quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

OPINIÃO DO DIA – Monsenhor Diego Padrón: moralmente inaceitável

Alterar a Constituição para alcançar um objetivo político é moralmente inaceitável. Está em grave risco a estabilidade política e social da nação. Este é um momento histórico, difícil e incerto com características de uma situação complexa que poderia conduzir o país a uma encruzilhada perigosa.

Monsenhor Diego Padrón, presidente da Confederação Episcopal Venezuelana.

Manchetes de alguns dos principais jornais do País

O GLOBO
Para onde vai a Venezuela? - Tribunal estende mandato e Dilma apoia
Risco de racionamento - Governo conta com térmicas e São Pedro
Copa 2014 - Maracanã tem novo adiamento
Verbas extras em alta - No Senado, gasto de R$ 21 milhões

FOLHA DE S. PAULO
Mensalão é muito maior, afirma procurador-geral
Novo governo Chávez tem início mesmo sem sua posse
Para reduzir tarifa, governo estuda ratear custo extra
Dilma exige que ajuda a bolsistas seja paga até a semana que vem
Senadores ficam com salário extra após criticá-lo

O ESTADO DE S. PAULO
Governo garante energia com uso de usinas térmicas
Sem posse, Supremo permite novo mandato de Chávez
PT diz que investigar Lula por mensalão é 'absurdo'
Coleta atrasa e lixo reciclável acumula em SP
Parcela de fundo de Estado é paga

VALOR ECONÔMICO
Política muda e geração de térmicas será permanente
BTG capta US$ 1 bilhão em bônus
2013 desafia o brilho dos fundos mistos
Plano de SP na educação será vitrine para Dilma
Acaba fronteira entre teles e empresas de TI

BRASIL ECONÔMICO
Dilma aciona sua tropa de choque contra a ameaça de racionamento
Justiça venezuelana referenda o adiamento da posse de Chávez
Falta de investimentos privados aumenta pressão sobre a inflação
Bancos pedem à CVM mudanças em fundos de infraestrutura
Crise internacional leva Tesouro a adiar emissão de título

CORREIO BRAZILIENSE
Racionamento? Governo nega e aposta na chuva
Teto da aposentadoria vai a R$ 4.157,05
Domésticas ainda longe da legalidade

ESTADO DE MINAS
Anel trava obras na grande BH
Justiça permite adiar data da posse de Chávez.
Pagamento de 14º e 15º aos vereadores na mira do MP

O TEMPO (MG)
Câmara: Salário de R$ 14,7 mil em 2016
Contagem: Petistas ignoram promessa e entram no governo de Carlin
PPS protocola pedido de quebra de sigilo de Rose
Candidatura de Aécio não depende de Serra, diz Guerra
Governo admite impacto de até 3%na conta de energia

GAZETA DO POVO (PR)
Governo descarta desabastecimento de energia e gás
Justiça garante adiamento de posse de Chávez
Brasil teve recorde de acidentes aéreos em 2012
União vai pagar salário de diretores de ONGs
Dilma dribla decisão do STF para repassar verba aos estados

ZERO HORA (RS)
Preço alto projeta maior safra de soja do Estado

JORNAL DO COMMERCIO (PE)
Aposentado ganha 6,15%
Racionamento de energia é descartado



PT reage e chama de 'absurda' investigação de Lula por mensalão

PT diz que investigar Lula é ‘absurdo’ e prepara ato em defesa de ex-presidente

Envio de depoimento de Marcos Valério para apuração na primeira instância do Ministério Público, por decisão da PGR, mobiliza petistas, que acusam o operador do esquema de ‘manobra sórdida’

Denise Madueño, Vera Rosa e Daiene Cardoso

BRASÍLIA - O PT reagiu com veemência à decisão da Procuradoria-Geral da República de mandar investigar as acusações de Marcos Valério Fernandes de Souza contra Luiz Inácio Lula a Silva. Após ser condenado no julgamento do mensalão, o empresário mineiro passou a acusar o ex-presidente de ter sido beneficiado pelo esquema. O partido classifica a atitude como uma "manobra sórdida" e deve transformar a festa de seus 33 anos de fundação, agora em fevereiro, num ato político de desagravo ao seu principal líder.

O Estado revelou na quarta-feira, 9, que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, informou a colegas que irá encaminhar o depoimento de Valério, prestado em 24 de setembro, à primeira instância do Ministério Público Federal - após deixar a Presidência, Lula deixou de ter foro privilegiado e terá seu caso analisado por procuradores federais de Minas, São Paulo ou Distrito Federal.

Gurgel divulgou uma nota oficial na qual afirma ainda não ter tomado a decisão (mais informações abaixo). Fontes da Procuradoria-Geral, porém, confirmaram ao Estado que a decisão de dar prosseguimento ao caso já foi de fato tomada em dezembro.

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), disse considerar "um absurdo" o Ministério Público apurar se houve envolvimento de Lula no mensalão. Na mesma linha, dirigentes do PT apontaram o dedo para Valério, acusando-o de tentar criar um fato político para minimizar o impacto de sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal - o empresário foi condenado a mais de 40 anos de prisão e tenta, por meio de novas informações, diminuir a pena ao receber o benefício da chamada delação premiada.

No depoimento prestado à Procuradoria-Geral em setembro, Valério disse que pagou despesas pessoais de Lula, no início de 2003, por meio de depósito na conta da empresa de segurança Caso, de propriedade do ex-assessor da Presidência Freud Godoy.

"É um absurdo que se produza uma nova investigação sobre esse tema, envolvendo o presidente Lula. Esse tema foi investigado à exaustão", disse Maia, ao lembrar que 25 réus foram condenados pelo Supremo. "Além disso, houve uma CPI e todas as pessoas investigadas tiveram suas vidas devassadas. Qualquer tentativa de envolver o presidente Lula nisso não tem cabimento."

Para Maia, Valério "não é confiável". "É um homem condenado a 40 anos de cadeia e busca, agora, criar um fato político para atenuar sua condição. Não me parece razoável que tenha de se reabrir um caso que já foi tratado nas mais diversas instâncias", completou o presidente da Câmara. "É uma manobra sórdida de alguém que tenta sair do buraco", emendou o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP).

Lula sempre negou conhecer Valério, a quem chamou de "mentiroso" e "jogador". O ex-presidente descansa em Angra dos Reis (RJ) com a família e não quer alimentar o assunto.

O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, divulgou nota na quarta-feira na qual afirma que Gurgel "desmentiu" ter a intenção de investigar o petista. Ele criticou o jornal. "Em relação à manchete de primeira página do jornal O Estado de S. Paulo (...) lamento profundamente que o jornal tenha induzido ao erro seus leitores e outros órgãos da imprensa, já que não há hoje nenhuma decisão oficial sobre o assunto por parte da Procuradoria-Geral da República, de acordo com manifestação oficial do órgão desmentindo a matéria. Estranho tal equívoco na primeira página de um jornal tão tradicional como O Estado de S. Paulo, e prefiro acreditar que não existiu nenhum viés mal-intencionado no ocorrido", afirma a nota.

No mesmo depoimento em que acusou Lula, Valério afirmou ter sido ameaçado de morte por Okamotto a fim de que não contasse o que sabia. "Se o Ministério Público tem algum elemento de credibilidade e acha relevante fazer a investigação sobre isso (a acusação de ameaça), acho que tem mais é de fazer. Esse é o papel do Ministério Público", disse Okamotto quando o conteúdo do depoimento foi revelado pelo Estado em dezembro.

Para o secretário de Assuntos Institucionais do PT, Vilson Oliveira, o partido não tem nada a temer. "No aniversário do PT, em fevereiro, vamos fazer um ato político na Câmara em defesa de Lula, do partido e de todos os nossos militantes. É um ato pró-PT."

Além de comemorar 33 anos, o PT completa em 2013 uma década à frente da Presidência, desde a eleição de Lula e agora com Dilma Rousseff. "Não é a primeira vez que tentam criminalizar o legado de Lula", disse o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE). "O procurador pode mandar o depoimento para a primeira instância e vai ver que não tem nada", afirmou o secretário de Assuntos Institucionais do PT. "Ele deveria agir sempre assim, mas das outras vezes não foi tão rápido", ironizou. No ano passado, o PT acusou Gurgel de engavetar investigações que apontavam a ligação entre o então senador Demóstenes Torres e o contraventor Carlos Cachoeira.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Esquema do mensalão é muito mais amplo, diz Procurador-Geral

Chefe do Ministério Público afirma que denúncia feita ao Supremo incluiu apenas aquilo que era possível provar

Para Gurgel, a fala em que Valério acusa Lula de envolvimento no caso foi uma tentativa de 'melar' o julgamento

Felipe Seligman, Matheus Leitão

BRASÍLIA - Protagonista no maior julgamento da história do Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, 58, afirmou à Folha que o esquema do mensalão é "muito maior, muito mais amplo, do que aquilo que acabou sendo objeto da denúncia".

"O que constou da denúncia foi o que foi possível provar, com elementos razoáveis para dar a base [a ela]", afirma Gurgel em uma de suas raras entrevistas exclusivas desde que assumiu, em 2009.

Ele diz que o depoimento prestado em setembro pelo operador do esquema, Marcos Valério, pretendia "melar o julgamento".

