quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Maia consolida apoios

PP, MDB e PTB desistem de disputa

Por Marcelo Ribeiro e Raphael Di Cunto | Valor Econômico

BRASÍLIA- Sem apoio da esquerda à pretensão de rivalizar com Rodrigo Maia (DEM-RJ), PP, MDB e PTB desistiram de formar um bloco próprio e devem formalizar hoje o apoio à recondução do parlamentar do DEM ao principal cargo da Mesa Diretora da Casa. O martelo ainda não foi batido, porque as legendas negociam os espaços que ocuparão na Mesa e nas comissões temáticas, já que Maia se comprometeu a entregar os melhores cargos aos outros partidos que compõem o seu bloco.

Com a provável adesão destes partidos, a candidatura de Maia fica ainda mais consolidada e, embora alguns parlamentares dessas legendas apresentem postulações avulsas, o presidente da Casa já com o apoio da maioria dos partidos - que já somariam mais do que os 257 votos necessários para ser reconduzido ao comando da Casa no primeiro turno.

Diferente do líder do PP, Arthur Lira (AL), que desistiu da disputa anteontem, diante das dificuldades de compor com partidos da esquerda para fazer frente à postulação de Maia, o vice-presidente da Câmara, Fabio Ramalho (MDB-MG) e o deputado Ricardo Barros (PP-PR) afirmaram ontem que, apesar da decisão das siglas, vão manter suas candidaturas avulsas ao comando da Casa. Já Alceu Moreira (MDB-RS), que também disse que seguirá na disputa, admitiu que discutirá o assunto com a bancada do MDB ainda hoje.

"O líder do partido me disse que fizeram os blocos parlamentares para organizar os espaços da Casa, mas não há nenhuma decisão sobre a presidência da Câmara, assim, o MDB não tem nenhum problema que eu seja ou que não seja candidato", disse Moreira.

Após PP, MDB e PTB decidirem aderir à sua candidatura na reta final, Maia revisitou a divisão de cargos entre os aliados e fez algumas adequações. Pelo apoio do PP, Maia ofereceu a segunda secretaria, responsável pela concessão de passaportes diplomáticos a parlamentares e seus familiares. Originalmente, o cargo ficaria com o PSD, que aceitou abrir mão do cargo para garantir que o partido de Lira passasse a integrar a base de apoio à candidatura de Maia.

A postura da legenda comandada pelo ex-ministro Gilberto Kassab pode ser explicada pelo fato de o PP ter se afastado de Maia, após o presidente da Câmara oferecer ao PSD, em troca de apoio a sua reeleição, a relatoria da Comissão de Orçamento de 2020. O cargo era almejado pelo PP. À época, a oferta de Maia ao PSD selou a decisão de Lira de lançar candidatura própria ao comando da Casa.

Pelo apoio do MDB, o parlamentar do DEM ofereceu uma das vagas de suplente da Mesa Diretora da Casa, além do comando e uma das estruturas da Casa, que pode ser desde a Corregedoria até a Procuradoria Parlamentar.

Diante do aceno dos três partidos à postulação de Maia, ontem, o PSB também reuniu-se para discutir uma adesão ao bloco do presidente da Câmara, em troca de espaços mais relevantes nas comissões. Há duas semanas, a sigla decidiu que não apoiaria Maia, mas reavalia esse posicionamento porque outros partidos que negociavam com o PSB, como PCdoB e PDT, mantiveram o apoio ao parlamentar do DEM.

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