ribeiro, Silvia Rosa e Flavia Lima – Valor Econômico

BRASÍLIA E SÃO PAULO - O Comitê de Política Monetária (Copom) cortou ontem a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, para 14% ao ano, a primeira redução desde 2012. O comitê mostrou estar mais confiante em relação à convergência da inflação para a meta de 4,5% entre 2017 e 2018. Ao mesmo tempo, atualizou os riscos que vê adiante para nortear suas decisões: mencionou "pausa recente" nos componentes do IPCA mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, uma referência aos preços dos serviços, e o ritmo de aprovação das reformas fiscais. Analistas ouvidos pelo Valor acreditam, porém, que o comitê deixou a porta aberta para acelerar a queda de juros na próxima reunião.

BC corta taxa básica para 14% na 1ª redução em quatro anos
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou ontem a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 14% ao ano, promovendo o primeiro alívio monetário à economia em quatro anos, depois de ficar mais confiante em que a inflação vai cair para a meta de 4,5% entre 2017 e 2018.

A decisão, unânime, atendeu à expectativa da maior parte dos analistas econômicos, mas frustrou apostas de segmentos do mercado de que o Copom pudesse começar com mais ousadia o processo de flexibilização da política monetária, com uma baixa de 0,5 ponto percentual.

Economistas veem possibilidade de queda maior em novembro

Por Silvia Rosa e Flavia Lima – Valor Econômico

SÃO PAULO - O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu ser menos ousado neste início de ciclo de afrouxamento monetário, ao optar por um corte de 0,25 ponto percentual da Selic, para 14%. Mas deixou a porta aberta para intensificar o processo de redução dos juros já na reunião de novembro, segundo economistas.

Apesar de o comunicado após a reunião ter sido contido, a leitura do mercado foi que o BC buscou, primeiramente, esfriar a euforia, mas que condições econômicas mais favoráveis e inflação menos pressionada poderão autorizar uma aceleração na trajetória de queda da taxa Selic.

Na avaliação de Tatiana Pinheiro, economista do Santander, o Copom pode acelerar o corte de juros em novembro após a aprovação da PEC dos gastos e se a inflação de serviços recuar. "Olhando a decisão do BC, ela é plenamente cabível. A inflação teve evolução favorável para o retorno à meta no horizonte relevante da política monetária da reunião de agosto para outubro, tanto na parte dos preços de alimentos quanto na queda nos núcleos da inflação de serviços, e expectativa de aprovação final da PEC dos gastos na Câmara ainda em outubro", diz a economista.

'Não tem margem para exceções na PEC do teto', diz Meirelles

• Ministro da Fazenda ainda destacou que todos devem colaborar para que o ajuste seja bem sucedido

Eduardo Rodrigues e Idiana Tomazelli - O Estado de S. Paulo

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, enfatizou nessa quarta-feira, 19, que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241 que cria um teto para o crescimento dos gastos públicos pelos próximos 20 anos não tem margem para abertura de exceções.

Após reunião no Tribunal Superior do Trabalho (TST), o ministro repetiu, no entanto, que a PEC abre espaço para que o Poder Executivo compense em até 0,25% do seu próprio limite os gastos dos outros poderes nos primeiros três anos de vigência do Novo Regime Fiscal.

"Não há margem dentro da PEC para abrir exceções. O que existe é um dispositivo que tem um certo porcentual das despesas do Executivo que pode ser liberado para atender situações de crescimento de despesas acima do teto por outros poderes. O que existe é uma margem de realocação do limite do Executivo para atender situações especiais, por exemplo do Judiciário", explicou.

Brasil pode sair do ‘coma’, diz Armínio

• Ex-presidente do BC diz que três quartos da deterioração fiscal do País nos últimos anos decorreu do crescimento descontrolado dos gastos do governo.

Eduardo Rodrigues e Idiana Tomazelli - O Estado de S. Paulo

O ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso e sócio-fundador da Gávea Investimentos, Armínio Fraga, disse nesta quinta-feira, 19, que cerca de três quartos da deterioração fiscal do País nos últimos anos – que está no centro das causas da recessão brasileira – decorreu do crescimento descontrolado dos gastos do governo. “A dívida brasileira, que já era grande, se tornou explosiva”, avaliou, em palestra no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).

