quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Enquanto isso, deputado articula agenda cheia com PP e Solidariedade

Pré-candidatura de Maia ao Planalto deve ser lançada em 28 de fevereiro

Jeferson Ribeiro / O Globo

Numa agenda intensa e pouco ligada à atividade legislativa, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), esteve ontem no Espírito Santo e no Rio para participar de reuniões que tratavam de ações dos ministérios das Cidades e da Educação nos estados. Segundo ele, os encontros foram apenas administrativos e não tinham a ver com as articulações para o lançamento da sua pré-candidatura à Presidência da República, apesar de admitir que, em todas as agendas, as conversas políticas fazem parte da pauta.

O colunista do GLOBO Lauro Jardim informou ontem que a pré-candidatura de Maia ao Planalto será anunciada no dia 28 de fevereiro. Para isso, o DEM teve que adiar a convenção nacional da legenda, marcada originalmente para o dia 6 do mesmo mês. A mudança atende a uma avaliação do presidente da Câmara de que só poderia se envolver publicamente na pré-campanha depois da votação ou não da reforma da Previdência, prevista para 19 de fevereiro.

A pré-candidatura de Maia ganhou força após ele admitir, em entrevista ao GLOBO, que não descarta essa possibilidade e que o campo de centro não deve ter apenas um candidato para tentar quebrar a polarização demonstrada até agora pelas pesquisas entre as pré-candidaturas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que lideram as intenções de voto.

As articulações de Maia para uma possível candidatura à Presidência têm apoio do PP e do Solidariedade, legendas que fazem parte do bloco de partidos do centrão e que dão apoio ao governo do presidente Michel Temer no Congresso. O presidente da Câmara disse, na entrevista ao GLOBO, que seu nome está sendo cogitado porque há um cenário de “deserto na política” e uma “avenida aberta” para alianças que busquem vencer as eleições.

VIAGENS AOS EUA E AO MÉXICO
No Rio, além de participar de uma reunião com o prefeito Marcelo Crivella e o ministro das Cidades, Alexandre Baldy, para discutir ações sobre o impacto das chuvas, Maia também almoçou com o presidente de um dos partidos que têm apoiado seu projeto, o deputado Paulo Pereira (Solidariedade), o Paulinho da Força.

— É claro que em todas as reuniões que eu participo, mesmo as administrativas, eu trato e falo de política. Mas eu só tive um almoço com o deputado Paulinho no Rio (em que o assunto era política). A agenda com o prefeito e com o ministro das Cidades foi para tratar de projetos que podem evitar enchentes na Zona Norte do Rio — disse Maia, contestando as informações de que estaria só articulando candidatura.

Segundo o presidente da Câmara, as viagens internacionais que fará nos próximos dias aos Estados Unidos, onde fará palestra e tem agenda prevista com o secretário-geral da ONU, António Guterres; e ao México, onde participa de um encontro anual do banco Santander; já estavam programadas antes mesmo da entrevista ao GLOBO e não têm como objetivo ganhar visibilidade para um projeto presidencial.

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