quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Bernardo Mello Franco: Na reta final, união contra Haddad

- O Globo

Com Bolsonaro no hospital, o PT virou saco de pancadas no debate de ontem. A pancadaria só foi interrompida pelo romantismo do Cabo Daciolo

Na ausência do líder das pesquisas, sobrou para o segundo colocado. Fernando Haddad foi o saco de pancadas do debate de ontem no SBT. O petista apanhou de todos os lados — até de candidatos que não têm mais esperanças de ultrapassá-lo.

“Você chegou como representante do preso que está em Curitiba”, provocou Alvaro Dias. O senador tentou se apresentar como o campeão do antipetismo. Agressivo, chegou a chamar o partido do ex-presidente Lula de “organização criminosa”.

“Se puder governar sem o PT, eu prefiro”, desdenhou Ciro Gomes. Emparedado pelo crescimento de Haddad, ele acusou a sigla do rival de ter montado uma “estrutura de poder odienta”. Também culpou o PT pela ascensão do líder Jair Bolsonaro, que classificou como “uma aberração”.

Mais distantes do segundo turno, Geraldo Alckmin e Marina Silva tentaram jogar no colo dos petistas a impopularidade do governo atual. “O Temer é do PT”, exagerou o tucano. “O Temer foi colocado onde está pelo Partido dos Trabalhadores, junto com a Dilma”, emendou a ex-senadora.

“Me desculpe, mas quem botou o Temer lá foram vocês. Ele traiu a Dilma e não conseguiria chegar à Presidência se não fosse a oposição. Você participou do movimento pelo impeachment para botar o Temer lá”, devolveu Haddad.

“Foram vocês sim, do PT, que se juntaram ao Temer para afundar o Brasil”, insistiu Marina. Os dois só concordaram em atacar o presidente em fim de mandato. Ontem a reprovação do governo chegou a 82%, segundo a pesquisa CNI-Ibope.

De volta do retiro nas montanhas, Cabo Daciolo providenciou um alívio para a pancadaria. Em clima de “Namoro na TV”, o nanico se declarou para a mãe e a mulher, que estavam na plateia do debate. “Mãe, eu te amo! Varoa, eu te amo! Mulheres brasileiras, eu amo todas vocês!”, galanteou.

O charme do bombeiro derreteu até o coração radical de Guilherme Boulos. “Daciolo, a gente já estava com saudade”, desmanchou-se o líder dos sem-teto.

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