O desafio

Gurgel afirma que o grande desafio do processo foi provar a responsabilidade do núcleo político do esquema, entre eles o do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT).
"O grande desafio desse processo era provar a responsabilidade do chamado núcleo político. Porque essa prova é diferenciada. (...) Pessoas do topo da quadrilha têm sempre uma participação cuidadosa e provas diretas são praticamente impossíveis."

Dirceu

O procurador-geral afirma ter ficado provada a participação do ex-ministro da Casa Civil de Lula em episódios relacionados ao mensalão. "Fazia-se um determinado acerto com algum partido e dizia-se: quem tem que bater o martelo é o José Dirceu. Aí, ou ele dava uma entrada rápida na sala ou alguém dava um telefonema e ele dizia: 'Está ok, pode fechar o acordo'", diz Gurgel.
Ele diz haver "uma série de de elementos de prova" que apontam para a participação efetiva de Dirceu. "Não é prova direta. Em nenhum momento nós apresentamos ele passando recibo sobre uma determinada quantia ou uma ordem escrita dele para que tal pagamento fosse feito ao partido 'X' com a finalidade de angariar apoio do governo. Nós apresentamos uma prova que evidenciava que ele estava, sim, no topo dessa organização criminosa", diz o procurador.

Ele cita a teoria do domínio do fato, segundo a qual o autor não é só quem executa o crime, mas quem tem o poder de decidir sua realização.

"A teoria do domínio do fato vem para dizer que essas provas indicam que ele se encontrava numa posição de liderança nesse sistema criminoso. Então, é possível, sim, responsabilizá-lo a despeito da inexistência da prova direta. Prova havia bastante do envolvimento dele."

Mensalão

"Estávamos diante de algo muito grande e muito maior do que aquilo que acabou sendo objeto da denúncia", diz ele, para quem o autor da denúncia, o antecessor Antonio Fernando Souza, fez uma opção "corretíssima".

"Quando nos defrontamos em qualquer investigação com um esquema criminoso muito amplo, você tem que optar, em determinado momento, por limitar essa investigação. Quando é ampla demais, a investigação não tem fim. Ao final, ninguém vai ser responsabilizado", diz.

Gurgel segue: "Haveria muito mais, esse esquema seria ainda muito mais amplo do que aquilo que constou da denúncia. Mas o que constou da denúncia foi o que foi possível provar, com elementos razoáveis. (...) Eu diria que aquilo que foi julgado representa apenas uma parte de algo que era muito maior".

Lula

O procurador diz não ter visto o mínimo de elementos que apontassem participação do ex-presidente Lula e afirmou que seu caso será provavelmente remetido para análise na primeira instância.

"O que se quis foi oferecer uma denúncia fundamentada em provas", declara Gurgel, acrescentando que era "uma das primeiras vezes que se responsabilizava todo um grupo que dominava o partido do governo". "Em relação ao presidente, precisaria ter a prova mais que robusta porque seria uma irresponsabilidade denunciar um presidente. É muito mais difícil."

Valério

Gurgel diz que Valério queria obter benefícios, como a redução de penas, com o depoimento prestado em setembro em que acusa Lula de ter sido beneficiado pessoalmente com recursos do esquema.

"Percebi claramente que se fôssemos admitir qualquer tipo de elemento de prova adicional, teríamos que anular o início do julgamento e reabrir a instrução criminal. Aquilo significava em português claríssimo melar o julgamento. Eles queriam melar o julgamento. Eu vi essa tentativa não como dele, mas como uma tentativa que favoreceria todo mundo", diz.

"A primeira coisa que disse a ele: nada nesse novo depoimento seria utilizado e nenhum benefício ele teria na ação 470. Na verdade, acho que ele pensava mais em embolar o julgamento."

O procurador afirma ainda que Valério pediu sigilo, pois "não teria 24 horas de vida", caso o depoimento viesse a público. "Ele prestou um depoimento de duas horas e a primeira impressão foi a de que o depoimento trazia elementos novos, mas nada de bombástico. É um depoimento que robustece algumas teses do Ministério Público em relação a todo o esquema criminoso e da participação do núcleo politico", diz Gurgel.

Ele lembra uma outra história de Valério: "É uma pessoa extremamente hábil. Houve um momento que ele apareceu aqui, quando Antonio Fernando era o procurador, para também prestar um depoimento que derrubaria a República. Não tinha absolutamente nada".

Legado

"É um marco, talvez um divisor de águas na história de responsabilizar pessoas envolvidas em esquema de corrupção no país", diz Gurgel.

Para o chefe do Ministério Público Federal, utilizar nos crimes de colarinho branco os mesmos parâmetros de crimes como furto e roubo "é assegurar a impunidade".

"O Supremo assentou que é preciso prova, e robusta, para qualquer condenação, mas o tipo de prova não é o mesmo de crimes mais simples."

Fonte: Folha de S. Paulo

Gurgel pede prisão imediata de deputado

Procurador-geral quer que o Supremo decrete a detenção de Natan Donadon, condenado a 13 anos de cadeia pelo próprio STF

Helena Mader

A tensão entre o Legislativo e o Judiciário ganhou ontem mais um ingrediente. Condenado em outubro de 2010, mas até hoje livre e com mandato, o deputado federal Natan Donadon (PMDB-RO) deve ser o primeiro parlamentar preso no exercício do cargo após sentença condenatória do Supremo Tribunal Federal. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu ao presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, a prisão imediata do deputado, considerado culpado das acusações de peculato e formação de quadrilha. Ele foi condenado a 13 anos e 4 meses de cadeia, mas ainda circula livremente pelos corredores da Câmara, porque seus advogados recorreram da decisão da Corte. Os embargos foram rejeitados por unanimidade no último dia 13, mas ainda não houve a publicação desse acórdão específico — o da condenação já saiu no Diário da Justiça. O procurador argumenta que não há mais possibilidade de apresentação de outros recursos. Mas a defesa de Natan Donadon alega que a prisão antes do trânsito em julgado do processo seria uma ilegalidade.

Se a prisão parece iminente, o mesmo não se pode falar da cassação do mandato de Donadon. Como não houve pedido do Ministério Público para a perda do cargo, o caso não foi discutido durante o julgamento no Supremo, ao contrário do que ocorreu no mensalão. Somente com a detenção em regime fechado do parlamentar é que a Câmara dos Deputados tratará sobre o caso. Como Natan precisa ficar pelo menos dois anos na cadeia para pedir o benefício da progressão de pena para o regime semiaberto, seu mandato já estará terminado ao fim do cumprimento da pena e ele não poderá voltar à Câmara.

No mês passado, o ministro Joaquim Barbosa rejeitou o pedido da Procuradoria Geral da República para a prisão imediata dos condenados por envolvimento com o mensalão. O presidente do Supremo alegou que seria incabível a execução da pena antes do trânsito em julgado da condenação. Mas o caso de Natan Donadon tem diferenças com relação aos réus da Ação Penal 470, tendo em vista que o acórdão da condenação já foi publicado. Ainda existe a possibilidade de a defesa do deputado recorrer contra a rejeição dos embargos de declaração. Mas o Supremo pode entender que a medida tem objetivo exclusivamente protelatório e determinar o cumprimento imediato da sentença.

Na petição enviada ao Supremo, o procurador-geral de Justiça alega que, embora o acórdão não tenha sido publicado, "o recolhimento do réu à prisão é medida que se impõe, pois o acórdão condenatório proferido pelo plenário do Supremo carrega a característica de definitividade".

"Forma açodada"

O presidente do Supremo tem três alternativas em relação ao pedido da PRG: recusar a prisão imediata; acatar a petição e mandar o deputado para a cadeia; ou pode ainda remeter o documento à relatora da Ação Penal 396, ministra Cármen Lúcia, para que ela analise o caso depois do recesso. Natan Donadon foi condenado por envolvimento no desvio de recursos da Assembleia Legislativa de Rondônia. Como diretor financeiro da Casa, ele e outros sete corréus teriam se apropriado indevidamente de R$ 1,6 milhão durante a execução de contratos de propaganda.

O advogado do parlamentar, Nabor Bulhões, acredita na possibilidade de reversão da condenação com a apresentação de novos recursos e defende a ilegalidade da prisão imediata. Nos embargos apresentados ao Supremo, a defesa de Natan argumentou que a pena aplicada ficou muito superior às definidas em primeira instância para os corréus. "Houve desmembramento do processo e corréus com imputações mais graves foram absolvidos ou tiveram penas que garantem cumprimento em regime aberto. Nesses casos, o Supremo tem precedentes de que deve prevalecer o princípio da isonomia. Não importa se essas decisões forem proferidas por instâncias distintas", acrescentou o advogado do deputado.

Em 2010, Natan Donadon renunciou ao mandato anterior na esperança de escapar do julgamento no STF mas, ainda assim, a Corte entendeu que tinha competência para analisar o caso. Depois do escândalo, Donadon foi reeleito pela população de Rondônia e voltou à Câmara. Desde a condenação, o deputado raramente é visto nos corredores da Casa.

