terça-feira, 25 de setembro de 2018

Entrevista: Gregori vê disputa de 'furor e ódio'

"Bolsonaro não convém ao Brasil, à crise ou às instituições brasileiras; é querer combater incêndio jogando álcool"

Por Maria Cristina Fernandes | Valor Econômico

SÃO PAULO - Aos 9 anos de idade, José Gregori teve todas as chances de ser recrutado para os pelotões precursores do bolsonarismo. Seu pai foi assassinado por um ex-funcionário que demitira. Entre vingar a morte do pai e a advocacia, seguiu a segunda opção. Foi nesta condição, como Secretário de Direitos Humanos do governo Fernando Henrique Cardoso, que liderou a Lei dos Desaparecidos Políticos, enfrentou os militares e ganhou em Jair Bolsonaro seu mais recorrente antagonista.

A crise na candidatura de Geraldo Alckmin, que leva à revoada da base social tucana rumo ao candidato do PSL, não o abala: "Bolsonaro não convém ao Brasil, à crise, às instituições. Não convém a ninguém, porque é querer combater incêndio com álcool".

Aos 86 anos, José Gregori sugere que os tribunais superiores não teriam mantido o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva preso se tivesse renunciado à candidatura. Afirma que seu partido, o PSDB, perdeu valor eleitoral com a corrupção e duvida de motivações golpistas nas Forças Armadas. Mas não de que esta é a mais radicalizada eleição da história republicana: "É uma disputa de furor e ódio como nunca se viu".

"Falha dos partidos em liderar 2013 e Lava-Jato geraram Bolsonaro"
Aos 9 anos de idade, José Gregori teve todas as chances de ser recrutado para os pelotões precursores do bolsonarismo. Seu pai, o engenheiro Henrique Gregori, foi assassinado aos 42 anos, por um ex-funcionário que demitira, deixando sete filhos nas mãos da pianista Ester. Na adolescência, entre vingar a morte do pai ou seguir a militância advocatícia pelos direitos humanos, Gregori ficou com a segunda opção, sob a estreita vigilância religiosa da mãe.

Militante da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, engajou-se em movimentos antigetulistas. O suicídio de Getúlio Vargas moveu sua bússola. No governo João Goulart, aproximou-se das Ligas Camponesas e do ministro San Tiago Dantas, de quem foi secretário particular. Depois do golpe, dedicou-se à defesa de presos políticos e à Comissão de Justica e Paz da Arquidiocese de São Paulo.

Ingressou no MDB na década de 1970 e sediou, em sua casa, a primeira reunião que faria do sociólogo Fernando Henrique Cardoso, seu vizinho de sítio em Ibiuna, suplente de senador de Franco Montoro, mandato que assumiria em 1978. Em 1982, elegeu-se deputado estadual. No governo FHC, ocupou a Secretaria Nacional de Direitos Humanos cargo em que liderou a aprovação da Lei dos Desaparecidos Políticos, que levou o Estado a indenizar familiares de guerrilheiros. Foi neste momento que se inauguraram seus antagonismos com Bolsonaro.

No dia 30 de julho deste ano, o filho de dona Ester resolveu oferecer uma chance para que o candidato do PSL se redimisse, nem que fosse por conveniência eleitoral. Em pergunta gravada, dirigiu-se ao entrevistado do "Roda Viva": "O deputado teria dito da tribuna da Câmara que um dos erros do movimento miliar de 1964 foi o de não ter mandado fuzilar Fernando Henrique Cardoso e José Gregori. É verdade?" Bolsonaro nem piscou: "Contra FH falei, mas de seu nome não porque você não merecia essa atenção toda. Um guerrilheiro do teu biotipo não procede."