Na apresentação, Fraga mostrou que metade da piora de 6 pontos do PIB no resultado fiscal nos últimos anos veio do aumento dos gastos do governo. Os outros 50% vieram da queda de receitas, decorrente em iguais proporções das desonerações e da recessão. “Eu considero as desonerações uma forma de gasto, então três quartos dessa deterioração decorre de despesas do governo”, completou.

Tensão política. Na avaliação do economista, o quadro macroeconômico brasileiro é muito difícil e ainda enfrenta um nível elevado de tensão política em função dos desdobramentos da Operação Lava Jato. Fraga destacou, no entanto, que as propostas do governo Michel Temer de criar um teto para as expansão dos gastos e reformar a Previdência estão no caminho certo.

“Acredito inclusive que o congelamento de gastos está acontecendo já em um patamar elevado. E a aprovação do teto de gastos depende também da aprovação da reforma da Previdência, que é um tema delicado, mas essencial. Uma não funciona sem a outra”, acrescentou. “O Brasil é um paciente politraumatizado que está saindo do coma, e com mais uma ou duas votações (no Congresso) pode deixar a UTI”, comparou.

Para Fraga, além das reformas, o Brasil precisa desmontar a chamada Nova Matriz Econômica implementada pelos governos do PT. “Houve a captura do Estado por interesses partidários e privados. Havia um pensamento de que “gasto é vida. Sem querer ser sarcástico, são tantos problemas que esse é um ‘prato cheio’ para o novo governo trabalhar”, concluiu.

Com profissionais do PMDB, Freixo dá guinada agressiva

• Candidato do PSOL é orientado a desconstruir imagem de Crivella (PRB) para ter chance de vencer eleição no Rio

Clarissa Thomé e Wilson Tosta - O Estado de S. Paulo

RIO - Em desvantagem nas pesquisas de intenção de voto, o candidato do PSOL à prefeitura do Rio, Marcelo Freixo, decidiu apostar, até o dia da votação, na “desconstrução” da imagem do adversário, Marcelo Crivella (PRB). A guinada se deu após Freixo ter sido convencido por novos profissionais de sua equipe, que já atuaram em campanhas do PMDB e do PSDB, de que somente se bater duro em Crivella terá alguma chance de vencer. Os novos integrantes chegaram à campanha de Freixo após o debate na Band.

A estratégia do candidato do PSOL, iniciada com acusações – negadas pelo oponente – de ligações com o ex-governador Anthony Garotinho (PR), chegou ao auge no debate da Rede TV!, nesta teraç-feira, 18. Freixo também foi incisivo ao questionar Crivella sobre o livro Evangelizando a África. Na obra, o bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus critica homossexuais e se refere a outras religiões como “diabólicas”.

TRE: panfletos de Freixo são recolhidos

• Juiz suspeita que material apreendido foi pago por sindicato da UFF

Luiz Gustavo Schmitt - O Globo

Uma operação do Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRERJ) apreendeu, ontem à tarde, pelo menos 600 mil adesivos, 35 mil panfletos e dois mil santinhos de Marcelo Freixo (PSOL) na gráfica EDG, em Niterói, e no comitê de campanha do candidato, na Lapa.

De acordo com o juiz responsável pela fiscalização eleitoral, Marcello Rubiolli, há suspeita de que o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFF (Sintuff ) tenha pago pelo material do candidato do PSOL. Isso fere a lei eleitoral que proíbe pessoas jurídicas de financiarem campanhas.

Osorio declara apoio a Crivella: ‘coincidência de propostas’

• PSDB negocia acordos com o PRB do senador em outras capitais

Ruben Berta - O Globo

Pouco menos de duas semanas depois de o diretório municipal do PSDB ter decidido ficar neutro no segundo turno da disputa pela prefeitura do Rio, o deputado estadual e candidato derrotado Carlos Osorio e os três vereadores eleitos do partido anunciaram ontem apoio ao senador Marcelo Crivella (PRB). A parceria foi oficializada num evento na sede da Associação Comercial, no Centro.

— Conversei com a direção nacional, e o nosso partido está discutindo alianças com o PRB em outras capitais. Depois de duas conversas com o senador, decidi declarar o apoio. Ele é quem está mais aberto a ouvir a sociedade. Ficamos felizes com a coincidência de propostas e objetivos para o futuro da cidade. Temos que fazer uma opção que possa agregar, que possa construir — afirmou Osorio.