Para Nabor Bulhões, o Ministério Público está agindo "de forma açodada e motivado por pressão da imprensa". Ele diz que a rejeição dos embargos sem a publicação do acórdão não configura trânsito em julgado. "Espero que o eminente presidente do Supremo rejeite esse, pedido porque ele contraria o acórdão do próprio tribunal. O trânsito em julgado só ocorrerá 15 dias depois da publicação do acórdão, caso não haja novo recurso", concluiu Nabor, sem confirmar se entrará com novos recursos contra os embargos já rejeitados pelo STF.

Denúncias de Valério

A Procuradoria Geral da República informou ontem que ainda não começou a apurar as denúncias do empresário Marcos Valério contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por meio de nota, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que, somente depois de analisar as denúncias de Valério, vai informar o que será feito com o depoimento do acusado de ser o operador do mensalão. "Portanto, não há qualquer decisão em relação a uma possível investigação do caso", diz a nota divulgada pelo Ministério Público.

Mais cinco na fila

O destino de Natan Donadon será decisivo para outros cinco deputados condenados pelo Supremo que ainda têm mandato. Além do representante de Rondônia, o parlamentar Asdrúbal Bentes (PMDB-PA) e quatro réus condenados pelo mensalão acompanham com apreensão o andamento processual enquanto aguardam o trânsito em julgado das sentenças. José Genoino (PT-SP), que tomou posse no início do mês, João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT) estão na mesma situação, já que o Supremo rejeitou a prisão antes da publicação do acórdão. Bentes, por sua vez, foi condenado a cumprir pena em regime aberto. Ele é acusado de oferecer cirurgias de esterilização a mulheres em troca de votos nas eleições municipais de 2004, quando concorreu à prefeitura de Marabá (PA), e recebeu pena de 3 anos de cadeia.

Em 28 de outubro de 2010, o Supremo condenou o deputado federal Natan Donadon a 11 anos e 1 mês de prisão pelo crime de peculato. Por conta da denúncia de formação de quadrilha, Natan foi condenado a 2 anos e 3 meses de reclusão. As penas fixadas ficaram muito próximas às máximas definidas na legislação. O STF determinou o cumprimento da pena em regime fechado. A publicação do acórdão só ocorreu exatos seis meses depois, em 28 de abril de 2011. Em 4 de maio do mesmo ano, a defesa do deputado apresentou um embargo de declaração. O caso só foi analisado em 13 de dezembro do ano passado. Por unanimidade, os ministros rejeitaram o pedido formulado pelos advogados. Como os prazos processuais ficam suspensos durante o recesso do Judiciário, a publicação do acórdão deve ocorrer a partir de 1º de fevereiro, quando o Supremo retoma os trabalhos.

O ministro do Supremo Marco Aurélio Mello lembra que há diferenças importantes entre o caso de Natan e o dos condenados pelo mensalão. Ainda assim, ele defende que não haja prisão antes do trânsito em julgado. "Só cabe prisão para executar pena imposta na sentença condenatória quando não couber recurso contra a decisão. No caso concreto, ainda não houve a publicação do acórdão", explica. "Na Ação Penal 470, não havia sequer o acórdão resultante do julgamento. Nesse caso, há dois pronunciamentos do Supremo. Mas se eu estivesse na presidência, eu determinaria o envio à relatora e aguardaria a reabertura do ano do Judiciário. Não há sangria desatada e não há risco de prescrição porque pena é alargada", acrescentou.

Fonte: Correio Braziliense

Candidatura de Aécio não depende de Serra, diz Guerra

Sucessão 2014.Presidente PSDB reafirma nome de senador mineiro para o Planalto

PPS discute alternativas e não descarta acolher José Serra

BRASÍLIA. O presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), reafirmou a candidatura do senador Aécio Neves (MG) para a Presidência da República em 2014, independentemente das pretensões eleitorais do ex-governador José Serra. Segundo a "Folha de S.
Paulo", Serra avalia sair do PSDB para viabilizar seu sonho de disputar a Presidência mais uma vez.

Para Guerra, o ex-governador de São Paulo não deve deixar o partido. "Desconheço esse assunto. Serra não me falou em trocar de partido. Ele falou em ficar uns dias pensando na política e no Brasil. Sempre imagino o Serra, satisfeito ou contrariado, dentro do PSDB."

O líder tucano não se intimidou com a possibilidade de perder Serra para outra sigla, e reafirmou que "Aécio deve ser o presidente do PSDB", alicerçando sua campanha para Planalto. "O Brasil precisa da candidatura de Aécio neste momento", disse Guerra.

A tendência hoje é que Aécio, que é rival de Serra na disputa interna de poder, assuma o controle do partido. Um dos articuladores da campanha do senador mineiro, o presidente do PSDB de Minas, Marcus Pestana, afirma que "a percepção majoritária no PSDB é pela necessidade de renovar e apresentar propostas com olho no futuro". "Nove entre dez tucanos enxergam no Aécio o líder desse novo ciclo."

Já o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, reafirmou que ainda é cedo para que o PSDB defina a candidatura. "Esse é o ano de os pré-candidatos percorrerem o Brasil e discutirem os temas do país. Entendo que a definição de candidato não precisa ser agora", disse.

PPS. Desde ontem, a Executiva Nacional do PPS realiza um encontro para discutir alternativas eleitorais para a disputa de 2014, entre elas a aproximação do partido com o ex-governador José Serra. O assunto deve estar na pauta da reunião de hoje. Segundo o deputado federal Rubens Bueno (PR), secretário geral do PPS, o partido não descarta acolher o tucano como alternativa para 2014. "É um nome considerado, não há dúvida, assim como a Marina", disse, em referência à ex-ministra, que deixou o PV em 2011.

Fonte: O Tempo (MG)

É cedo para o PSDB definir nome para o Planalto, diz Alckmin

Segundo governador, pré-candidatos devem percorrer o país e ouvir a população neste ano

Leonardo Vieira

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, reafirmou ontem que ainda é cedo para que o PSDB defina a candidatura à Presidência.

Em contraste com o presidente nacional do partido, Sérgio Guerra, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que defendem o nome de Aécio Neves, Alckmin disse que 2013 é o ano em que os pré-candidatos devem planejar suas plataformas.

Questionado se a sigla deveria realizar prévias, Alckmin fez que sim com a cabeça e respondeu: "Eu acho que este é o ano de os pré-candidatos ouvirem a população, percorrerem o Brasil e discutirem os temas do país. Entendo que a definição de candidato não precisa ser agora. É muito cedo. Faltam quase dois anos, não é?"

A assessoria de Aécio Neves informou que o senador deve se encontrar com Alckmin na última semana deste mês, quando devem debater os rumos do partido e a candidatura à Presidência.

Durante visita ao canteiro de obras do local que abrigará a nova oficina de manutenção de trens do metrô, na zona sul, Alckmin disse ainda que o ex-governador José Serra não manifestou interesse em uma secretaria do governo estadual.

Serra foi citado como possível nome para a pasta da Saúde. "Serra é um grande nome. Ele ainda não demonstrou nenhum interesse, mas, se demonstrar, é um grande nome", disse Alckmin.

Fonte: Folha de S. Paulo

PPS discute possibilidade de receber Serra

Presidente do partido, Roberto Freire diz que vai acolher tucano de 'braços abertos'

Patrícia Britto

SÃO PAULO - O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), apresentou ontem ao partido a possibilidade de a legenda acolher o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), com vistas à disputa pela Presidência da República em 2014.

Ao abrir a reunião da Executiva Nacional do partido, Freire disse que a oposição não tem conseguido se posicionar como deveria.

"Há questões que deveriam ser discutidas, mas não estão sendo. Mesmo quando nós o fazemos, pelo nosso tamanho, há dificuldade de que seja ouvido. O Serra bem que poderia representar isso."
O presidente do PPS disse que, após a eleição presidencial de 2010, Serra entrou em "processo de afastamento" com a direção do PSDB. "Nessa oportunidade, foi aventada a ideia de que ele poderia sair do PSDB e vir para o PPS."

O encontro, que acontece até amanhã em São Paulo, discute as estratégias de atuação do partido para os próximos dois anos e as alternativas eleitorais para 2014.

Conforme a Folha publicou anteontem, Serra vem analisando a possibilidade de deixar o PSDB para concorrer mais uma vez à Presidência no próximo ano. Dentro do partido, o nome mais cotado para a disputa é o do senador Aécio Neves (MG).

Ontem, Roberto Freire afirmou que, se o tucano quiser deixar o PSDB, será recebido no PPS "de braços abertos".

Segundo Freire, a possível ida de Serra "tem a ver com a ideia de uma nova formação política" dentro do PPS.

O deputado destacou ainda que não está descartada a criação de uma nova legenda, a partir da fusão do PPS com outras siglas, mas não adiantou quais poderiam ser.

O deputado lembrou que a sigla já havia discutido apresentar candidatura própria para a Presidência. Ele negou, entretanto, que uma possível candidatura própria ocorra apenas para viabilizar a ida de Serra ao partido.

No encontro, também foi citado o nome da ex-senadora Marina Silva (sem partido) como opção para uma candidatura própria do PPS ao Planalto.