Gregori está entre os tucanos que, em nenhuma hipótese, jamais votará em Bolsonaro. A adesão das bases do seu partido ao candidato do PSL levou, em grande parte, FHC a fazer uma carta, na semana passada, em que apela por uma candidatura distante dos extremismos. Gregori é mais veemente que o amigo na defesa de Geraldo Alckmin, na crença de que tudo ainda pode acontecer. Cobra do seu partido um compromisso mais inequívoco contra a corrupção mas é ainda mais duro com o ex-presidente Lula, cuja insistência em se tornar candidato lhe é equiparável à decisão de Jango em não aceitar o parlamentarismo. "Poderia dizer que abria mão da Presidência, julgado por uma Justica que ele, mais do que ninguém, ajudou a fortalecer, por um regime que, mais do que todos os outros, ele ajudou a construir e julgado por juízes que ele nomeou", diz.

Às vésperas dos 87 anos, Gregori está convencido de que os militares não abrem mão de duas convicções, a de que 1964 era necessário e sua repetição, um erro. Não tem dúvidas, porém, de que se trata da mais dramática sucessão, desde Vargas. A seguir, a entrevista, concedida na tarde de sexta-feira em sua casa, uma das poucas sem muros de Alto de Pinheiros, zona Oeste de São Paulo:

Valor: A democracia brasileira corre riscos?
José Gregori: O que me preocupa, desde que tive essa participação do lado de quem sofreu a ditadura, depois na superação da ditadura e, finalmente, na semeadura da democracia, é que a crise pôs a nu antigas feridas que a gente fez muita força para cicatrizar.

Valor: O senhor esperava que isso ainda pudesse acontecer?

Gregori: Como Bolsonaro sempre falava mal dos direitos humanos, a imprensa sempre vinha repercutir comigo, mas nunca o levei a sério. Sempre o considerei folclórico. Por isso me surpreendi ao saber que naquelas manifestações de 2013 na Avenida Paulista tinha um grupo que reivindicava a volta de 1964 e que um dos líderes era Bolsonaro. Hoje a coisa cresceu porque é mais do que um nome ou personalidade. É um movimento.

Valor: A que o senhor atribui o fato de várias lideranças políticas terem menosprezado o potencial daquele movimento?

Gregori: Aquilo saiu dos nossos cálculos. Do ponto de vista cronológico, 2013 foi o começo de alguma coisa que vai se encontrar com Lava-Jato, em 2014, na primeira vez que Moro foi aplaudido na Avenida Paulista, e no 'débâcle' da Dilma. O que nasceu como um movimento estudantil idealista, de catraca livre, de repente tomou um curso político e institucional, a ponto de Geraldo Alckmin e Fernando Haddad terem que recuar do aumento da passagem.

Valor: Qual o papel da Lava-Jato na ascensão de Bolsonaro?

Gregori: A operação tem um ativo e um passivo. O ativo é o fato de ter desenvolvido um método e uma coragem na apuração inéditas. Nunca se tinha chegado aos empreiteiros. Eles foram a fundo. Para isso foi necessário que a justiça federal e a Polícia Federal se desenvolvessem. Esta era uma instituição que eu via com alguma suspeita porque criada pelos militares. E o fato é que foram muito exigentes no recrutamento técnico dos quadros que recrutaram. Ganharam competência profissional.

Valor: E o negativo?

Gregori: Eles se expuseram demais a um circuito midiático que não é uma recomendação nem para juiz nem para promotor público. Também mostraram querer confundir os males que estavam apurando com o desempenho político geral. Não ficou claro que eles, ao punir o corrupto, não estavam punindo também a política. Não acho que tenha havido uma intencionalidade. Faltou liderança. Quando ascende sem liderança, dá extravasamentos prejudicais, contamina a política e a economia, onde se dá o desenvolvimento do país e a geração de emprego.

Valor: Mas por que, ao fim de quatro anos de Operação Lava-Jato, a política findou polarizada entre o rei da antipolítica e o maior prisioneiro da operação?

Gregori: O rei da antipolítica interpretou um sentimento. E o outro é uma das poucas lideranças que há no Brasil.

Valor: Esta eleição é comparável a alguma outra?