Durante um discurso para empresários, o deputado ainda alfinetou o candidato do PSOL Marcelo Freixo:

— Não é um momento para radicalismos, para ideias ultrapassadas e bolivarianas. Temos que ter a cidade em primeiro plano.

Roberto Freire afirma que casos de Cunha e de Lula são de polícia, não mais de política

- Portal nacional do PPS

• Freire saudou a Justiça, que não trata mais somente dos casos de desassistidos, mas também de criminosos do colarinho branco

O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), disse, na tarde desta quarta-feira (19), que “Eduardo Cunha, assim como Lula, é um problema da polícia, não mais da política”, ao comentar a prisão do ex-presidente da Câmara, ocorrida pela manhã.

Freire saudou a Justiça brasileira “que, há algum tempo, não se resume apenas a tratar dos casos que envolvem aqueles mais desassistidos da população”. Segundo o presidente do PPS, ao contrário, o Poder Judiciário “está voltado à plutocracia, ao colarinho branco, aos criminosos do campo da política, do campo empresarial, o que é um ótimo exemplo para o Brasil”.

Cunha foi preso em Brasília, e sua casa no Rio foi alvo de operação de busca e apreensão. Tanto a busca quanto a prisão foram autorizadas pelo juiz federal Sergio Moro nesta terça-feira (18). O caso de Cunha passou à alçada de Moro depois que ele foi cassado pela Câmara e perdeu o foro privilegiado.

Segundo a argumentação de Moro, a liberdade de Cunha representava risco “à instrução do processo, à ordem pública, como também a possibilidade concreta de fuga em virtude da disponibilidade de recursos ocultos no exterior, além da dupla nacionalidade (Cunha é italiano e brasileiro)”, afirma em nota a Justiça Federal do Paraná.

Lula quer desmoralizar o Brasil – Editorial / O Estado de S. Paulo

O herói faz agora o papel de vítima e é assim que doravante se apresentará na grande encenação para o público, daqui e do exterior, na qual o pérfido antagonista é a Justiça brasileira. Réu até agora em três processos que resultaram de investigações sobre corrupção – e na falta de sólidos argumentos de defesa –, Lula da Silva está armando um espetáculo circense para mostrar aos desavisados que o Mal cooptou a Justiça, que se empenha na missão abjeta de condenar um inocente, o homem “mais honesto do Brasil”, punindo-o pelo crime de governar para os pobres.

A politização dos processos judiciais em que Lula está envolvido como réu ou apenas investigado faz parte da estratégia concebida pelo lulopetismo, com a assessoria de uma chusma de advogados, para desviar a atenção da opinião pública das fortes evidências de envolvimento do ex-presidente da República e sua família numa série de episódios suspeitos nos quais se teriam beneficiado de tráfico de influência, de recebimento de vantagens materiais e financeiras indevidas ou pura e simplesmente de propina.

O homem-bomba – Editorial / Folha de S. Paulo

Eduardo Cunha está atrás das grades. Acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e envio clandestino de recursos ao exterior (evasão de divisas), o ex-presidente da Câmara dos Deputados teve sua prisão preventiva decretada pelo juiz federal Sergio Moro.

Em decisão assinada na segunda-feira (17) e executada nesta quarta (19), o magistrado de Curitiba, responsável pelos julgamentos em primeira instância da Operação Lava Jato, afirmou haver indícios de que o ex-deputado pelo PMDB-RJ se envolveu "na prática habitual e profissional de crimes contra a administração pública".

Baseando-se em documentos reunidos pelo Ministério Público Federal, Moro sustenta que Cunha utilizou contas secretas no exterior para ocultar o produto de seus desvios, os quais teriam ocorrido não só nos contratos com a Petrobras mas também em outras áreas, não raro "com o emprego de extorsão e de terceiros para colher propinas".

Prisão de Cunha é vitória na luta contra a impunidade – Editorial / O Globo

• Por mais esperada que fosse a decisão do juiz Sérgio Moro, sua confirmação desestimula quem ainda acha possíveis manobras que impeçam o combate à corrupção

Desde que o deputado Eduardo Cunha foi cassado — por isso perdeu o foro especial no Supremo, teve os processos transferidos para a 13ª Vara Federal de Curitiba, depositados sobre a mesa do juiz Sérgio Moro —, era esperada a decretação da prisão do político sem mandato. Até ele próprio manteria mala de viagem pronta.

