quarta-feira, 9 de julho de 2025

O que a mídia pensa | Editoriais / Opiniões

Taxação dos ultrarricos é debate internacional

Correio Braziliense

Requer atenção a proposta apresentada por sete ganhadores do Nobel de Economia, que defendem "uma taxa mínima de 2% sobre a fortuna dos bilionários" em todo o globo

A mais recente divergência entre os poderes Executivo e Legislativo no Brasil tem como principal pano de fundo a busca por justiça tributária. Enquanto o governo procura diminuir desigualdades, a partir de medidas como o aumento do IOF e a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, a maioria do Congresso defende corte de gastos sem aumento de tributos, a chamada austeridade, como alternativa para equilibrar essa balança. Não se trata de embate apenas brasileiro.

Dados do Relatório Mundial sobre Desigualdade, publicado em 2022, indicam a necessidade de uma discussão internacional sobre a distribuição de renda. O levantamento mostra que apenas 10% da população global concentra 52% da renda dos países. "Em média, um indivíduo dos 10% mais ricos da distribuição de renda global ganha 87.200 euros (cerca de R$ 560 mil) por ano, enquanto um indivíduo da metade mais pobre da distribuição de renda global ganha 2.800 euros (cerca de R$ 18 mil) por ano", ressalta a publicação. 

O ataque de Trump à grandeza americana - Martin Wolf

Valor Econômico / Financial Times

Em seis meses, o presidente dos EUA fez grandes avanços na implementação de uma agenda contra tudo o que tornou o país bem-sucedido

Às vezes é preciso olhar para o quadro geral. Em 4 de julho de 2026, os EUA celebrarão seu 250º ano de independência. A própria declaração de independência afirmava que: "Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo seu Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade." Essas ideias foram realizadas de forma imperfeita. Uma guerra civil e o movimento pelos direitos civis ainda estavam por vir. No entanto, o nascimento dos Estados Unidos da América seria um momento extremamente significativo.

Os EUA tinham o potencial de se tornar a primeira república verdadeiramente poderosa desde a romana, que pereceu na batalha de Ácio em 31 a.C. Sem o poder dos EUA, uma ditadura alemã ou russa certamente teria conquistado a Europa. Sem o exemplo dos EUA, o capitalismo democrático não teria se espalhado pelo mundo. Este seria um mundo muito mais pobre, assolado por todos os males do despotismo.

Tebet defende 'mexer no andar de cima'

Por Guilherme PimentaCaetano TonetRuan Amorim

Lu Aiko Otta / Valor Econômico

Em audiência no Congresso, ministra do Planejamento endossa discurso do governo por "justiça social"

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou na terça-feira (8) que é preciso rever gastos tributários e “mexer no andar de cima”. Esta foi a primeira vez que ela endossou, publicamente, o discurso do governo por “justiça social” desde o imbróglio causado pelas mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Ao se pronunciar sobre o assunto, durante audiência pública na Comissão Mista de Orçamento (CMO) para falar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), Tebet citou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que era preciso “colocar uma lupa” e ter “ honestidade intelectual” para reconhecer que “nós já mexemos muito com o andar de baixo”.

Vizinhos de olho em portos do Nordeste - Lu Aiko Otta

Valor Econômico

Questão do IOF precisa ser resolvida antes do dia 15, quando STF promove audiência de conciliação

A perspectiva de assinatura, no final deste ano, do acordo Mercosul-União Europeia fez chegar ao gabinete da ministra do Planejamento, Simone Tebet, a preocupação de países vizinhos como Chile, Peru, Colômbia, Paraguai e Bolívia em estabelecer um caminho logístico até os portos do Nordeste brasileiro, geograficamente mais próximos do velho continente.

A ministra lidera o programa Rotas de Integração Sul-Americana, iniciado em 2023, a partir da constatação que o agronegócio se expande para o Oeste do país. O objetivo original do programa é interligar as áreas produtoras do país aos portos do Pacífico, de onde o trajeto até o principal mercado consumidor, a China, é mais curto. São cinco rotas que buscam viabilizar o acesso do Brasil aos portos de Chile e Peru, entre outros.

Inquéritos sobre emendas seguem o rastro do dinheiro – Luiz Carlos Azedo

Correio Braziliense

PF apura desvios de verbas destinadas a prefeituras, em inquéritos a cargo dos ministros do STF Flávio Dino, Carmen Lúcia, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Nunes Marques

A 316km de Fortaleza, a cidade de Nova Russas tem 102 anos e nunca viu tanto dinheiro como agora. Com 742 km² e 30 mil habitantes, no Sertão de Crateús, semiárido nordestino, com um PIB de R$ 118 milhões anuais, ao sopé da Chapada do Ibiapaba, é um “case” de como funcionam os esquemas de desvios de verbas das emendas parlamentares. Às margens dos rios Acaraú, Poti e Curtume, terras que já pertenceram aos tabajaras, caratiú e os temidos tupinambás, a cidade é o principal alvo da Operação Underhand (Desonesto), da Polícia Federal.

