quinta-feira, 2 de agosto de 2018

A máquina hegemônica rói mais um aliado

Paulo Celso Pereira | O Globo

BRASÍLIA / Foi por 450 mil votos que Lula tirou Leonel Brizola do segundo turno da eleição presidencial de 1989 e deu início à hegemonia do PT no comando da esquerda brasileira. Desde então, o partido não hesitou em atropelar qualquer nome que tentasse ameaçar seu poder.

A dinâmica externa replica a atuação interna de Lula. Foi para não permitir que alguém lhe fizesse sombra que o ex-presidente optou por lançar Dilma Rousseff — recém- chegada ao PT e sem qualquer expressão eleitoral — para sucedê-lo em 2010.

Um dos maiores símbolos do partido, Marina Silva decidiu abandonar a legenda que ajudou a organizar para disputar seus eleitores. Quando tornou- se competitiva, ao se aliar com o PSB em 2014, acabou trucidada pela campanha de Dilma.

Hoje, com Lula preso e a rejeição nas alturas, o desafio do PT é ainda maior. Sem ter como garantir a unidade da esquerda em torno de um candidato indefinido, restou fazer o necessário para impedir que Ciro Gomes — ironicamente um dos mais fieis escudeiros de Lula na crise do mensalão — possa se apresentar na TV como alternativa.

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