Usou-a ontem à tarde, depois de ser preso em Brasília e transferido para a carceragem da Lava Jato na capital do Paraná. Detido em regime de prisão preventiva, não há data para ser libertado. A aposta unânime na prisão de Cunha se devia ao robusto conjunto de acusações acumuladas no MP contra ele e à própria perda da imunidade parlamentar.

Mudança de perfil demográfico pressiona saúde e previdência – Editorial / Valor Econômico

Os demógrafos já sabiam há algum tempo que as pressões sobre os gastos da Previdência Social se acentuariam na atual década - período de transição de um crescimento modesto da população acima de 60 anos para outro de velocidade bem maior. A porcentagem de idosos (60 anos ou mais) em relação ao total das pessoas em idade ativa no país aumentou de 13,3% em 2000 para 15,6% em 2010. Até 2020, serão 21,2% e os saltos nas décadas seguintes serão mais rápidos, mostra estudo recém-divulgado do especialista do IBGE, Celso Cardoso da Silva Simões, que reúne as estatísticas relevantes mais recentes. Elas iluminam o pano de fundo das mudanças no regime previdenciário, já bastante desequilibrado pelos benefícios dados aos aposentados do setor público. A correção de rota tornou-se inadiável e pode estar vindo tarde.

A vantagem de ser um país jovem começa a diminuir agora e se esvai ao longo das próximas décadas. A partir de 2020, o contingente dos idosos crescerá perto de 5 milhões de pessoas a cada dez anos até 2050. Já a população em idade de trabalhar passa a decrescer a partir da década de 20. Em 2020, pelas projeções, haverá 66,1 idosos para cada 100 crianças e adolescentes (de 0 a 14 anos), proporção que se reverterá até 2030, quando se prevê que haverá mais idosos que crianças e adolescentes - 105,8 para cada 100. Então, o número de cidadãos com mais de 60 anos, de 18,6 milhões, ultrapassará os da primeira idade, de 17,6 milhões.

Uma prisão exemplar - Merval Pereira

- O Globo

Para se ter uma ideia de como a prisão de Eduardo Cunha afetou o mundo político, bastam dois fatos. O presidente Michel Temer antecipou seu regresso do Japão, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, respondeu assim a uma pergunta: “Nem é bom comentar”.

Temer é um dos cinco amigos de uma fábula que Cunha gostava de contar, como maneira de constrangê-los. “Era uma vez cinco amigos que faziam tudo junto, viajavam, faziam negócios. Então, um virou presidente, três viraram ministros, e o último foi abandonado… E isso não vai ficar assim”.

Dos três outros, há certeza de dois ministros: Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, e Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil. O terceiro tanto pode ser Romero Jucá, que já foi ministro do Planejamento, como Moreira Franco, secretário do Programa de Privatizações.

Polarização em torno das reformas – base de provável realinhamento político - Jarbas de Holanda

“No pós-impeachment, o enfrentamento – ou não – das resistências do corporativismo”, avaliei em 31 de agosto. Incerteza, dúvida, que reduzi em 5 de outubro, na avaliação dos resultados do 1º turno do pleito municipal: “Reformas. Menos obstrução e maior cobrança” (como reflexo das derrotas acachapantes do lulopetismo e da emergência do PSDB como principal vitorioso). Conclusão desdobrada pela indicação dos efeitos que deverão favorecer “uma afirmação no governo Temer de aliança entre a banda reformista do PMDB (da “Ponte para o Futuro”) com os partidos da antiga oposição, em detrimento do preparo de projeto eleitoral do maior partido governista, apoiado pelas legendas reunidas no chamado Centrão, corporativista”.

E as pesquisas sobre o fechamento do pleito no próximo dia 30 apontam para a consolidação e o reforço da virada partidária (e mais que isso de agenda político-econômica) ocorrida no 1º turno. Derrotas do petismo na única das capitais, o Recife, em que se manteve na disputa; bem como na do último município importante da Grande/SP, Santo André, que poderia preservar, e nas poucas cidades de maior porte, com quadro eleitoral semelhante, do Rio Grande do Sul aos estados do Norte e do Nordeste. Sem que a alternativa ultraesquerdista do candidato do PSOL no Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, possa beneficiar-se disso, pois chega ao 2º turno sem nenhuma chance de vitória (enquanto o correligionário Edmilson Rodrigues ganhou competitividade final em Belém numa aliança nada ideológica com o oligarca paraense Jader Barbalho).