Gregori: Vi eleições em que o buffet comemorativo já estava contratado para o dia seguinte e, 24 horas depois, foram desfeitos, como na campanha de Fernando Henrique para prefeito de São Paulo. Vi uma campanha que, praticamente, não houve porque já estava decidida pela simpatia enorme que o povo de São Paulo nutria pelo Eduardo Suplicy e não perdoava a Marta ter se separado dele. Serra ganhou aquela eleição [2004] sem ter feito campanha. Já eleição em que quem subiu a rampa representava, durante muito tempo, o antivencedor, o [José] Sarney.

Valor: Mas nenhuma delas teve embutido o grau de animosidade da atual...

Gregori: Nenhuma delas. O que acontece agora é a existência de dois blocos que se retroalimentam de furor e ódio. O sujeito quer que fulano ganhe para derrotar sicrano. A racionalidade cai a zero. Juscelino [Kubitschek] não foi um presidente saudado por gregos e troianos com flores. Já havia um antijuscelinismo, fruto de um antigetulismo forte. Mas não se estabeleceu esse tipo de polarização

Valor: Nem com Getúlio?

Gregori: Não, na realidade a liderança antigetulista do todo poderoso [Carlos] Lacerda ainda não era forte em 1950. O PSD que fazia oposição a Getúlio escolheu para candidato o Cristiano Machado, que tinha um discurso de oposição convencional. Até porque era um homem pacífico, que fazia discursos, sobretudo, literários.

Valor: E como o senhor vê seu partido nessa campanha?

Gregori: Ele e todos os demais sofreram a crise que começou na Avenida Paulista. Não foram capazes de se contrapor à tendência que não consideraria intencional, mas foi real, da justiça, da promotoria e da polícia contra os partidos.

Valor: O PSDB errou ao tentar se valer da Lava-Jato?

Gregori: Não chegou a tanto porque os espaços foram curtos entre o tempo em que só o PT ficou na cadeira dos réus sem a companhia de todos os outros, inclusive do PSDB.

Valor: Se Lula não tivesse sido preso, a democracia também estaria em risco, como está hoje?

Gregori: A estratégia que o PT traçou deveria ter levado em conta o princípio de que você não pode ter dois resultados ao mesmo tempo. É muito difícil evitar prisão e chegar à Presidência. A insistência de fazer Lula candidato sob radicalização foi convite para prendê-lo. Ali poderia ter havido um gesto de renúncia pessoal para indicar um quadro do partido. Há muitos. Lula teria se transformado, de réu do processo, em condestável da crise.

Valor: O PT alega que se tivesse desistido da candidatura Lula seria uma admissão de culpa. Ele queria permanecer livre não para não ser candidato mas porque não era culpado. Não faz sentido?

Gregori: Poderiam ter usado o argumento, procedente, de que Lula estava abrindo mão do poder, julgado por uma justica que ele, mais do que ninguém, ajudou a fortalecer, por um regime que, mais do que todos os outros, ele ajudou a construir e julgado por juízes que ele nomeou. Seria difícil, diante de um discurso desses, não haver o reconhecimento de que um homem desses não merece ser preso. Seria um despojamento valorizado pelos tribunais

Valor: Então foi um julgamento político?

Gregori: Não, foi político do ponto de vista que ele seguiu o outro caminho, de querer que o processo seguisse. Mas é difícil julgar alguma coisa que envolva homem público que não tenha um componente político.

Valor: Tasso Jereissati chamou novamente o mea culpa do PSDB, dizendo que a ilegitimidade das eleições foi iniciada pelo PSDB, depois pela colaboração com as pautas bomba e, finalmente, pela participação no governo Michel Temer. O senhor concorda com essas criticas?

Gregori: Um velho politico da Bahia, Otávio Mangabeira, me ensinou que o julgamento de partidos e de campanhas deve ser feito com as urnas fechadas. Até lá é precipitado. Muita gente acha que ele fez isso em nome da pureza histórica que defende. Outros podem achar que ele fez isso para prejudicar o Geraldo [Alckmin].

Valor: Mas não é preciso que a campanha se conclua para se constatar que o PSDB está com dificuldades. O senhor as atribui a quê?