Fonte: Folha de S. Paulo

Para Serra, "falta de assunto" traz seu nome de volta ao noticiário

Raymundo Costa

BRASÍLIA - Serra: ex-governador teria dito a amigos que são "totalmente fake" as notícias de estaria articulando sua saída do PSDB ou a criação de uma nova sigla

Duas vezes candidato derrotado do PSDB, José Serra nunca desistiu de subir a rampa do Palácio do Planalto como presidente da República. No entanto, "são totalmente fake", como ele diz aos amigos, as notícias de que estaria articulando sua saída do PSDB, partido do qual é um dos fundadores, ou a criação de uma nova sigla.

Nem Serra sabe ao certo, no momento, o que vai fazer no futuro próximo. Sua saída do PSDB é mais uma provocação - no bom sentido da emulação de ideias - de amigos mais próximos, do que uma real intenção do tucano.

Nesta madrugada, o senador Aécio Neves, hoje pule de dez na preferência dos tucanos para candidato em 2014, embarcou para uma viagem de dez dias aos exterior. Mas deixou acertada, para a volta, uma conversa com José Serra e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

A cúpula do PSDB, de maioria aecista, aposta na unidade ou em pelo menos separar Geraldo Alckmin de José Serra, adversário declarado do mineiro. Sem o maior colégio eleitoral do país, Aécio não tem chance na disputa, assim como as derrotas em Minas Gerais foram fatais para as candidaturas de Serra.

Há muito ressentimento entre os integrantes das duas principais seções do PSDB. Os paulistas, e não apenas Serra, sentiram-se abandonados por Aécio nas três eleições de perderam para o PT.

Em 2006, Alckmin foi a um comício em Minas sozinho, depois de muito tentar marcar uma atividade conjunta com Aécio. A resposta era que o atual senador estava sem espaço na agenda. Alckmin foi só e descobriu que Aécio estava em outro município bem próximo.

Os paulistas também não esquecem a chapa "Lulécio". E Serra, particularmente, sempre esteve convencido de que sua rejeição em Minas era estimulada por Aécio Neves. Enfim, há muitas arestas a serem aparadas entre os líderes das duas seções, antes que se possa declarar eventual unidade para 2014.

Mesmo assim seria (a unidade) algo a ser encarado com reservas - todos os candidatos do PSDB, desde 2002, foram lançados sob a égide da unidade, mas depois, em algum momento da campanha, foram publicamente traídos e "cristianizados" de forma cruel.

Para José Serra, a volta repentina de seu nome ao noticiário combina bem com "a falta de assunto" que toma conta dos jornais durante o recesso do Congresso, conforme comentou recentemente com amigos.
Cita até o exemplo do almoço de Aécio com Fernando Henrique, Pedro Malan, Edmar Bacha e Armínio Fraga, tratado como o primeiro dos tucanos com os "pais do Real", desde que FHC deixou o governo.

Na realidade, em 2010, Serra não só trocou ideias com Malan, Pérsio Arida e Armínio, como mantinha planos de levar Armínio de volta para o governo, se vencesse a eleição, numa área heterodoxa para ele - o Ministério da Educação.

O PSDB também vê o dedo do PT na volta do noticiário sobre as divisões tucanas, de vez que o assunto imediatamente ganhou repercussão na rede de blogueiros simpáticos ao governo e até na voz de dirigentes petistas.

As manchetes sobre uma suposta intenção de Serra de fundar um novo partido caíram como uma luva para o PT no momento em que o noticiário é desfavorável ao ex-presidente Lula, tanto no que se refere ao mensalão como ao caso de Rosemary Noronha, ex-chefe do escritório da Presidência da República, em São Paulo, enredada numa rede de tráfico de influência.

No entanto, o dia D do PSDB começa a se configurar já no mês de março, com as convenções municipais do partido. É quando a nova correlação de forças ficará mais clara, pois, até agora, cada tucano faz a leitura que mais lhe favorece do resultado das eleições municipais. Em abril serão realizadas as convenções estaduais. Maio é a data limite dos tucanos, com a realização da convenção nacional.

Aécio é o candidato a presidente do partido de todos os que apoiam sua indicação para candidato à Presidência da República. Ele próprio tem dúvidas sobre a eficácia de o presidente do PSDB ser também o candidato a presidente da República. Os interesses partidários nem sempre são os mesmos, às vezes são até conflitantes.

Fonte: Valor Econômico

Marina bate martelo sobre nova sigla, que terá tucano e petista

Legenda também deve ter dissidentes do PSOL; ideia é montar estrutura para candidatura ao Planalto nas eleições de 2014

Eugênia Lopes

BRASÍLIA - A um ano e oito meses da eleição presidencial, a ex-senadora Marina Silva decidiu criar um partido para lançar sua candidatura à sucessão da presidente Dilma Rousseff. O embrião da futura legenda será o Movimento Social Nova Política, movimento suprapartidário lançado no ano passado pela ex-ministra do Meio Ambiente no governo Lula.

Inicialmente, Marina pretendia anunciar a intenção de recolher as quase 500 mil assinaturas necessárias para formar a nova legenda na semana que vem, mas foi aconselhada a adiar para fevereiro, na reabertura dos trabalhos do Congresso Nacional. A ideia é que o novo partido seja formado com políticos oriundos de várias legendas.

Desde meados do ano passado, Marina tem intensificado os contatos com lideranças políticas que vão desde integrantes do PSOL até o PSDB. Uma dessas lideranças é a ex-senadora e atual vereadora por Maceió Heloísa Helena, do PSOL, que já sinalizou sua adesão à nova sigla. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), também sondado, declinou do convite: seu projeto é ser, igualmente, candidato à presidência em 2014.

Nomes como o do deputado Walter Feldman (SP), que ameaçou deixar o PSDB e admitia a possibilidade de aderir ao PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab, são dados como certos no novo partido. Sem espaço no PT do Rio de Janeiro, o deputado Alessandro Molon é outro alvo de Marina Silva. Ele quer ser candidato a prefeito, em 2016, e teme mais uma vez ser alijado do processo, com ocorreu no ano passado.

O deputado Reguffe (PDT-DF) também estaria em conversa com a ex-senadora para migrar para a nova sigla, assim como o deputado Domingos Dutra (PT-MA).

A interlocutores, Marina tem repetido que quer montar um "partido diferente". Já está certo que a nova sigla não vai aceitar doações de pessoas jurídicas - serão aceitas apenas as oferecidas por pessoas físicas. Ela também defende que a legenda reserve cota de 50% das vagas para os filiados que tenham "ativismo autoral", deixando-os livres para empunhar as bandeiras e teses que quiserem.

Corrupção. O combate à corrupção será outro tema. "Me preocupa uma certa aproximação dela com a extrema esquerda. A campanha de 2010 foi feliz porque ela conseguiu ocupar um espaço de centro esquerda", observa o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), cuja relação com Marina ficou estremecida desde a saída dela do PV.

Há dois anos Marina conquistou 20 milhões de votos na corrida pela Presidência da República, chegando em terceiro lugar, atrás de Dilma Rousseff e do tucano José Serra. Ela está confiante nesse capital político, que considera suficiente para viabilizar a nova legenda. Está certa ainda de que, em 2014, tem mais chances do que o senador tucano Aécio Neves de ir para um embate com Dilma Rousseff, num eventual segundo turno. Sua avaliação, sobre o caso, é que o PSDB está enfraquecido, o que pode abrir espaço para a sua candidatura.

Depois de passar pelo PT e, em seguida, pelo PV, Marina decidiu criar um novo partido por ter críticas severas às legendas existentes. Por isso não aceitou o convite do presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), para ingressar no partido.

A ex-senadora terá, no entanto, de correr contra o tempo para viabilizar a nova sigla até o final setembro, prazo fatal para que possa se candidatar nas eleições de outubro de 2014. Além disso, ela terá de superar obstáculos como o projeto de lei em tramitação no Congresso que impede que novos partidos tenham acesso pleno ao dinheiro do fundo partidário e ao tempo na propaganda eleitoral de rádio e TV, antes de disputarem uma eleição.

Fonte: O Estado de S. Paulo

PSDB do Rio recorre a economistas para dar palanque a Aécio

Diretório estadual tucano, sem nomes competitivos, fala em Malan, Franco, Armínio e Bacha, que não demonstram entusiasmo

Luciana Nunes Leal

RIO – Sem candidatos competitivos no Rio de Janeiro desde meados dos anos 1990, o PSDB está em busca de um nome para disputar a sucessão do governador Sérgio Cabral (PMDB) em 2014 e oferecer um palanque forte ao provável candidato tucano à Presidência da República, o senador e ex-governador mineiro Aécio Neves. Uma tarefa árdua.

O plano de fugir dos políticos tradicionais esbarra na falta de entusiasmo dos escalados pelo partido, quatro economistas de destaque no governo Fernando Henrique Cardoso: o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan; os ex-presidentes do Banco Central Gustavo Franco e Armínio Fraga e um dos pais do Plano Real, Edmar Bacha.

Depois de Armínio declarar que não é "do ramo" nem tem vocação para a disputa eleitoral, Bacha também anunciou que não pretende concorrer ao governo. "Tem muita gente na minha frente", brincou o economista. "Pode me cortar", afirmou Bacha, que disse torcer para o partido encontrar um nome forte para disputar o governo do Rio.