Novo silêncio dos inocentes - Roberto de Toledo

- O Estado de S. Paulo

• Melhor não cutucar a memória do mais poderoso presidente da Câmara desde Ulysses

Como esperado, a prisão de Eduardo Cunha foi, disparado, o assunto mais comentado pelos deputados federais em seus perfis nas redes sociais. Mais de uma centena de tuítes em três horas. Entre o desejo e a análise, duas projeções não necessariamente opostas dominaram a timeline parlamentar: a implicação da prisão sobre os futuros do governo Temer e de Lula. Curiosamente, raros arriscaram palpitar sobre o destino da própria Câmara, porém.

Alguns deputados da nova oposição (petistas e aliados que sobraram) comemoraram como prato frio a prisão do maior responsável por eles terem deixado de ser governo. Resgataram o grampo de Romero Jucá (PMDB-RR) – “porque o Michel é Eduardo Cunha” – para prever a queda do novo presidente em futuro não muito distante, graças a uma eventual delação premiada de Cunha.

“Cai o rei de ouros, cai o rei de paus, cai, não fica nada” foi uma das citações usadas – em referência à hipótese radical de uma eleição indireta pelo Congresso vir a ser necessária para ocupar o vácuo deixado pela suposta deduragem do peemedebista. Vai longa distância para as cartomantes emplacarem sua profecia.

Cunha e a Lei de Dostoiévski - Luiz Carlos Azedo

- Correio Braziliense

O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso preventivamente ontem, por ordem do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, a pedido do Ministério Público Federal, que temia a sua fuga para o exterior por ter passaporte italiano. Sua prisão teve grande repercussão no Congresso, embora fosse esperada desde a sua cassação.

Os procuradores usaram os mesmos argumentos utilizados junto ao ministro-relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, para afastá-lo do comando da Casa, o que foi decidido ‘excepcionalmente’ pelo Supremo. Agora, afirmaram que o político “ainda mantém influência sobre seus correligionários, tendo participado de indicações de cargos políticos do governo Temer”.

Cunha em Curitiba - Maria Cristina Fernandes

- Valor Econômico

• A lenda entrou nos autos sem deixar a política

"Alguém tem dúvida de que se não fosse minha atuação teria havido processo de impeachment? Alguém tem dúvida de que se eu não houvesse autorizado, teria havido impeachment? Alguém tem dúvida de que se eu não tivesse conduzido a votação, teria havido impeachment? Alguém tem alguma dúvida disso aqui nesta Casa? Duvido, duvido que a tenham!"

O repetitivo e dramático apelo do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) durante seu último pronunciamento da tribuna da Câmara, há 40 dias, lhe rendeu apenas dez votos. Uma explicação possível é que os parlamentares já haviam precificado a prisão. Grande parte da ampla base de apoio ao governo Michel Temer teme uma eventual delação premiada do ex-parlamentar, mas se o processo judicial tem desdobramentos imprevisíveis, a condenação eleitoral de uma omissão viria a galope nas urnas. Dos resultados eleitorais em Rio Bonito e Itaboraí, principais redutos fluminenses do ex-deputado, à hostilidade da população em relação ao ex-deputado, não parece haver dúvida de que Eduardo Cunha já estava, de fato, condenado.

Prisão de Cunha é um tapa na imagem do Supremo - Roberto Dias

- Folha de S. Paulo

A prisão de Eduardo Cunha não deixa de representar um tapa na imagem do Supremo.

Há uma semana, o juiz Sergio Moro, de primeira instância, recebeu um processo que tramitava no mais alto tribunal do país porque Cunha tinha foro especial como deputado. Em seis dias, fez a polícia prendê-lo.

Há mais de um ano, esse processo foi entregue ao ministro Teori Zavascki, do STF. Desde então, tentou-se prender Cunha. A Procuradoria-Geral da República pediu isso dizendo que ele poderia interferir nas investigações, argumento próximo ao utilizado por Moro em sua decisão.

Até os pares do ex-deputado, porém, foram menos lentos. Tiraram seu mandato, e então Teori decidiu que, por causa disso, o pedido de prisão não fazia mais sentido.

