sábado, 17 de janeiro de 2009

Aécio faz defesa enfática das prévias e percorrerá o país

Gerson Camarotti
DEU EM O GLOBO

Mineiro não admite ser vice na chapa de Serra

BRASÍLIA. Ser mais novo que o governador paulista, José Serra, e estar atrás dele nas pesquisas sobre 2010 não abalam a disposição do governador mineiro, Aécio Neves, de disputar as prévias do PSDB, prometidas para o fim deste ano. Ele já prepara a estratégia para dar visibilidade nacional a seu nome. A avaliação de Aécio e seu grupo político é que o governador não terá outra opção diante das pesquisas indicando que mais de 80% dos mineiros votariam nele para presidente. Minas é o segundo maior colégio eleitoral do país, com 12,4 milhões de eleitores.

Aécio tem dito que nada tem a perder com as prévias. Pelo contrário, uma pré-campanha nacional o deixaria conhecido em todo o país. Na pior das hipóteses, a derrota nas prévias até lhe daria discurso para apoiar Serra e justificar ao eleitorado de Minas sua posição.

Mas repete que em nenhuma hipótese aceitaria ser o vice na chapa encabeçada por Serra, como defende o ex-presidente Fernando Henrique e parte da cúpula tucana. Não quer atrelar seu futuro político à sorte de Serra. Ao GLOBO, Aécio foi enfático na defesa das prévias:

- O argumento de que não posso ser candidato porque essa é a última chance de alguém não pode ser utilizado. Ninguém pode temer as prévias, que vão legitimar todo o processo. Seja quem for o escolhido, esse processo dará condições para que um se engaje na campanha do outro. Estou preparado para ser ou não candidato. O que pode deixar sequelas não é a disputa das prévias, mas um processo que não seja democrático.

O governador mineiro vai percorrer o país e participar de debates em sindicatos de trabalhadores, federações empresariais e universidades este ano. A ideia é pôr em debate a gestão pública para apresentar os dados dos seis anos de administração tucana em Minas Gerais.

O principal trunfo que começa a ser apresentado pelo grupo de Aécio, no partido, é a sua possibilidade de crescimento. O argumento é que, enquanto Serra já estaria no teto do seu conhecimento, o governador mineiro ainda é desconhecido de um grande percentual de eleitores
- o que significa que ele ainda tem espaço para crescer nas pesquisas.


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