quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Privatização de hospitais se torna o pivô de provocações

DEU NO JORNAL DO BRASIL

Quem deu a largada na série de perguntas entre os candidatos foi Jandira Feghali (PCdoB). Defensora de debates, principalmente na televisão, a candidata comunista não se fez de rogada e pegou pesado com o adversário Fernando Gabeira (PV). Com o discurso familiar e repetitivo de que é mulher, mãe e médica que trabalhou por 15 anos nos hospitais públicos do Rio, Jandira questionou se Gabeira pretende privatizar os hospitais públicos, a exemplo do ex-governador Marcello Alencar (PSDB), que hoje o apóia. ­ É difícil responder uma pergunta referente a uma outra pessoa tanto tempo depois, mas vou respondê-la dissociada da pequena malícia política da candidata ­ esquivou-se Gabeira, provocando risos na platéia.

Gestores nos hospitais

O candidato verde respondeu que instituições filantrópicas podem, sim, gerir unidades de saúde, como em São Paulo. ­ Sou favorável, ainda que gestores, em vez de médicos, administrem os hospitais ­ acrescentou Gabeira. Não satisfeita com a resposta do candidato e ansiosa por um momento de embate e um clima mais polêmico, Jandira, sem papas na língua, disse que as alianças mostram as condições de gestão do futuro prefeito e questionou a influência do PSDB na sua participação: ­ Eu tenho medo do que pode acontecer porque, para mim, Marcello Alencar foi o pior governador que o Rio já teve.

Sem alterar o tom de voz ­ como de costume ­ Gabeira revidou o ataque da candidata sem perder a compostura. ­ Parece que você, Jandira, não está tendo tempo de acompanhar a nossa campanha e de ler os jornais com tranqüilidade ­ alfinetou. ­ Desde o início, meu discurso é de que os partidos não vão ocupar nenhuma estrutura administrativa da prefeitura. Ao contrário de Jandira ­ que faz questão de destacar as diferenças entre os candidatos ­ Gabeira adotou um discurso politicamente correto e uma postura de não agressão aos demais candidatos. ­ Não é uma pessoa ou um governo que vão conseguir solucionar os problemas dessa cidade. Temos que criar uma frente ­ concluiu Gabeira.

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