Doria-Crivella, a armadilha - Demétrio Magnoli

- O Globo

• Ao contrário do que pensam os analistas vulgares, o resultado das eleições municipais não reduziu as chances de triunfo de um ‘outsider’

Geralmente, num sistema político polarizado, a derrota de um dos polos transfere a hegemonia temporária para o outro. A regra indicaria que, após a derrota histórica do PT, pontuada pelo impeachment e pelas imputações judiciais contra Lula, abre-se uma era de predomínio do PSDB. Uma análise convencional dos resultados das eleições municipais, nas quais os tucanos colecionam triunfos quantitativos e qualitativos, reforça a ideia de uma oscilação decisiva do pêndulo rumo ao partido de FHC. Contudo, acreditar nisso equivaleria a perder de vista o principal: a queda do lulopetismo assinala o encerramento da bipolaridade que vincou a política brasileira nas duas últimas décadas. Depois de Dilma, é o dilúvio.

Governo prevê queda do juro de equilíbrio - Ribamar Oliveira

- Valor Econômico

• Tudo depende da PEC do gasto e da reforma da Previdência

O governo Michel Temer prevê uma forte queda da taxa de juros real de equilíbrio no Brasil, caso o Congresso Nacional aprove a PEC que limita o gasto da União e a reforma da Previdência Social, nos termos que será proposta. "Os juros vão devolver toda a alta que registraram desde 2013", projeta uma importante autoridade. A expectativa oficial é que o Brasil possa exibir, em um futuro não muito distante, taxa de juro em padrões civilizados. Há quem acredite em taxa real de 2% ao ano.

A taxa de juro real de equilíbrio ou neutra é aquela que mantém o nível de preços constante, com a economia crescendo de acordo com o seu potencial. As projeções de mercado captadas pelo boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, indicam uma taxa de juro real de 4,5% para 2020. Como o prazo é razoavelmente longo, essa parece ser a percepção do mercado para a taxa real de juro de equilíbrio do Brasil.

Primeira poda - Celso Ming

- O Estado de S. Paulo

Haverá, como sempre, quem discorde do tamanho da poda dos juros básicos, de 0,25 ponto porcentual, a primeira desde outubro de 2012, decidida nesta quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Dirão alguns que o Banco Central deveria ter sido mais contundente, não só – argumentam – porque a perda de força da inflação parece autorizar mais contundências, mas, também, porque o mercado financeiro e os formadores de preços reagem tão mais eficazmente à política de juros quanto mais clareza apreenderem dos sinais passados pela autoridade monetária.

A questão da dosagem é de menor importância; a da natureza dos sinais, mais relevante. O que mais importa aqui é que o Banco Central passe firmeza sobre seus movimentos e essa firmeza transpareceu não apenas do texto divulgado logo após a reunião do Copom, mas da postura coerente da atual administração, que já tem cinco meses.

Tá na Lava-Jato? Tá fora - Carlos Alberto Sardenberg

- O Globo

• Se ministros envolvidos em tramoias não caírem fora, Temer terá que arranjar um jeito de se livrar da turma, e logo

Vamos imaginar a seguinte situação: você é ministro do governo Temer e sabe que está, digamos, envolvido nas tramoias da Lava-Jato e naquelas que levaram Eduardo Cunha à cadeia e possivelmente a uma delação premiada. O que fazer?

O dilema está colocado porque, falando em termos simples, quem meteu a mão no dinheiro ilegal sabe perfeitamente o que fez. A questão é: vão pegar ou não vão pegar?

Com a prisão de Cunha e a delação da Odebrecht, a probabilidade de ser apanhado aumentou, e muito.

Você, sendo ministro, tem a prerrogativa do fórum especial, ou seja, vai para o Supremo Tribunal Federal. Os ministros do STF ficam de bronca quando se diz que é uma vantagem sair da jurisdição de Curitiba e ir para a suprema de Brasília.

Poema do medo – Graziela Melo

Dobrei
os becos
da vida,

busquei
a infância
perdida

no fundo
do poço,
na escuridão!

Lavei
a alma
na chuva,

sequei
o pranto
no vento,

na branca
areia
da praia
aqueci
o coração!

Caminhei
de encontro
ao sol
espantando
a solidão,

pois entre o céu
e a terra
existe
um mar
de paixão!!!