sábado, 31 de janeiro de 2009

CUT e empresários pedem corte de impostos

Adauri Antunes Barbosa, Liana Melo e Ronaldo D"Ercole
DEU EM O GLOBO


Proposta encaminhada a União e 8 estados beneficiaria setor de máquinas. Vale fecha acordo com 8 sindicatos

SÃO PAULO e RIO. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) vão pedir aos governos federal e de vários estados isenção por quatro meses do pagamento de impostos como ICMS, IPI e PIS/Cofins para o setor de máquinas e equipamento. A proposta visa a evitar demissões no setor, onde as encomendas registram queda de 35%. Desde outubro, as indústrias de máquinas e equipamentos já demitiram 8.300 trabalhadores, pelas contas da confederação.

Com o alívio tributário, a Abimaq alega que poderá reduzir em 20% o preço final dos equipamentos e atrair mais compradores. E compromete-se a manter os cerca de 240 mil empregados do setor atualmente. Além do governo federal, o acordo será proposto para os governadores de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo e Pernambuco.

Subiu para oito o número de sindicatos da Vale que aceitaram a proposta de licença remunerada da empresa. A última adesão ocorreu ontem, atingindo assim um universo de 17.800 empregados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará. Os sindicatos mineiros de Itabira e Inconfidentes ainda estão analisando a proposta, mas já indicaram que não vão aceitá-la.

- Se a empresa está em dificuldade financeira por causa da crise, como pode pagar US$1,6 bilhão à anglo-australiana Rio Tinto por duas novas minas? - criticou Paulo Soares, presidente do Sindicato Metabase de Itabira, comentando que "a empresa está aproveitando os preços baixos dos ativos para crescer".

Com a licença remunerada, a Vale se compromete a pagar 50% do salário, além de garantir o piso de R$856 previsto no Acordo Coletivo de Trabalho, e não demitir até 31 de maio. Foi no último dia 22 que a Vale apresentou formalmente a proposta de licença remunerada, depois de demitir 1.300 empregados e dar férias coletivas a outros 5.500 funcionários.

Ontem, os funcionários da fabricante de autopeças Samot aprovaram acordo de redução da jornada de trabalho (20%) e de salário (15%) com o compromisso da empresa de não demitir por 180 dias. Foi o quarto acordo desse tipo aprovado esta semana por trabalhadores de empresas da base do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, ligado à Força Sindical.

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