Sob autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, a PF cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em Brasília e em outras quatro cidades do Ceará: Fortaleza, Eusébio, Canindé e Baixio, além de Nova Russas. O alvo principal é o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), suspeito de atuar como cabeça de uma organização criminosa que desviava emendas parlamentares e manipulava eleições municipais em até 51 cidades cearenses.

Vergonha oficializada - Rodrigo Craveiro

Correio Braziliense

São 2,2 milhões de palestinos submetidos a uma punição coletiva cruel e degradante, uma vingança desmedida conta o massacre dantesco de 7 de outubro de 2023

Primeiro, você destrói prédios, casas, infraestrutura. Torna inabitável cidades inteiras. Força o deslocamento massivo das pessoas reiteradas vezes. Ataca hospitais e ambulâncias. Bloqueia o acesso à ajuda humanitária e usa drones e tanques de guerra para disparar contra civis indefesos e famintos, que clamam por comida. Depois, anuncia a criação de uma "cidade humanitária" para abrigar 600 mil pessoas, que serão revistadas na entrada e impedidas de sair. Enquanto isso, você e um grande amigo telefonam para conhecidos de outros países e os sondam sobre a possibilidade de receberem a população de um território habitado há décadas por ela.

É preciso "dar nome aos bois". O que está colocado aqui em cima é exemplo de diáspora forçada, crime contra a humanidade, limpeza étnica, segundo especialistas. São 2,2 milhões de palestinos submetidos a uma punição coletiva cruel e degradante, uma vingança desmedida conta o massacre dantesco de 7 de outubro de 2023. Diga-se de passagem: horrível, torpe e totalmente injustificável. Tudo isso acontece com a cumplicidade e anuência de um amigo poderoso ante o silêncio do restante do mundo. 

A tradução do ‘nós contra eles’ - Vera Rosa

O Estado de S. Paulo

O governo Lula e o PT lançam hoje a segunda fase da campanha sobre a reforma da renda, desta vez para fazer a ligação direta entre o discurso de combate aos privilégios e a vida real. A primeira etapa jogou os holofotes sobre o conceito de justiça tributária, na esteira do decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), rejeitado pelo Congresso. Agora, vídeos que serão postados nas redes sociais vão investir em comparações.

A pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT vai tentar reduzir o ruído provocado pela estratégia do “nós contra eles”. Um dos vídeos mostra que o custo do programa Bolsa Família, no Orçamento de 2025, é de R$ 158 bilhões. “É o mesmo valor que o governo dá de isenção tributária para os mil maiores produtores rurais”, afirmou o publicitário Otávio Antunes, que faz a campanha do PT. “Mas não se trata de um enfrentamento com o Congresso nem de ‘nós contra eles’. A não ser que o ‘nós contra eles’ seja 99% contra 1%.”

Tarcísio pede a bola - Vera Magalhães

O Globo

Governador de São Paulo vem dando demonstrações ostensivas, algumas até arriscadas, como o aplauso a Trump, de que está empenhado em receber a unção de Bolsonaro como candidato

A pressão intensa dos partidos do Centrão, do empresariado e do mercado financeiro parece ter surtido efeito junto a Tarcísio de Freitas: o governador de São Paulo vem dando demonstrações cada vez mais incisivas, por isso mesmo arriscadas, de que está pronto para receber a indicação de Jair Bolsonaro como seu candidato a presidente no ano que vem. Parece disposto até a arcar com os ônus dessa exposição prematura.

Ao reproduzir e endossar a fala de Donald Trump segundo a qual Bolsonaro é vítima de perseguição política e a Justiça brasileira não é legítima para julgar o ex-presidente, que deveria ser avaliado pelos eleitores, Tarcísio deixa de lado a cautela com que costumou navegar nos mares turbulentos da relação entre seu padrinho político e o Supremo Tribunal Federal para mergulhar de cabeça no puro suco do bolsonarismo-raiz. O governador do estado mais rico e mais populoso do país toma lado numa disputa que tem muitas camadas: política, diplomática, jurídica e até comercial.