Gregori: Todos estão com dificuldades. Quem está na frente não é por causa de partido, é porque tem duas personalidades que são lideranças de sentimentos que polarizam. Não é o fato de ter aparecido um partido mais forte do que o PSDB ou pelo fato de o PSDB ser fraco. Todos os outros são fracos.

Valor: Se dois lideram porque galvanizam sentimentos, que sentimento é esse que falta ao PSDB?

Gregori: Acho que deveria ser, em primeiro lugar, se propor a fazer política por um preço maior de limpeza, mostrar que é possível um Brasil sem propina.

Valor: A aliança com o Centrão indicou um caminho inverso deste?

Gregori: Sim, a não ser que eles tenham convertido o Centrão em tão pouco tempo.

Valor: Alckmin acabou virando o candidato do sistema numa eleição antissistema?

Gregori: A eleição evidenciou uma polarização com uma carga de prejuízos para a democracia brasileira que não dá para ninguém dormir tranquilo seja com a vitória de um seja com a do outro

Valor: O senhor equipara a vitória de Haddad hoje com a do Bolsonaro, um risco para a democracia?

Gregori: O problema como está colocado é um tipo de competição que pode levar a um atravancamento da expansão cultural, social e econômica que o Brasil precisa.

Valor: Ambos travariam essa expansão com os mesmos métodos?

Gregori: Com a mesma radicalização. Vai ser difícil, pelo ponto que a coisa chegou, de um lado aceitar, sem querer revanche, a vitória do outro lado.

Valor: O senhor diz que o grande risco é que um não aceite a vitória do outro, mas, do lado do Bolsonaro, quem não aceitaria tem o monopólio da força. Não faz diferença?

Gregori: Não exatamente

Valor: Mas foi o que sugeriu o general Eduardo Villas Bôas, e o que disse mais claramente o general Hamilton Mourão...

Gregori: Como vozes isoladas

Valor: Mas o Villas Bôas é o comandante do Exército. Como pode estar isolado?

Gregori: Ele se atrapalhou num pensamento complexo, muito acadêmico. É claro que a vitória de um e de outro tem riscos. Por isso não estou nem com um nem com o outro. Estou à procura de uma solução que evite isso. Mas não vejo mobilização militar. Ainda será travada no campo da sociedade civil, da política e da imprensa

Valor: Mas da mesma maneira que todos foram surpreendidos pela ascensão do bolsonarismo, não se subestima hoje o risco de um golpe?

Gregori: É um risco que ainda vamos tentar evitar, ainda não se materializou. A terceira via facilitaria muito o desfecho dessa radicalização, ainda que o desfecho não seja esse de uma intervenção. Não chega a esse ponto porque a propensão à aceitabilidade de resultados eleitorais no Brasil não é uma coisa totalmente norueguesa mas é suficiente para não fomentar reação.

Valor: O fato de serem tratados como facínoras teria acumulado no Exército essa determinação de dar a volta por cima?

Gregori: Uma boa parte das Forças Armadas deve votar em Bolsonaro. Mas descarto que, se ele perder, cheguem ao ponto de conspirar. Digo isso como alguém que fez uma das coisas mais melindrosas que alguém podia ter feito no Brasil que foi a Lei dos Desaparecidos Políticos. Reconheci a morte violenta de [Carlos] Marighella quando o regime não estava consolidado. Acho que as Forças Armadas, como instituição, se convenceram de que precisava fazer 64, mas que seria um erro catastrófico repeti-lo.

Valor: Em sua carta aos eleitores, o ex-presidente Fernando Henrique não cita nenhum nome. Só o de [Winston] Churchill. Por que?

Gregori: A carta foi de um estadista, pela convivência que tive com homens públicos que merecem este nome. Eles têm uma dupla visão. Não podem deixar de ter uma visão partidária e de pensar no país. Ele está pensando no país e não no partido ou no candidato. Vem uma eleição, o Brasil está tridividido. Tem um grupo com uma solução radical. Tem outra quase equivalente. E uma terceira bem menos radical, que, a bem do país, se deve preferir. Simples assim.

Valor: A carta do FH veio à tona junto com outras cartas, que, ao contrário da dele, excluíam nomes e fulanizaram nos quatro candidatos do centro. FH abriu mais as portas para conter a base social do PSDB contra a tentação bolsonarista?