Formuladores. Aécio tem conversado com Malan, Armínio e Bacha, e conta com eles como formuladores do discurso para a candidatura presidencial de 2014. "Em outras eleições majoritárias já cogitamos os nossos economistas, mas nunca se concretizou. Agora, com o projeto da presidência, Aécio pode motivá-los", diz o presidente do PSDB-RJ, Luiz Paulo Corrêa da Rocha.

Desde a eleição de Marcello Alencar para o governo do Rio, em 1994, o PSDB tem sido mal sucedido na disputas e muitas vezes abriu mão de candidatura própria. Derrotado na eleição municipal de outubro passado, quando o prefeito Eduardo Paes (PMDB) foi reeleito no primeiro turno, o deputado tucano Otávio Leite, que teve apenas 2,5% dos votos, considera "indispensável" que o partido encontre um candidato já em 2013.

Freixo. Otávio Leite causou estranheza no PSDB ao declarar que o partido devia levar em conta a alternativa da candidatura do deputado Marcelo Freixo (PSOL), segundo colocado na disputa pela prefeitura do Rio no ano passado, com 28% dos votos. O tucano esclareceu que não falava em aliança com o PSOL, mas na importância de haver muitos candidatos à sucessão de Cabral.

"É bom que o Freixo seja candidato em uma eleição que terá o Pezão (vice-governador Luiz Fernando Pezão), o Lindbergh Farias (senador do PT), o Anthony Garotinho (ex-governador e deputado pelo PR). Mas o projeto Aécio 2014 implica em criar um palanque e uma plataforma no Rio, com candidatura própria ao governo colada em Aécio", afirma o deputado.

Freixo encarou como "elogio" a declaração de Otávio Leite, mas não só descarta a aliança com o PSDB como sequer cogita disputar o governo do Estado. "Pelo próprio estatuto do PSOL não temos aliança com partidos tão distantes de nós, como o DEM e o PSDB. A candidatura a governador não está nos meus planos. A gente tem que saber dar os passos certos na hora certa", disse Freixo.

O plano do deputado é disputar a reeleição para a Assembleia Legislativa e voltar a concorrer à prefeitura do Rio em 2016.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Risco de racionamento - Governo conta com térmicas e São Pedro

ONS admite que tarifa de energia poderá aumentar até 3% em 2014, após queda este ano

Embora o ministro de Minas e Energia. Edison Lobão, tenha descartado a possibilidade de o pais racionar energia, o governo está contando apenas com as chuvas e o uso das usinas térmicas para evitar problemas no fornecimento. Segundo Lobão, já está chovendo em boa parte dos reservatórios, e "a tendência é melhorar daqui para a frente". As tarifas de energia elétrica poderão subir até 3% em 2014, se o pior cenário de previsão das chuvas se concretizar e a quase totalidade das usinas térmicas se mantiver acionada ao longo deste ano, admitiu o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Lobão, porém, diz que está mantida a promessa da presidente Dilma de reduzir a conta de luz em 20%, no mês que vem.

Contando com as chuvas

Se clima não ajudar, governo usará térmicas para garantir fornecimento. Tarifa pode subir até 3%

Danilo Fariello, Mônica Tavares

BRASÍLIA E SÃO PAULO - As tarifas de energia poderão subir até 3% em 2014, se o pior cenário de previsão de chuvas se concretizar e a quase totalidade das usinas térmicas se mantiver acionada ao longo deste ano, admitiu o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, após participar, ontem, da reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). O governo está, assim, contando com as chuvas e com as térmicas para evitar problemas no fornecimento de energia, embora o risco de apagão tenha sido novamente descartado pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

- Em 2008 (ano de seca mais severa, em que também se cogitou o risco de racionamento), no dia 21 de janeiro, não havia uma gota de chuva. Agora, no dia 9 de janeiro, nós já temos chuva em boa parte do Brasil, portanto, nos nossos reservatórios, que estão com alguma dificuldade hoje, a tendência é melhorar daqui para frente - disse Lobão.

O Comitê discutiu medidas que poderão ser adotadas para afastar o risco de um racionamento, entre as quais, o uso permanente das térmicas mais caras, hoje só acionadas quando o nível dos reservatórios cai demais. O Comitê - do qual também faz parte o ministro e representantes da Eletrobrás, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) - analisou ainda opções para reduzir o impacto nas tarifas do custo das térmicas.

Chipp disse que, no pior cenário de chuvas, com as térmicas mais caras acionadas o ano inteiro em 2013, o custo mensal médio desse uso será de R$ 400 milhões. Isso poderia levar a um aumento de tarifas entre 2% e 3% em 2014, dependendo das ações que o governo adotar para reduzir esse impacto.

Com chuvas, impacto será mínimo

No melhor cenário, indicado pelas condições meteorológicas a que o governo têm acesso hoje, as chuvas serão mais intensas até o fim de abril, quando as térmicas mais caras poderão ser desligadas. Com mais chuvas, o impacto do uso das térmicas no preço das tarifas deverá ser mínimo em 2014, diz Chipp:

- Com o retorno das chuvas, desligaremos as térmicas mais caras primeiro.

Segundo fontes, o leque de medidas em estudo pelo governo é bastante variado. Entre as principais ações, destacam-se acelerar os investimentos em geração e transmissão; aumentar a curva de aversão ao risco do limite mínimo dos reservatórios de água (o que permitiria ligar as térmicas por mais tempo); manter as térmicas ligadas ao longo de todo o ano; sancionar a renegociação de excedentes de energia contratados por grandes consumidores; aplicar aos consumidores residenciais e de baixa tensão a "bandeira tarifária" (com variações sazonais da tarifa anual conforme o volume dos reservatórios e o preço da energia no atacado); e conceder mais incentivos aos chamados microgeradores de energia elétrica, como residências, prédios e estabelecimentos comerciais com placas de geração de energia solar, por exemplo.

Mal terminou a reunião do CMSE, Lobão convocou uma entrevista coletiva em que descartou a hipótese de um novo racionamento de energia, como ocorreu em 2001. O ministro negou ainda que faltará gás natural das indústrias, por causa de um desvio do fornecimento para o acionamento de usinas termelétricas.

- Não haverá agora, e espero que jamais haja novamente, desabastecimento de energia elétrica neste país - disse Lobão. - Na reunião de hoje (ontem), ficou a tranquilidade reiterada de que o país possui um estoque de energia firme e em condições de atender a todas as nossas necessidades.

Na avaliação do governo, o custo maior com as térmicas em 2013 é razoável, para afastar um novo risco de racionamento. O governo indicou ontem, portanto, que lançará mão de todas as possibilidades para evitar um racionamento, que poderia abalar o crescimento do país e a popularidade do governo.

Lobão admite atrasos em obras

Com os principais reservatórios das bacias dos rios Parnaíba e Rio Grande em condição crítica, o Brasil têm acionado as usinas térmicas com custo mais caro de geração, movidas a óleo diesel e gás. Essa energia é paga em parte por encargos e em parte pelas distribuidoras, que depois apresentam seus custos à Aneel, que poderá repassá-los à tarifa dos consumidores finais.

O ministro reconheceu que há atraso nas obras do setor elétrico, conforme revelou o GLOBO ontem. Ele culpou, principalmente, questões socioambientais, como a demora na liberação de licenças e intervenção de grupos indígenas em construções de usinas hidrelétricas como Jirau, Santo Antônio, em Rondônia, e Belo Monte, no Pará.

- Os atrasos realmente existem, infelizmente em todas as obras do país, não apenas no setor elétrico.

O ministro garantiu que, independentemente da variação das tarifas por conta do uso das térmicas, haverá já no próximo mês a redução das contas pagas pelos consumidores em 20% prometida pela presidente Dilma Rousseff.

Analistas do JPMorgan avaliaram ontem que, graças às mudanças estruturais no sistema, o risco de um racionamento de energia no Brasil, como ocorrido em 2001, é improvável, permanecendo inferior a 10%.

Após dois dias seguidos de quedas, as ações de empresas do setor elétrico se recuperaram ontem e ajudaram a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a fechar em alta. O Ibovespa subiu 0,74%, aos 61.578 pontos. Entre as cinco maiores altas, quatro foram de papéis de elétricas. As ações PNB da Cesp tiveram a maior valorização e subiram 6,71% e os papéis PN da Cemig, 5,58%. O dólar comercial teve queda de 0,04%, para R$ 2,037 na venda.

Fonte: O Globo

Racionamento? Governo nega e aposta na chuva

O ministro Edison Lobão afirma não haver risco de o país ser forçado a economizar energia, mas admite que corte na conta de luz pode ser menor.

A presidente Dilma prometeu diminuir a tarifa de luz em 20,2% em média, a partir de fevereiro. "Vamos reduzir em todo o país", reafirmou Lobão, ontem, logo depois de reunião sobre o sistema elétrico. Mas ele admitiu que o governo pode se ver obrigado a um repasse de 3% nas contas, caso o país tenha de continuar consumindo energia de usinas térmicas, bem mais cara. Essas unidades estão ligadas a todo vapor para suprir as deficiências das hidrelétricas, cujos reservatórios estão vazios, e evitar um racionamento. "Por enquanto, não sabemos dizer sequer se haverá esse impacto na tarifa", ressalvou o ministro.