De Pedro II@edu para Lula@gov – Elio Gaspari

O Globo

Ignore e Trump, eu engoli um sapo muito maior

Estimado presidente, a última vez que escrevi a vosmecê, em fevereiro, disse-lhe que as reformas ministeriais são um pesadelo inútil. Foi o que sucedeu com a sua. Escrevo-lhe agora porque almocei ontem com meus confrades republicanos, e veio à mesa a fala do presidente Trump defendendo o capitão Bolsonaro. Coisa rara, concordamos em que, na sua primeira fala, vosmecê fez muito bem ao dizer que tem assuntos mais importantes a tratar. (O Figueiredo ficou calado porque seu neto Paulo está metido com o Trump.)

Getúlio Vargas e Ernesto Geisel falaram dos sapos que engoliram lidando com presidentes americanos. O Getúlio reconheceu que o Franklin Roosevelt estava certo ao querer que o Brasil declarasse guerra aos alemães. Afinal, no início de 1939, antes que começasse a Segunda Guerra Mundial, os americanos olhavam para o Saliente Nordestino, essencial para que suas tropas atravessassem o Oceano Atlântico. O Geisel disse que só deu o troco ao Jimmy Carter depois que ambos haviam deixado o governo. Negou-se a recebê-lo e não atendeu o telefone quando ele ligou.

Presente de gringo - Bernardo Mello Franco

O Globo

Republicano presenteou petista com bandeira de defesa da soberania nacional

Desde que Donald Trump se elegeu, Jair Bolsonaro estava ansioso. O capitão sempre acreditou que só poderia escapar da cadeia com ajuda dos Estados Unidos. Em apuros no Brasil, clamava por uma boia lançada pela Casa Branca.

Depois de meses de expectativa, o republicano finalmente falou —ou melhor, tuitou. Trump descreveu Bolsonaro como vítima inocente de uma “caça às bruxas”. Acrescentou que ele não seria culpado de nada, exceto de ter “lutado pelo povo”.

O capitão ficou eufórico, mas alguém precisa avisá-lo que a declaração não deve surtir muito efeito fora da bolha da extrema direita. Bolsonaro é réu por tentativa de golpe e se complicou ainda mais ao ser interrogado no Supremo. Os ministros não varrerão as provas para baixo do tapete para agradar Trump.

Por que o liberalismo não é popular? - Deirdre Nansen McCloskey

Folha de S. Paulo

Argumentos estatísticos, socio-científicos e econômicos não convencem a maioria das pessoas

Por que nem todo mundo é um "liberal essencial", como eu? Acabei de passar meia hora produtiva conversando com um colega brilhante do Cato Institute, refletindo sobre o triste fato de que a maioria das pessoas é socialista, fascista, racista, protecionista ou liberal "social", imune ao que, para nós dois, parece ser a verdade óbvia do liberalismo essencial.

Falamos sobre imigração. É um tema quente hoje nos EUA, e o principal apelo de Trump —que quer impedir a "invasão" de pessoas negras e pardas. Meu colega apontou que muitos conservadores defensores do livre mercado reagem muito mal à previsão de que a crescente diversidade da população norte-americana produzirá maiorias do Partido Democrata no futuro. Os conservadores estão muito dispostos a abandonar seus fracos compromissos com o livre comércio de capital, bens e trabalho quando imaginam os negros e pardos votando.

O desmonte de uma democracia ao vivo – Wilson Gomes

Folha de S. Paulo

Essa forma de desmonte ocorre por dentro do sistema, usando métodos legais e a fachada de legitimidade eleitoral

Se Levitsky e Ziblatt ajudaram a popularizar a ideia de que democracias morrem devagar, em seu livro "Como as Democracias Morrem", a pesquisa mais recente aprofundou os mecanismos desse processo: repressão seletiva, captura institucional e legitimação permanente. E é cada vez mais claro que o trumpismo não foi um acidente, mas um laboratório global do que vem sendo chamado de erosão democrática ou autocratização progressiva.

Fala-se em deterioração porque se trata de um declínio incremental, sem ruptura formal. Inclui, entre outras ações, retóricas de deslegitimação de elites específicas e da democracia liberal. Autocratização, por sua vez, ocorre quando se combinam três dimensões: repressão seletiva contra adversários, captura de instituições e construção de narrativas que justifiquem medidas autoritárias.

Ruim com ele, pior sem ele - Dora Kramer

Folha de S. Paulo

Campanha de difamação do Congresso, mesmo defeituoso, resulta em estímulo à antipolítica

Congresso não anda fazendo um bom serviço aos olhos da população, sabemos disso. Recente pesquisa do Datafolha aponta que quase 60% dos brasileiros sentem vergonha da conduta de deputados federais e senadores.

O mesmo estudo mostra que a Presidência da República e o Supremo Tribunal Federal estão em situação parecida. O STF é visto com desdouro por 58% dos pesquisados e 56% não veem motivo para se orgulhar do desempenho do presidente.

