quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

O início da retomada - Roberto Freire

- Diário do Poder

Nove meses após o seu início e menos de seis meses depois de o presidente Michel Temer assumir o cargo de forma definitiva, o atual governo começa a colher os frutos da responsabilidade e da racionalidade adotadas na política econômica. Mesmo tendo herdado uma das maiores recessões da história do país, resultado do desmantelo que marcou as administrações de Lula e Dilma Rousseff, já há sinais auspiciosos que oferecem uma perspectiva otimista para os próximos meses. É evidente que não sairemos dessa grave situação em um passe de mágica e ainda há muito por fazer, mas os indicadores mais recentes mostram que o caminho para o início da retomada da economia brasileira está pavimentado.

Como disse o empresário José Roberto Ermírio de Morais, do Grupo Votorantim, em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”, “o navio parou de afundar e estamos de volta à racionalidade econômica”. Trata-se de uma definição ilustrativa e didática sobre o momento atual, pois os primeiros sinais indicando a perspectiva de uma recuperação econômica do país estão dados. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já projeta um aumento do PIB entre 0,2% e 0,3% entre janeiro e março deste ano em comparação com o mesmo período de 2016 – após sete trimestres consecutivos de queda. A expectativa é de que, no fim de 2017, o país esteja crescendo a um ritmo de 2% em relação ao último trimestre do ano passado.

Velha conhecida dos brasileiros, a inflação ressurgiu graças à irresponsabilidade do governo anterior, mas já começa a ser debelada novamente. Segundo o Boletim Focus, do Banco Central, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar este ano em 4,47% (ligeiramente abaixo do centro da meta estipulada pelo governo). Para o próximo ano, a projeção é de 4,5%, exatamente o centro da meta.

O mesmo relatório do Boletim Focus aponta um crescimento do PIB de 0,48% em 2017 e de 2,3% em 2018, de acordo com a média das projeções. Os números não são muito diferentes daqueles apresentados pelo relatório “Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2017”, divulgado em janeiro pela Organização das Nações Unidas (ONU), apontando para uma alta de 0,6% do PIB brasileiro neste ano e de 1,6% em 2018.
Há ainda uma
série de outros indicadores, entre o fim do ano passado e o início deste ano, que justificam a confiança em relação ao desempenho da economia brasileira. De acordo com o IBGE, a estimativa da safra de grãos para 2017 é de 221,4 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 20,3% em relação a 2016 – se confirmada, será a maior expansão anual desde 2003. A produção industrial, que vem de três anos seguidos de retração, acumulou alta de 2,6% entre novembro e dezembro do ano passado, e os dados de dezembro indicam aumento no ritmo da atividade industrial em dez dos 14 locais pesquisados pelo IBGE.

Além disso, o índice de confiança do empresariado na indústria medido pela Fundação Getúlio Vargas subiu 4,3 pontos em janeiro, atingindo 89 pontos, o maior patamar desde maio de 2014, registrando elevação em 15 de 19 segmentos industriais. Ainda no primeiro mês deste ano, a Bolsa de Valores acumulou alta de 7,4%, alcançando a maior pontuação em quase cinco anos (acima dos 66 mil pontos). Outro dado relevante é o consumo de energia, que cresceu 6% apenas em janeiro.

Ainda vivemos um momento extremamente delicado no país, com mais de 12 milhões de desempregados. O emprego, que afeta o dia a dia do cidadão e a qualidade de vida das famílias, historicamente é o último indicador a se recuperar após grandes crises econômicas. Mas os primeiros sinais de recuperação mostram que, depois de 13 anos de descalabro, o Brasil está voltando aos trilhos. Em um curto período, o governo do presidente Michel Temer já logrou êxito em aprovar algumas medidas fundamentais para o país, como a PEC do Teto dos Gastos Públicos, a medida provisória que reformula o Ensino Médio, a MP do setor elétrico, o projeto que desobriga a Petrobras de participar de todos os consórcios de exploração do pré-sal, a Lei de Governança das Estatais e tantas outras que certamente conduzem o país a um novo patamar de desenvolvimento, além de gerar confiança entre os agentes econômicos.

Estamos distantes de encontrar uma saída definitiva para a enorme crise que nos legou o lulopetismo, mas o atual governo, com responsabilidade e credibilidade, oferece ao país a chance de ao menos vislumbrar um futuro alvissareiro e uma vida mais digna aos seus cidadãos. A recuperação da economia já é uma realidade, e o presidente Temer entregará ao seu sucessor um país muito mais organizado e próspero do aquele que recebeu. O navio parou de afundar. O trem voltou aos trilhos.

*Roberto Freire é ministro da Cultura

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