sábado, 25 de novembro de 2017

Governo ‘reduz’ PIB para fugir de pressão eleitoral

Coluna do Estadão / O Estado de S. Paulo.

Foi para se livrar das pressões de parlamentares por mais gastos no ano eleitoral que o governo convenceu o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) a incluir uma previsão de crescimento do PIB no próximo ano de 2,5% e não de 3%, como desejava o tucano, que é relator de receitas da Comissão de Orçamento. O governo quer aproveitar a “sobra” para reduzir o déficit estimado em R$ 159 bilhões. O ministro Henrique Meirelles tem afirmado que vai ampliar a previsão da Fazenda. A expectativa do mercado é de crescimento acima de 3% no próximo ano.

» Déficit. Se o PIB crescer só 2,5% em 2018, a arrecadação total de tributos será de R$ 1,4 trilhão. Desse valor, R$ 600 bilhões estarão comprometidos com aposentadorias, principalmente de servidores.

» Sobe e desce. Os dados positivos na economia e a expectativa de bons resultados em 2018 têm feito aumentar a ala do PMDB que defende candidatura própria ao Planalto, mas não crescem na mesma medida os que acham que o presidente Temer pode se viabilizar como candidato.

» Tô fora. O próprio presidente tem desanimado seus interlocutores dizendo que não tem vontade de entrar na disputa. O partido ainda busca um nome próprio para apresentar em 2018.

» Pergunta do milhão. O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), tem sido abordado por onde passa com perguntas sobre se Luciano Huck vai concorrer ao Planalto. Responde o mesmo que diz para a imprensa. “Essa é uma decisão solitária e ainda não foi tomada”, revela.

» Dois gumes. As especulações de que Huck já teria tomado decisão de não disputar foram estimuladas pelo apresentador e provocaram reação diversa no grupo que o apoia. Se por um lado serve para que ele ganhe tempo, de outro pode servir como contrapropaganda e reduzir chances.

» O amigo. Os movimentos do advogado Roberto Bertholdo, próximo do ministro da Saúde, Ricardo Barros, que atua numa casa no Lago Sul, têm chamado atenção em Brasília. Ele nega que faça lobby com empresários do setor farmacêutico e diz admirar Barros.

» Herança. Na expectativa de virar ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB-MS) corre para finalizar seu parecer na CPMI da JBS. Quer deixar o documento pronto para o novo relator só assinar.

» Calma. O líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi, pediu à bancada que pare de pressionar pela saída de Antonio Imbassahy e tenha paciência de esperar.

» Garantido. Marun recebeu do líder a garantia de que será o ministro. “Se tiver a mudança, chance zero de não ser ele.”

» Hora do lanche. A defesa do deputado-presidiário Celso Jacob, flagrado com biscoitos e queijo na cueca, ao entrar na Papuda, decidiu que só vai explicar para quem eram os alimentos “nos autos”. O deputado está em isolamento.

» Tem mais. O vereador de Petrópolis Márcio Arruda (PR), que criou o Dia do Servidor Esteticamente Bonito, também é autor da lei que propõe a implantação de centros para idosos, os quais ele chama carinhosamente de “creche para idosos”. Está no 6.º mandato.

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