Estão, portanto, todos navegando em barco que requer uma correção de rumos. Evidência da qual decorre que talvez não seja aconselhável e muito menos adequada a ideia do governo de tentar recuperar a popularidade de Lula (PT) jogando a culpa dos males da nação nas costas de um Parlamento inimigo dos pobres.

Lula x Trump, ou o roto e o esfarrapado - Hélio Schwartsman

Folha de S. Paulo

Presidentes deveriam evitar meter-se em assuntos internos de nações amigas e razoavelmente democráticas

O mais recente embate entre Lula e Trump tem algo de o roto falando do esfarrapado. O presidente brasileiro queixou-se, com razão, da defesa que o americano fez de Jair Bolsonaro –uma interferência indevida em assuntos políticos e judiciais de nação amiga. O problema é que o petista é contumaz em também meter-se em questões internas de outros países.

Na semana passada, ele visitou a ex-presidente argentina Cristina Kirchner, que cumpre pena de prisão domiciliar por corrupção, e pediu sua libertação, ignorando que foi uma decisão "soberana" da Justiça platina que a colocou em cana.

O Simplesmente isto: é preciso enfrentar o adversário - Roberto Amaral*

“Há uma luta de classes, sim. Mas é a minha classe, a classe rica, que está fazendo a guerra, e estamos ganhando". 
— Warren Buffett, magnata estadunidense.

O governo Lula, quase tardiamente, ensaia algo que pode sugerir o início de uma reforma fiscal, cutucando os superlucros dos super-ricos. São o 1% que nos governa — na democracia e nas ditaduras, nos governos de direita e nos governos de centro-esquerda. É o grande capital, que controla a vida econômica e, por consequência, a vida política, nela incluídos os espaços do poder republicano.

Embora tímida, a proposta do governo pôs em pé de guerra a Faria Lima e suas adjacências — a saber, o Congresso e a grande imprensa (aparelho ideológico da classe dominante), os dois territórios privilegiados onde atuam seus agentes e procuradores.

À margem dos poderes clássicos da República, a política econômico-financeira do país foi posta sob o controle de burocratas onipotentes, nada obstante despojados de delegação da soberania popular; abrigam-se sob o teto largo e alto do Banco Central — a um tempo santuário e bunker do rentismo que asfixia a economia nacional.

O Supremo Tribunal Federal e o IOF - Martônio Mont'Alverne*

O Povo (CE)

O assunto caiu na opinião pública, que parece já ter compreendido a arapuca armada no Congresso. O STF está na ordem do dia para não permitir que a política sem limites viole a Constituição

Toda questão de controle da constitucionalidade é questão de poder constituinte. Trata-se de saber se quem legisla ultrapassou o limite estabelecido pelo constituinte. Assim, é inexorável, nestes casos, a presença do elemento do político para qualquer tribunal constitucional. Porém, do político devidamente regulado pelo poder constituinte, não do convencimento pessoal de quem julga. Juízes não são neutros, como ninguém o é. Mas têm a obrigação de serem imparciais perante a ordem constitucional democrática, imposta pela democracia de um poder constituinte, como o brasileiro de 1987/88.

"Jabutis" em acordos internacionais - Aylê-Salassié Filgueiras Quintão*

O instinto de repórter emerge curioso, vez por outra,  sobretudo  quando se propaga que o o Presidente do Brasil  vai viajar para o exterior com a finalidade de  assinar  acordos de cooperação internacionais  . Lula, em particular, realizou 139 viagens  a 80 países nos dois primeiros mandatos, e 33 na sua terceira Presidência. Para justificar os supostos excessos,  o Itamarati tenta explicar  , genericamente , que se tratam de acordos nos  campos da ciência, do meio ambiente, da  energia, dos transportes, da infraestrutura, da aviação, e outros. 

Cabe ao jornalista  "ligar  pontos  visíveis com tramas imaginárias", segundo ensina Vinicius Mota, secretário de redação do jornal Folha de São Paulo. Aquela semântica inocente pode estar escondendo   "jabutis", ou seja, compromissos, cujos conteúdos   são de  conhecimento  de poucos, senão  dos autores e interessados. O cenário da vez  -  dilema do IOF, o escândalo do INSS, ou as tarifas de Trump -   encarrega-se de desviar as atenções, respaldadas no desconhecimento público dos  "instrumentos"  que lhes dão legitimidade, consagrados na política e no direito  internacional : Cartas, Acordos, Ajustes, Declarações, Protocolos, Tratados, Convenções,  Compromissos, Manifestações de Interesse.