sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Governo e PT ocupam o Fórum para reaproximar Lula dos grupos sociais

DEU EM O GLOBO

Executivo federal enviou 200 servidores e gastou R$77,5 milhões

BELÉM. A popularidade em baixa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre setores dos movimentos sociais motivou um desembarque dos governos federal e do estado do Pará e de líderes do PT no Fórum Social Mundial (FSM). Além de Lula em pessoa e 12 ministros, ao menos 200 servidores federais participam da nona edição do evento, com objetivo de recuperar o apoio dos grupos que historicamente eram próximos ao presidente.

Juntas, essas três forças aliadas atuam em cerca de 140 atividades do FSM, o equivalente a 10% dos eventos de cunho político. Os gastos do governo com as despesas dos servidores, montagem de espaços físicos e viagens não foram divulgados.

O governo do Pará, comandado pela petista Ana Júlia Carepa, informa que o Executivo federal investiu aproximadamente R$120 milhões. Seriam R$77,5 milhões de acordo com a Secretaria-Geral da Presidência, que diz não ter ainda números exatos. Parte das obras beneficiará a população de Belém após o Fórum.

Governo faz propaganda de ações sociais no evento

Segundo fontes, os investimentos são estratégicos para Lula. De um lado, o presidente sente necessidade de uma reaproximação com a esquerda mundial. De outro, ele quer fazer dos movimentos sociais aliados no enfrentamento da crise econômica, pois sabe que a tendência agora é de acirramento da esquerda.

O mapeamento das áreas mais críticas do governo diante do FSM foi preparado em 2008.

Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social, Meio Ambiente, Justiça, Direitos Humanos, Casa Civil e Secretaria-Geral são considerados os mais estratégicos dentro do FSM.

As organizações cobram de Lula ações principalmente em meio ambiente, reforma agrária e obras. Mas o apoiam nas polêmicas ligadas ao Ministério da Justiça e à Secretaria Nacional de Direitos Humanos.

O governo também apela à propaganda. Milhares de revistas começaram a ser distribuídas ontem, informando que "o Bolsa Família melhora a vida de 46 milhões de pessoas" e que a União investe em educação e jovens pobres, multiplicou por cinco os recursos da agricultura familiar e devolveu aos índios a Raposa Serra do Sol. (Maiá Menezes e Soraya Aggege, enviadas especiais).

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