Não
há o que temer ao despachar figuras nefastas como Trump e Bolsonaro
Às
vezes, é preciso escrever com simplicidade, sem o rigor das páginas editoriais
ou a complexidade das teses dos cientistas políticos. Escrever apenas isto: há
um homem sentado sobre o destino do Brasil, e suas pesadas e incômodas nádegas
não permitem avanço e provocam mortes.
Nem
sempre é fácil se livrar desse fardo. Nos Estados Unidos, finalmente, Trump
será despachado, como um desses espíritos que se recusam a desencarnar.
Muitos
viram na invasão do Capitólio apenas um problema para Biden. Não perceberam que
se viviam ali os estertores de uma época, num dia cheio de boas-novas, como as
eleições na Geórgia, que garantem aos democratas a maioria no Senado.
Manifestações
às vezes enganam. Já participei de centenas na vida. Nem todas sobrevivem na
balança da história. Sua fumaça confunde o que sobe e desce, o que nasce e
morre no instante.
Não
há o que temer no processo de despachar essas figuras nefastas, desde que, é
claro, se façam previsões corretas e preparações adequadas.
Quando
o coronavírus era uma realidade apenas em Wuhan, escrevi um artigo sobre ele.
Previ que, em caso de chegada ao Brasil, a única resposta teria de ser nacional
e solidária.
Bolsonaro sabotou essa resposta. Como se não bastasse, demitiu os ministros da Saúde que a aceitavam. Fomos reduzidos a reações atomizadas que, embora fiéis à orientação científica, não têm a mesma eficácia de uma coordenação central.