- O Estado de S. Paulo
A MB Associados projeta expansão do PIB de 1% em 2017 e de 2,6% em 2018
Desde o último trimestre de 2016, estamos convencidos aqui na MB de que a economia brasileira sairá da recessão em 2017 e voltará a crescer em 2018. Em termos de números, projetamos uma expansão do PIB de 1% em 2017 e de 2,6% em 2018.
Resumidamente, nossos argumentos a favor da recuperação são os seguintes:
1- No segundo semestre, a taxa de desemprego vai começar, lentamente, a cair, revertendo a trajetória negativa dos últimos anos. Além disso, os bancos relatam que está se reduzindo o número de empresas que são transferidas do departamento de crédito para a área de recuperação de crédito. Emprego e balanços estão deixando de piorar.
2- Já começou a liberação das contas inativas do FGTS. Tudo indica que algo como R$ 35 bilhões entrará no sistema, reduzindo o endividamento das famílias e, em menor escala, levando a gastos em bens e serviços.
3- A produção agrícola não apenas será muito boa, como já está sendo revisada para cima. A Conab agora estima o volume de grãos em 220 milhões de toneladas, numa expansão de 20%. Projetamos um crescimento de 7,7% do PIB agrícola deste ano. Com isso, a redução da inflação de alimentos será acentuada, o volume de renda injetado no setor será grande e as exportações crescerão. Em janeiro e fevereiro, houve um salto de 42% nas vendas ao exterior.
4- A inflação continua surpreendendo para baixo. Projetamos agora um crescimento de 4,1%, muito abaixo da meta de 4,5%. Como resultado, o ganho real da massa de salários será superior a 2,5%, com evidentes impactos sobre o consumo ao longo do ano.
5- O Banco Central vai acelerar a queda dos juros. Projetamos agora um número de 8,5% para o final do ano. Com isso, certamente, haverá uma indução à elevação de consumo, especialmente no segundo semestre.
6- Embora o investimento industrial ainda seja medíocre, devido ao excesso de capacidade ociosa, teremos avanços em algumas áreas. A mais importante delas é o petróleo: a Petrobrás vai executar o programa de investimento a que se propôs, bem como as empresas internacionais que já operam no Brasil elevaram seu orçamento de gastos para este ano e para os próximos. Finalmente, teremos pelo menos três leilões nessa área que provavelmente serão bem-sucedidos, levando-se em conta a revisão da regulação do setor e o interesse já manifestado.