quinta-feira, 30 de março de 2017

PSDB apresentará proposta com lista fechada em 2018 e sistema distrital misto em 2022

O modelo de lista fechada, porém, tem sido criticado pelo presidente de honra do PSDB Fernando Henrique Cardoso

Erich Decat | O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - Em meio à busca para se definir um novo sistema eleitoral, o PSDB irá apresentar nas próximas semanas um projeto que estabelece para a próxima eleição geral a votação em lista fechada, com financiamento público. No mesmo texto, deverá constar um artigo prevendo um período de transição para que em que em 2022, o sistema passe a ser o do voto distrital misto. Nesse último modelo os eleitores votam duas vez. Uma nos candidatos do distrito e outra nas legendas.

“Vamos discutir dentro do partido para se encontrar uma forma salomônica e equilibrada. A ideia é casar a lista fechada com o sistema misto”, afirmou o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG).

Segundo ele, o financiamento público deverá ocorrer por meio da criação de um fundo eleitoral. “A questão de como serão divididos os recursos, é algo ainda a ser discutido”, afirmou o tucano.

O modelo de lista fechada para escolha dos candidatos tem sido criticada pelo presidente de honra do PSDB Fernando Henrique Cardoso. Em vídeo postado nas redes sociais, na última quarta-feira, 22, FHC considera que a proposta de lista fechada é uma forma de evitar que a Operação Lava Jato 'vá adiante'. "Eleita vai ser a direção do partido e o povo vai votar em partidos. Quais? O povo nem sabe o nome dos partidos. Não dá para aprovar nada que tenha cheiro de impunidade”, afirmou.

Logo após as declarações de FHC, Aécio se reuniu com o ex-presidente para tratar do tema.

Além da proposta da lista fechada com um processo de transição para o sistema misto, o senador defende que o Congresso dê celeridade em projetos que estabelecem o fim das coligações e estabelece uma cláusula de desempenho para que o partido receba recursos do fundo partidário e tenha assegurada estrutura dentro do Congresso. Ambas as propostas foram aprovadas pelo Senado e aguarda encaminhamento na Câmara.

“Temos que encontrar uma forma de avançar na reforma política. O primeiro passo é aprovar o fim das coligações e a clausula de barreira”, ressaltou.

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