quinta-feira, 2 de outubro de 2008

No último programa de TV, candidatos apostam tudo nos eleitores indecisos

Flávio Tabak e Luiz Ernesto Magalhães
DEU EM O GLOBO

Sem apresentar novidades, concorrentes fazem balanço de suas campanhas

O voto dos indecisos, que representam hoje cerca de 5% do eleitorado, foi o objeto do desejo dos candidatos a prefeito na noite de ontem, no último programa eleitoral na TV antes do primeiro turno. Apesar de as mais recentes pesquisas apontarem que Jandira Feghali (PCdoB) caiu para o quarto lugar, a candidata apareceu no vídeo afirmando que não é isso que constata nas ruas. O locutor do programa chegou a afirmar que a vaga no segundo turno está sendo disputada entre ela e o senador Marcelo Crivella (PRB). Jandira concentrou o programa no eleitorado feminino, e a atriz Fernanda Montenegro voltou a pedir, no vídeo, votos para a candidata.

- Essa guerra das pesquisas não engana mais ninguém. A pesquisa de verdade é aquela que vemos na rua entre o povo mais sofrido. Nossa campanha cresce e emociona. Vamos governar para todos, da Zona Sul à Zona Oeste. Agradeço o carinho e apoio. Peço para que façam uma corrente de votos para estarmos no segundo turno - disse a candidata, que voltou a prometer acabar com filas nos hospitais e implantar o bilhete único.

Fernando Gabeira (PV), que aparece em terceiro e tecnicamente empatado com Crivella, disse também que as ruas indicam sua presença no segundo turno das eleições.

- Me orgulho dos meus eleitores. E conto com seus argumentos para conversar com parentes e amigos sobre a nossa candidatura - disse.

Gabeira disse que fez uma campanha propositiva, respeitando adversários, e acrescentou que quer contar com eles no segundo turno, mas sem negociações que envolvam a ocupação de cargos públicos:

- Não haverá empreguinhos para aliados - disse.

O candidato do PV lembrou que levou para a campanha propostas para a segurança pública, e que foi o primeiro a divulgar as contas da com transparência.

Chico Alencar (PSOL) e Alessandro Molon (PT) também reapresentaram suas principais propostas para saúde, educação e transporte. Eles pediram que seus eleitores convencessem os amigos que são os melhores para comandar a cidade:

O líder nas pesquisas, Eduardo Paes (PMDB), reforçou a idéia de que sua candidatura significará a união entre governo federal, o estado e a prefeitura. O candidato citou várias vezes o nome do presidente Lula. O governador Sérgio Cabral reapareceu no vídeo pedindo votos para Paes. Já nas imagens de TV, que até então se concentraram mais nas Zonas Norte e Oeste, o programa fez referências também à Zona Sul.

- Pertenço a uma geração de políticos que não viu o Rio ser uma cidade maravilhosa. Nos últimos 20 anos, brigas e desentendimentos levaram o Rio a perder força econômica e boa parte do prestígio.

Crivella reafirma que não mistura religião e política

No programa, Paes pede para que os eleitores façam uma corrente de votos, também de olho nos eleitores que não fizeram suas escolhas. Ele voltou a prometer ampliar a rede das UPAs, acabar com a aprovação automática e trabalhar pela implantação do bilhete único no transporte.

Crivella agradeceu a seus eleitores e disse que não mistura religião com política. O bispo licenciado da Igreja Universal acrescentou, no último programa, que vai governar para todas as crenças.

- Vou governar para todos os cariocas. Principalmente o povo mais humilde. Esta é a hora de o Rio diminuir as desigualdades com políticas públicas. Vou colocar os hospitais e postos de saúde para funcionar, implantar o Cimento Social e a Zona Franca Social em todas as comunidades - afirmou.

Solange Amaral (DEM) usou a imagem do prefeito Cesar Maia e das marcas de sua gestão como uma demonstração de que seria a candidata mais preparada. Foram exibidas imagens de Vilas Olímpicas, comunidades atendidas pelo Favela-Bairro e do Ônibus da Liberdade, que transporta gratuitamente os alunos da rede municipal.

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