sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Presidente capturado

Poder em jogo / O Globo

Não duraram 24 horas as declarações de Romero Jucá sobre a amplitude da reforma ministerial de Michel Temer, com a troca de 17 ministros. O presidente foi imediatamente assediado por aliados que esgrimiram motivos para desidratar as mudanças e manter seu naco de poder. Temer precisa aprovar a reforma da Previdência e está disposto a concessões. Porém, em meio à atual anarquia partidária, virou refém. E resumiu a reforma à substituição de tucanos. Ontem, líderes afirmavam que só Antonio Imbassahy ( Secretaria de Governo) e Bruno Araújo ( Cidades) sairão. A velha ideia de mudar para manter tudo como está segue atual em Brasília.

Agora vai
A derrocada de Jorge Picciani no Rio pode tirar da gaveta proposta de emenda à Constituição que proíbe a reeleição de parlamentares às presidências de câmaras municipais e assembleias legislativas. O projeto não avançou desde que foi apresentado, em 2015. A resistência era liderada justamente por deputados do Rio e do PMDB, partido de Picciani — no comando da Assembleia Legislativa há 15 anos. Hoje, cada casa legislativa segue normas próprias. O autor da proposta, deputado Félix Mendonça Jr., lembra que na Câmara e no Senado é vetada a recondução na mesma legislatura.

Barreira
O PSB apresentou ação ao STF questionando a constitucionalidade da nova legislação eleitoral, que não estabelece limites ao autofinanciamento de campanhas. O partido pede que o tribunal decida liminarmente, para que o TSE possa regulamentar a questão. Para o PSB, sem doações empresariais, esse ponto da lei é crucial contra o abuso de poder econômico. Em 2016, um em cada cinco prefeitos eleitos declarou patrimônio superior a R$ 1 milhão.

Conselheiro
A nova campanha do governo pela aprovação da reforma da Previdência nem estreou ( vai ao ar hoje) e já é criticada. O vice- presidente da Câmara, Fábio Ramalho, disse a Michel Temer, a Henrique Meirelles e a Elsinho Mouco, marqueteiro do presidente, que discorda do mote escolhido — “vamos acabar com privilégios”. Ele explica: “O homem do interior ganha salário mínimo e se sente privilegiado. A expressão ‘ reforma da Previdência’ e a palavra ‘ privilégio’ têm de ser abolidas.” O deputado acha que o governo deveria falar em “garantir direitos”.

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