Governo admite corte menor na conta de luz

Como o país está recorrendo à energia de usinas térmicas, bem mais caras, para evitar o racionamento, encargo de até 3% terá que ser abatido do desconto médio de 20,2% prometido pela presidente Dilma Rousseff a partir de fevereiro

Sílvio Ribas

Os consumidores poderão ser obrigados a devolver uma parte do desconto médio de 20,2% na conta de luz, promessa que a presidente Dilma Rousseff afirma que cumprirá a partir de fevereiro. Segundo o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o fato de o país estar sendo abastecido por energia mais cara, fornecida pelas termelétricas, impactará em até 3% as tarifas ao longo de 2014. Essas usinas estão ligadas a todo vapor para suprir as deficiências das hidrelétricas, cujos reservatórios estão vazios, e evitar um racionamento idêntico ao que ocorreu entre 2001 e 2002, durante a administração de Fernando Henrique Cardoso.

Lobão ressaltou, porém, que o custo adicional de 3% nas contas de luz só será confirmado no pior cenário, de chuvas escassas nos próximos meses. “Por enquanto, não sabemos dizer sequer se haverá esse impacto na tarifa. Esperamos que a atual despesa extra com a geração térmica não seja percebida pelo consumidor”, afirmou ele, logo após o término da esperada reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). “Vamos reduzir as tarifas em todo o país, com a garantia de recursos do Tesouro Nacional”, assinalou.

Esse encontro de cúpula do setor, que, no entender do governo, serviu para reduzir a tensão que impera no setor elétrico, foi usado pelo ministro para reafirmar que não “há a menor possibilidade” de o Brasil enfrentar novo racionamento de energia. Lobão garantiu que a reunião não foi convocada emergencialmente, por ser rotineira e ter sido agendada em dezembro. “Nenhuma medida extra foi discutida ou será adotada para assegurar segurança de abastecimento. Não negligenciamos com o passado e nem com o futuro”, discursou. “A geração nacional (de energia) vai dobrar em 15 anos”, acrescentou.

Apesar da desconfiança dos agentes econômicos, o Operador Nacional do Sistema (ONS) aposta numa melhora do quadro geral do setor energético, com uma evolução favorável da hidrologia a partir do fim de janeiro, o que evitaria a necessidade de manter todas as térmicas funcionando até o fim do ano e anularia os prováveis efeitos negativos sobre as tarifas. O diretor-geral do órgão, Hermes Chipp, estimou que os gastos inesperados no cenário extremo pesariam de 2% a 3% no valor final cobrado dos consumidores.

Contra essa possibilidade, Chipp apontou a expectativa da entrada em operação de novas hidrelétricas e térmicas até março e os ganhos para os reservatórios com a própria atividade das termelétricas. “Temos a usina a carvão da MPX, em Pecém, a da Petrobras em Suape e as unidades de Maranhão IV e V”, listou. Segundo ele, à medida que o nível dos reservatórios for sendo recomposto, as térmicas de reforço serão desligadas gradualmente, começando pelas que usam combustível mais caro (óleo). Dados do ONS revelam que os reservatórios no Sudeste estão com 37% da capacidade, enquanto no Nordeste, esse índice chega a 34% e, no Norte e Sul, a 41%.

Chipp disse ainda acreditar que o gasto adicional com as cargas das térmicas pode ser atenuado, uma vez que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estuda alternativas para que o consumidor não pague sozinho tal fatura. Essa seria a forma de viabilizar a queda do valor da conta de luz prevista pela renovação antecipada e condicionada das concessões do setor elétrico, com corte de rentabilidade e de encargos, além de aportes federais para cobrir a diferença das empresas estaduais que não aderiram ao processo conduzido pela presidente Dilma.

Gás à indústria

Na ânsia de acalmar a opinião pública, Lobão descartou ainda a falta de gás natural no mercado doméstico, diante do uso do insumo para abastecer as termelétricas. “Não há a menor possibilidade. Não haverá desabastecimento para a indústria por causa das térmicas a gás que tiveram que ser despachadas”, ressaltou. Segundo ele, o país produz metade dos 90 milhões de metros cúbicos do gás que consome, importa mais 30 milhões da Bolívia e outros 15 milhões na forma de liquefeita (GNL).

Cláudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, afirmou que a necessidade de manter as termelétricas ativas até abril, ao longo de todo o período chuvoso, revela uma dependência anormal da meteorologia. “O fato é que os reservatórios continuam baixando desde dezembro e o nível médio dos localizados no Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por 70% da geração hidrelétrica, começou o ano em patamar crítico. Trata-se de uma situação indesejável, considerando que a munição do governo para contornar a restrição das hidrelétricas já está sendo toda usada”, observou.

Risco em baixa

O risco de um racionamento de energia no Brasil, como ocorrido em 2001 e 2002 , foi considerado improvável pelo banco norte-americano JP Morgan, em relatório enviado a clientes ontem. Segundo os analistas Gabriel Salas e Pedro Manfredini, a chance de desabastecimento de energia segue inferior a 10%, embora a situação atual de chuvas seja similar à seca observada no início da década passada.

Fonte: Correio Braziliense

Inflação oficial fica em 5,84% em 2012, acima do centro da meta do governo

Em dezembro, IPCA acelerou para 0,79%; inflação acumulada no ano passado foi menor que em 2011, quando ficou em 6,50%, segundo o IBGE

Agência Estado

A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acelerou para 0,79% em dezembro de 2012, segundo o dado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 10. Em novembro passado, o índice ficou em 0,60%.

Com o número, a inflação acumulada em 2012 ficou em 5,84%, acima do centro da meta de 4,50% do governo, mas abaixo do resultado de 2011, quando ficou em 6,50% (no teto da meta). Esse é o terceiro ano seguido que a inflação oficial do ano fica acima da meta do Banco Central:

Ano Meta Limites inferior e superior Inflação anual pelo IPCA

2012 4,5% 2,5% e 6,5% 5,84%
2011 4,5% 2,5% e 6,5% 6,50%
2010 4,5% 2,5% e 6,5% 5,91%
2009 4,5% 2,5% e 6,5% 4,31%

Fonte: Banco Central

O IPCA mensal de dezembro é o maior desde março de 2011, quando marcou a mesma taxa de 0,79%, segundo o IBGE. Para os meses de dezembro, o número é o maior desde 2004, quando a taxa ficou em 0,86%.

Empregados domésticos

Os empregados domésticos lideraram a lista de itens de maior impacto sobre a inflação no ano. O aumento de 12,73% nos custos com os empregados domésticos em 2012 resultou em uma contribuição de 0,45 ponto porcentual para a alta de 5,84% no IPCA do período.

Em segundo lugar entre os itens de maior impacto no IPCA do ano ficou o item refeição fora, com aumento de 8,59% em 2012, o equivalente a uma contribuição de 0,41 ponto porcentual.

Na direção oposta, os automóveis novos exerceram o principal impacto para baixo no IPCA do ano, com queda de 5,71%, uma contribuição negativa de 0,21 ponto porcentual. Os automóveis usados caíram 10,68%, com o segundo principal impacto negativo na inflação de 2012, o equivalente a menos 0,18 ponto porcentual.

Juntos, os automóveis novos e usados contribuíram para conter em 0,39 ponto porcentual a taxa do IPCA de 2012, graças à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Despesas pessoais

Na classificação de grupos, Despesas pessoais registrou a maior variação em 2012 dentro da inflação medida pelo IPCA: de 10,17%.

Na direção oposta, os Transportes tiveram a menor variação entre os grupos, com aumento acumulado de apenas 0,48% em 2012.

Entre os demais grupos, Alimentação e bebidas teve alta de 9,86%; Habitação, de 6,79%; Artigos de residência, de 0,84%; Vestuário, de 5,79%; Saúde e cuidados pessoais, de 5,95%; Educação, de 7,78%; e Comunicação, de 0,77%.

Inflação da baixa renda

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,74% em dezembro, após ter registrado alta de 0,54% em novembro. Com o resultado, o índice acumulou uma alta de 6,20% em 2012. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados.


Fonte: O Estado de S. Paulo

Para onde vai a Venezuela? - Tribunal estende mandato de Chávez e Dilma apoia

Corte decide que presidente continua no cargo sem posse e por tempo indeterminado

Oposição que queria decretação de ausência temporária, denuncia insconstitucionalidade da medida;

Vice Maduro diz ter falado com Dilma e recebido respaldo, confirmado por fontes do governo brasileiro

Governo sem fim

Corte endossa tese de que posse é formalismo e decide que Chávez continua no cargo

Mariana Timóteo da Costa

VENEZUELA EM VIGÍLIA

CARACAS - No que opositores e especialistas classificaram como uma grave ruptura que mergulhou a Venezuela numa crise institucional, o órgão máximo do Judiciário, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), decidiu ontem ignorar a data da posse do novo mandato do presidente Hugo Chávez, marcada para hoje segundo a Constituição do país. A corte, dominada por magistrados alinhados ao chavismo, encampou o argumento do governo, já avalizado na véspera pela Assembleia Nacional, de que, como Chávez é um presidente reeleito, a posse para o novo mandato é um mero "formalismo". Com isso, autorizou a permanência no comando do país, por período indeterminado, do vice-presidente Nicolás Maduro - que não foi eleito, mas nomeado por Chávez e apontado pelo líder como sucessor antes de sua viagem para Cuba para a quarta cirurgia contra o câncer.

