quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Associação de juízes prepara lista tríplice para presidente

• Membros da Ajufe terão até amanhã para indicar nomes ao Supremo

Renata Mariz | O Globo

-BRASÍLIA- A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) abriu consulta interna para formar uma lista tríplice de magistrados que será enviada ao presidente Michel Temer como sugestão para indicação ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), na vaga aberta com a morte de Teori Zavascki. A entidade quer emplacar um membro — entre juízes federais, desembargadores federais e ministros dos Tribunais Superiores — para a mais alta Corte do país.

Os membros da entidade terão até amanhã para indicar três nomes de magistrados federais com idade acima de 35 anos, requisito para o cargo. De 26 a 31 de janeiro, uma nova rodada da consulta será aberta para a formação da lista tríplice, conforme as indicações feitas e aceitas pelos próprios magistrados.

ESCOLHA SEM APARELHAMENTO
Um edital para a formação da lista tríplice foi aberto pela Ajufe. A indicação do substituto de Teori deu partida para uma bolsa de apostas entre nomes do meio político e da área jurídica, relação esta que aumentará com o envio dos nomes sugeridos pela Ajufe ao presidente. Interlocutores de Temer têm afirmado que o peemedebista escolherá alguém com perfil mais técnico, para evitar críticas de aparelhamentos da Corte.

Além da preocupação com o perfil técnico de sua escolha e da “mensagem” que sua decisão vai passar ao país, Temer quer, segundo interlocutores, “provocar” o menos possível os ministros do Supremo, em especial, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia.

O discurso repetido à exaustão no Palácio do Planalto é de que o presidente busca evitar qualquer ação que impeça o andamento da Lava-Jato no STF. Em razão disso, Temer elogiou a decisão de Cármen Lúcia de autorizar o prosseguimento dos trabalhos feitos pelos juízes auxiliares na homologação das delações da Odebrecht na Operação Lava-Jato.

A decisão de Cármen Lúcia foi motivada pela urgência do caso e a existência de uma agenda prévia, com audiências já marcadas. O governo esperava pela homologação das delações e o fim do sigilo das denúncias nos primeiros dias de fevereiro.

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