Gregori: É cedo para se tomar como definitivas essas rompâncias. O processo eleitoral é dinâmico. Quem falar para mim em guerrilha por causa da vitória do Bolsonaro, vou levar tão a sério, ou sem seriedade alguma quanto aquele que falar que se Bolsonaro perder, o Exército recorrerá à violência.

Valor: Mas um tem o monopólio da violência. O outro tem um estilingue..

Gregori: Mas esse monopólio é uma coisa que precisa ser ativada. E não é fácil ativar.

Valor: Em 1964 não foi tão difícil assim, né?

Gregori: Em 64 teve erro de todos lados, inclusive do nosso. Você não pode provocar uma sedição militar no Rio num clima daqueles e esperar que não haja reação. Jango tinha um cunhado como [Leonel] Brizola que, no comício da Central, ao qual estive presente, propôs o fechamento do Congresso. É diferente de uma eleição que, a rigor, está se passando quase que nos estúdios da Globonews.

Valor: Mas o senhor vê, em setores da esquerda, algo comparável ao que Jango e Brizola fizeram nas vésperas do golpe?

Gregori: Se Jango tivesse aceitado o parlamentarismo e apoiado o San Tiago Dantas para primeiro-ministro, o desfecho talvez tivesse sido outro.

Valor: O senhor compara a atitude do Jango à insistência do Lula em ser candidato?

Gregori: Sim

Valor: Como o senhor acha que a história pode vir a julgar Alckmin no futuro?

Gregori: Geraldo em toda a crise, como governador, nunca colocou lenha na fogueira. Sua serenidade fez por merecer meu voto. Ele contribui para deseletrizar o Brasil. Confesso que não é um raciocínio fácil de ser transmitido, porque é de um brasileiro que teve uma série de privilégios de carreira e de vivências.

Valor: O senhor não enxerga no comportamento de Alckmin a responsabilidade pelo risco de o PSDB em caso de sua derrota e vitória do João Doria, cair nas mãos deste?

Gregori: Uma vitória de Doria, maiúscula como foi, deveria satisfazê-lo por quatro anos na prefeitura.

Valor: Na promulgacão da constituinte, Ulysses disse "temos ódio a ditadura. Ódio e nojo". O senhor acha que os tucanos hoje tem mais ódio à ditadura ou ao PT?

Gregori: A gente tem que aceitar o adversário, respeitar o diferente e procurar conter o mais possível a tendência a transformar o adversário em inimigo. Nunca deixei de reconhecer o que o PT fez pela democracia. Nunca deixei de lamentar o que terá deixado de fazer. Mas não podemos esquecer o que os outros partidos fizeram e deixaram de fazer. Talvez não viva o suficiente para ver, mas o primeiro historiador desapaixonado vai chegar à constatação de que, nesta crise, ninguém saiu bem na foto.

Valor: Caso o PT passe para o segundo turno, como reagirá o PSDB?

Gregori: No momento em que registro minha candidatura me submeto à regra de ouro: quem tiver mais votos é o vencedor. O vencedor deve tomar posse. O empossado deve governar

Valor: O senhor, como alguém que não merece ser fuzilado, votaria em Bolsonaro?

Gregori: Não, em nenhuma hipótese. Nenhuma. Não convém ao Brasil, à crise, às instituições, não convém a ninguém porque é querer combater incêndio com álcool.

Valor: O senhor está empenhado em eleger Alckmin, mas se ele não for ao segundo turno, o senhor não vota no Bolsonaro. O senhor votaria no PT ou em Ciro Gomes?

Gregori: Ainda estou esperançoso. Já vi coisas acontecerem em 24 ou 48 horas, que modificam totalmente o panorama. Vimos a eleição de [Luiza] Erundina que virou em 24 horas. A gente fica em cima de pesquisas como se fossem respostas dadas em defesa de cátedra. Como dizia San Tiago Dantas, em regime de Estado Maior, a gente deve pensar em todas as hipóteses.

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