segunda-feira, 23 de abril de 2018

Ciro Gomes (PDT): ‘Garantir a paz é tarefa do Estado’

• Como o senhor pretende enfrentar os problemas das fronteiras, usadas pelo narcotráfico para importar armas e drogas?
Contamos com um grupo de especialistas em segurança pública que tem debatido os mais diversos pontos para a área. Toda ação voltada para o combate ao crime nas nossas fronteiras passa por investimento em tecnologia, inteligência, contrainteligência, satélites, drones, escâneres e sensoriamento remoto.

• Qual a melhor forma de garantir a aplicação dos recursos da segurança pública?
Não é mais adiável que o governo federal tome a iniciativa de criar um sistema nacional de segurança pública que envolva desde as guardas civis metropolitanas até os serviços de inteligência das Forças Armadas, passando pelas Polícias Militar, Civil e Federal.

• Qual sua posição sobre as modificações no Estatuto do Desarmamento?
É justo o apelo popular por mais segurança, no entanto, não é armando todo mundo que você vai resolver este problema. A tarefa de garantir a paz para as famílias do campo e da cidade é do Estado. O que nós precisamos é equipar melhor nossas polícias.

• Qual sua opinião sobre a redução da maioridade penal?
Parece equivocada. No grupo de discussão que temos sobre segurança pública muitas ideias têm surgido para trabalhar este tema, entre elas a possibilidade de agravar medidas socioeducativas para os reincidentes.

• A intervenção na área de segurança pública no Rio de Janeiro foi acertada?
A iniciativa é uma impostura politiqueira que atende a um gravíssimo e justo clamor popular. É uma iniciativa sem planejamento, sem orçamento e parte de um equívoco grosseiro: encarregar as Forças Armadas — treinadas para matar o inimigo e proteger nossas fronteiras — de formar culpa de delinquentes.

• Qual significado a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson?
É o crime organizado chamando o Estado para a briga. É triste constatar que estas mortes se somam aos mais de 62 mil homicídios que aconteceram no ano passado, dos quais apenas 8% foram investigados.

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