Enquanto opositores se revoltavam e afirmavam que vão apelar à Organização dos Estados Americanos (OEA) e ao Mercosul, o governo marcou para hoje uma festa simbólica nas ruas em apoio a Chávez, que contará com a presença dos presidentes do Uruguai (José Mujica), da Bolívia (Evo Morales) e da Nicarágua (Daniel Ortega). O Brasil não enviará representante, mas, segundo Maduro, a presidente Dilma Rousseff manifestou ontem apoio à decisão da Justiça venezuelana.

- Há duas horas tivemos uma conversa com Dilma Rousseff, do Brasil. Ela ratificou toda sua confiança, depois de conhecer a decisão do TSJ, no desenvolvimento da democracia venezuelana. Agradecemos as palavras generosas desta grande companheira do presidente Chávez, como ela mesma se refere. Há verdadeiros sentimentos de amor e solidariedade profunda.

Milhares de pessoas são esperadas para apoiar o chavismo em frente ao Palácio de Miraflores, sede do governo. O presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, a quem caberia governar interinamente o país - por um período máximo de 180 dias - caso o TSJ entendesse que era necessário decretar a ausência temporária de Chávez, adotou um tom de confrontação ao convocar os venezuelanos para a marcha de hoje.

- A oposição não nos mete medo. Façamos o que faria Chávez, joelho em terra, fuzil no ombro e baioneta em punho para defender a revolução dos traidores. Se eles querem ver um povo excitado nas ruas, vão vê-lo defendendo a revolução - disse Cabello, que ainda pediu que a Comissão Nacional de Telecomunicações inicie uma investigação contra o canal privado Globovisión por suposta manipulação na cobertura.

Analistas criticam a decisão

A presidente do TSJ disse não ver necessidade da convocação de uma junta médica para avaliar a saúde de Chávez nem da decretação de ausência temporária, já que a Assembleia Nacional autorizou que o presidente viajasse para Cuba para o tratamento. O governo venezuelano diz que o presidente sofre de uma infecção pulmonar decorrente da operação, realizada em 11 de dezembro, o que o impossibilita de viajar a Caracas para tomar a posse. Desde a cirurgia, não foram divulgadas imagens de Chávez.

Para constitucionalistas e cientistas políticos, o que ocorreu ontem deixou a Venezuela "sem um governo legítimo a partir de hoje", como definiu a ex-presidente do TSJ Cecilia Sousa. Ela explicou que, ao definir o dia 10 de janeiro como data do início de um novo governo, a Constituição determina que um novo vice-presidente deve ser nomeado, assim como os ministros.

- Se esta situação de desgoverno persistir, os países deveriam dificultar para Maduro ser reconhecido internacionalmente como chefe de Estado da Venezuela - disse a ex-magistrada.

O governador de Miranda e candidato da oposição derrotado por Chávez na última eleição, Henrique Capriles, reagiu com indignação ao fato de a Corte "ter resolvido decidir os problemas do governo". Criticando a paralisia do chavismo, disse que acabaram as desculpas para a inação e que, Maduro, mesmo sem ter sido eleito, precisa dar respostas a problemas que afetam os venezuelanos, como a insegurança. Ele reiterou que não incentivará o embate entre aliados e opositores do chavismo nas ruas hoje.

- Não vamos colocar o povo para se confrontar com o povo, não creiam que é um sinal de fraqueza, mas de responsabilidade -disse.

A analista política Elza Cardoso diz que a oposição enfrenta uma situação muito difícil, "já que o chavismo foi sequestrando todos os poderes do país ao longo dos anos, o que faz com que toda decisão tenha um manto de legalidade".

- O que a oposição precisa é se unir e não aceitar as provocações, não entrar em confronto físico e sim de ideias. Uma nova eleição pode demorar, mas vai acontecer se Chávez continuar tão doente assim. Um país precisa de um presidente - diz Elza.

Fonte: O Globo

Governo-fantasma - Merval Pereira

A situação mais curiosa desse pastelão em que se transformou a sucessão presidencial da Venezuela é a do vice Nicolas Maduro, que a partir de hoje deixa de ter um cargo oficial, embora seja o sucessor escolhido pelo caudilho Chávez para substituí-lo em caso de necessidade. Acontece que, na Venezuela de Chávez, o vice é nomeado pelo presidente e pode ser substituído a qualquer hora, como se fosse um ministro. Não aparece na chapa eleitoral e na prática é mais um subordinado do presidente. Deve ser para evitar um acesso de ambição do companheiro escolhido.

Como Chávez teve sua posse adiada, não poderá assinar a formalização de Maduro como vice, e teremos assim um governo em que ninguém detém o poder realmente: o presidente da Câmara, Cabello, não assumirá a Presidência, e Maduro não é formalmente o vice-presidente. Em toda ditadura acontecem casos como esse, e uma hora a realidade trata de revelar os traços ditatoriais do governo que mantém a aparência democrática, como na Venezuela. No Brasil tivemos dois casos semelhantes.

Quando o general Arthur da Costa e Silva teve uma isquemia, deveria ter sido substituído por Pedro Aleixo, que havia sido nomeado vice para manter a aparência de democracia no país. Na hora da definição, quem assumiu mesmo o governo foi uma junta formada pelos ministros militares.

No caso de Tancredo Neves, que baixou ao hospital na véspera da posse, quem deveria ter assumido era o presidente da Câmara, Ulysses Guimarães, mas, em vez dele, assumiu a Presidência o vice-presidente José Sarney. Pelo menos Sarney aparecia na chapa eleita indiretamente. Perguntado por Pedro Simon sobre as razões que o fizeram aceitar decisão tão discutível, Ulysses foi irônico: "Se o maior jurisconsulto do país disse que era o Sarney, quem sou eu para contestar?" Ulysses referia-se não a Leitão de Abreu, chefe do Gabinete Civil, mas ao ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, que foi quem interpretou a Constituição a favor de Sarney, que, além do mais, era seu amigo.

Situações assim revelam o caráter de um governo e também daqueles que o apoiam. No Brasil, no caso de Costa e Silva, tratava-se da manutenção do poder com os militares. No de Tancredo, da transição para a democracia, e qualquer passo em falso poderia interromper a passagem do poder militar para o civil.

O próprio Tancredo temia que, se não pudesse tomar posse, o processo de transição fosse interrompido e, por isso, recusou-se a se internar antes. A interpretação em favor de Sarney foi a saída mais viável, já que era tido como certo que os militares não aceitariam a posse de Ulysses.

O próprio Sarney, que presidira o PDS, o partido do regime militar, até pouco tempo antes, tinha a objeção de muitos militares por ter rompido com o governo e viabilizado a candidatura Tancredo. Tanto que o general-presidente João Figueiredo recusou-se a passar a faixa presidencial a ele.

Na patacoada que se desenvolve na Venezuela, o governo brasileiro avalizou uma reinterpretação criativa da Constituição e se alinhou aos que endossam uma farsa que transforma a figura de Chávez em fantasma onipresente, que governará como presidente eleito de um leito do setor de terapia intensiva de um hospital em Cuba. Nem mesmo em território nacional o presidente eleito estará hoje, dia 10, quando começa um novo mandato presidencial para o qual foi eleito.

O princípio da "continuidade administrativa" é a base legal da decisão, referendada pela Corte Suprema da Venezuela, que considerou que a posse é mera formalidade que pode ser preenchida a qualquer momento daqui para a frente. Temos então a seguinte situação na Venezuela: um presidente que não aparece em público nem fala desde dezembro, mas que enviou um pedido para não estar presente à sua própria posse; um vice-presidente que não foi nomeado para o cargo; e um presidente da Câmara que é o único a ter cargo oficial, mas que não exercerá a presidência devido a acordo político interno.

Na prática, o que aconteceu foi a prorrogação dos mandatos de Chávez e Maduro que se encerrariam hoje, mas ninguém teve a coragem de assumir.

Fonte: O Globo

Aos 45 do segundo tempo - Eliane Cantanhêde

Como previsto, o governo tentou desmentir a manchete de segunda da Folha sobre a reunião de emergência do setor elétrico marcada para ontem para discutir o nível preocupante dos reservatórios, ou o que o setor privado vem chamando, talvez com exagero, de "risco de racionamento".

Desmentir notícias desconfortáveis, aliás, é comum a todos os governos: "O que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde".

Por isso, guardei uma carta, literalmente, na manga: o e-mail enviado por um dos órgãos participantes às 17h56 da última sexta-feira: "A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE informa aos agentes que a 53ª Assembleia Geral Extraordinária foi transferida para o dia 14 de janeiro [...]. O adiamento deve-se à coincidência da data anterior [9/1] com a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), convocada pelo Ministério de Minas e Energia".

Não se desmarcam assembleias gerais do dia para a noite, porque elas custam um dinheirão, envolvem dezenas de pessoas na organização, centenas de convidados e deslocamentos. A CCEE só fez isso porque foi convocada de última hora, cinco dias antes, para a reunião de Brasília.

O governo, porém, insiste que é coincidência que a reunião ocorra no meio do turbilhão -e da assimetria das chuvas. O ministro Lobão até me disse que estava marcada havia "um ano". Para comprovar, me remeteu para o cronograma de reuniões no site do ministério.

