quinta-feira, 20 de setembro de 2018

'Estarei no segundo turno e vou ganhar', afirma Alckmin

Por Ivan Ryngelblum | Valor Econômico

SÃO PAULO - O candidato à Presidência pelo PSDB, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, demonstrou nesta quarta-feira que ainda está confiante quanto às possibilidades de estar no segundo turno e voltou a criticar os rivais Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), afirmando que se tratam de dois caminhos "equivocados" para o futuro do país.

Apesar de estar em quarto lugar nas pesquisas de intenção de voto, Alckmin afirmou que o primeiro turno é definido apenas nas última semana, citando o crescimento experimentado por ele em 2006, quando diminuiu a diferença para o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de 24 pontos percentuais (pp) para 7 pp, e a queda que Marina Silva (Rede) experimentou em 2014, na eleição presidencial.

"As eleições experimentam ondas. Já tivemos a onda Marina [Silva], a onda Ciro [Gomes]. A que vale é a última onda", disse ele em evento promovido pela revista “Veja”, em São Paulo. "Nós vamos estar no segundo turno e vamos ganhar as eleições.”

Ele comentou ainda os problemas enfrentados com sua base aliada, com integrantes dos partidos que o apoiam nas eleições estarem fazendo campanha para seus rivais, como Bolsonaro e Haddad. Para ele, isso é resultado do atual modelo político, que precisa ser reformado. "Cada Estado tem uma lógica diferente", afirmou. "Chama-se instinto de sobrevivência. Primeiro é o local, depois a região e depois o país. A composição é de baixo para cima.”

O ex-governador voltou a criticar Bolsonaro, afirmando que o presidenciável não possui chances de vencer Haddad no segundo turno. Para ele, o petista deve estar na segunda fase diante da sua curva de crescimento, enquanto o candidato do PSL atingiu o teto de intenção de votos.

"Tem muitas pessoas bem intensionadas que tem intenção de votar no Bolsonaro por entenderem que ele é o único que pode derrotar o PT" disse. "Mas é o contrário, ele é o passaporte para a volta do PT, porque no segundo turno é a menor rejeição, e Bolsonaro perde para qualquer dos candidatos".

Alckmin afirmou também que Bolsonaro é corporativista, passando sua vida parlamentar votando contra projetos considerados por ele importante para a economia, como o Plano Real e o cadastro positivo. "Ele é o retrato do corporativismo", disse. "É um atraso.”

O tucano criticou Haddad, afirmando que petista representa um projeto voltado única e exclusivamente para a manutenção do poder e do atraso econômico. Segundo Alckmin, trata-se de uma escolha pelo "obscurantismo". "Como o PT não tem limites para o poder. Eles comprometeram as finanças públicas", afirmou Alckmin. "Quebraram o governo federal e o resultado está aí, são 13 milhões de desempregados, além de outros tantos desalentados.”

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