Sim, estava lá, mas o cronograma foi postado no site precisamente às 15h14min30s de segunda, dia 7, horas depois de a manchete da Folha sacudir o governo, o setor, talvez o leitor/consumidor.

Há muito o que discutir: as falhas do sistema, a falta de planejamento, a birra de são Pedro, os custos das térmicas e, enfim, como ser transparente com indústrias, concessionárias e usuários. Aliás, uma obrigação de qualquer governo.

Fonte: Folha de S. Paulo

Começo difícil - Míriam Leitão

O ano começou com uma série de problemas para o governo. As manobras fiscais para que os números encontrassem a meta produziram um desgaste para além da área econômica. A alquimia atingiu também contas de importação de petróleo. O caso Venezuela revelou uma diplomacia casuística e o temor de falta de suprimento de energia pode afetar os investimentos.

O ministro Edison Lobão repetiu a mesma estratégia de negar todos os riscos. Por razões políticas, o governo não quer admitir que existem problemas no suprimento de energia.

Hoje, estamos dependendo do volume de chuvas, principalmente em Minas Gerais. O ministro disse, como prova de que não há risco, que está chovendo em todo o país. Mas especialistas dizem que em certos lugares a chuva não faz diferença do ponto de vista energético, em outros, é essencial:

- É preciso chover muito no Triângulo Mineiro, no Alto Paranaíba e no Rio Grande. Isso encherá reservatórios de Furnas Marimbondo, Itumbiara. Os dois rios, Paranaíba e Rio Grande, vão também formar o Paraná, onde está Itaipu. Chuvas em Unaí e Paracatu abastecem a margem esquerda do Rio São Francisco, que é 80% da capacidade hidrelétrica do Nordeste. E se chover entre Minas e Goiás abastecerá Tucuruí - explica Walter Fróes, diretor da Câmara Comercializadora de Energia.

Um dos piores vexames tucanos foi sem dúvida o apagão de 2001. Houve o fato eventual da seca, mas qualquer matriz tão dependente de hidrelétrica como a nossa terá que contar com esse cenário, dado que não se controla o volume de chuvas. A administração da crise pelo então ministro Pedro Parente foi eficiente, mas só reduziu o dano.

O PT criticou fortemente o apagão nas eleições de 2002 e era isso mesmo que tinha que fazer. Nas outras campanhas, sempre bateu nesse erro gerencial. Em 2008, quando o nível dos reservatórios caiu muito, o Operador Nacional do Sistema transportou blocos de energia de um lado para o outro, administrando com perícia a escassez, mas o pior só não aconteceu porque o país foi salvo por chuvas torrenciais.

Agora, é com esse imponderável que o governo conta. Admitir o problema é um desgaste político enorme. Por isso, eles continuarão dizendo que está tudo bem, quando não está tudo bem.

Nas contas públicas, a confusão vai mais do que atingir ou não a meta de cada ano. O que preocupa mais do que essa queda é o fato de que todas as maquiagens juntas tiraram a confiança em índices importantes. Gasta-se tempo para saber o que é verdadeiro e o que é fruto da criatividade em cada número da Fazenda.

O governo ainda deve uma boa explicação pela postergação de dados de importação da Petrobras. A informação que se tem mostra que o que deixou de entrar na conta pode ter sido números robustos o suficiente para reduzirem o superávit comercial.

Na diplomacia, caiu por terra a pouca máscara que ainda havia. O rito sumário que tirou o ex-presidente paraguaio Fernando Lugo do poder estava previsto na Constituição do país, mas fere um princípio básico da democracia, que é o amplo direito de defesa. Por isso, o governo brasileiro comandou a suspensão, no Mercosul, do nosso sócio estratégico na área de energia. O problema foi a inclusão da Venezuela no Mercosul, logo depois, com seu histórico de desrespeitos aos princípios democráticos. Agora, mais esse evento.

Escamotear números, crises e fatos só é possível em governos autoritários. Numa sociedade aberta, com amplo debate, imprensa livre, instituições robustas, é mais difícil. O ano mal começou, mas para o governo foi um mau começo. Ainda há tempo de mudar de rota.

Fonte: O Globo

A política e a energia - Tereza Cruvinel

Há um elemento na conjuntura política que não constitui segredo, mas não é claramente explicitado: a relação dos empresários com a presidente Dilma Rousseff crispou-se nos últimos tempos e eles procuram, ora em Aécio Neves, do PSDB, ora em Eduardo Campos, do PSB, o candidato que seja ao mesmo tempo confiável e competitivo para concorrer com ela em 2014. Embora o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, tenha afastado enfaticamente ontem o risco de desabastecimento ou racionamento, os problemas que o país enfrenta no setor jogam água no moinho político, elevando a indisposição dos empresários com a presidente.

O grande capital nunca morreu de amores pelos governos petistas, mas, no tempo de Lula, havia contradições entre eles. Os bancos ganharam muito dinheiro, a indústria surfou nas altas taxas de crescimento e o agronegócio viveu seu grande momento, com saltos espetaculares nas exportações, ganhando com o cenário internacional e a diplomacia presidencial de Lula, que lhes abriu novos mercados.

Dilma, pelas medidas e pelo estilo, acabou angariando a insatisfação de todos eles. Travou uma queda de braço com os bancos e conseguiu uma redução inédita e necessária nas taxas de juros do país. Os capitães da indústria, beneficiados com a queda nos juros e as linhas de crédito do BNDES, foram ainda socorridos com medidas de estímulo ao consumo sob a forma de desonerações tributárias. Nem por isso ficaram satisfeitos. Apontam a indústria automobilística como grande beneficiária das desonerações e reclamam do que seria um elevado intervencionismo da presidente na economia. O agronegócio, por sua vez, teve as exportações reduzidas pelo baixo preço do dólar, que só recentemente cruzou a barreira dos R$ 2, embora a crise externa é que tenha sido decisiva para a retração. O "pibinho" de apenas 1% em 2012 deu a senha para a elevação do tom das críticas ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, e à política econômica.

Em busca de alternativas a Dilma, o empresariado teve um "encantamento" por Eduardo Campos, do PSB, logo que ele emergiu como grande vitorioso na eleição municipal. Diante de suas reticências em ser ou não ser candidato em 2014, e do pré-lançamento de Aécio Neves pelo PSDB no fim do ano passado, voltaram os olhos para o tucano. Faz parte desta conexão a aproximação do senador mineiro com os economistas mais importantes da era Fernando Henrique, com a mediação deste. Pedro Malan, Edmar Bacha e Gustavo Franco já atuam como formuladores do discurso econômico de Aécio. Eles expressam o pensamento econômico de parcela importante do PSDB e refletem a insatisfação dos empresários.

Os problemas no setor elétrico tendem, naturalmente, a aumentar a crispação. A indústria precisa de segurança energética para produzir e investir. No ano 2000, o Brasil cresceu acima dos 4%, mas, com o racionamento em 2001, o índice caiu para a casa de 1%. A situação de hoje é bem diferente. Se em 2001 houve falha no planejamento, agora existem as termelétricas de segurança, acionadas quando a produção hidrelétrica cai por falta de água nos reservatórios. Isso tem custos, mas, se as chuvas caírem para valer, como prometeu o ministro ontem, confiando em São Pedro, as "termo" poderão ser dispensadas gradualmente. Mesmo assim, o sobressalto energético, que setores do governo dizem estar sendo superdimensionado, vai contra o principal objetivo de Dilma (e do Brasil) este ano, que é retomar a trajetória de crescimento da era Lula. Seus efeitos econômicos terão uma tradução política para a presidente e sua reeleição. A dimensão desses efeitos, por surrealista que pareça, depende muito agora do comportamento das nuvens. As do céu do Brasil, não ainda as da política, que mudam rapidamente de forma, na definição famosa de Magalhães Pinto, que alguns insistem em atribuir a Tancredo Neves.

Peixes de Crivella

Quando ele assumiu o Ministério da Pesca, assegurando a participação do PRB na base parlamentar dilmista, confessou que não sabia colocar isca no anzol. Apanhou como minhoca no cardume. Menos de um ano depois, o ministro Marcelo Crivella fala de piscicultura com a desenvoltura de um peixe n"água. Conseguiu instituir um Plano Safra para o setor, com metas, linhas de crédito e garantia de um salário mínimo para mais de 1 milhão de pescadores durante a piracema e a procriação, quando a pesca é suspensa. A produção brasileira aumentou para l,3 milhão de toneladas de peixe: l,3 milhão vêm da pesca extrativista, 500 mil da criação em tanques e represas. Em dois anos, projeta uma elevação para dois milhões de toneladas.

Na pescaria política, ele diz ter duas metas: ajudar a presidente a se reeleger e o PRB a ampliar sua bancada na Câmara.

Receios infundados

Os afagos da presidente Dilma no governador Eduardo Campos, do PSB, levantaram receios de algum estímulo governista à candidatura de Julio Delgado, do PSB, a presidente da Câmara. Fontes próximas a Campos garantem que, embora ele tenha apreço por Delgado, não entrará em campo para derrotar o peemedebista Henrique Eduardo Alves. Deve-lhe apoio decisivo à aprovação do nome de sua mãe, Ana Arraes, para ministra do TCU.

Fonte: Correio Braziliense