sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Montadoras do Rio dão férias coletivas

DEU NO JORNAL DO BRASIL

Com o setor automobilístico retraído pela crise, as montadoras instaladas no Rio têm optado pelas férias coletivas para não demitirem. É o caso da Volkswagen Caminhões e Ônibus, em Resende, e a Peugeot-Citröen, em Porto Real. Em São Paulo, as centrais sindicais suspenderem as negociações com empresários. Querem a presença da CUT, que não aceita reduzir os salários

Governo estuda tributar quem demitir sem aviso prévio

O cenário de retração de de- manda, provocado pela crise financeira internacional, que diminuiu o crédito nos mais variados setores, tem afetado de forma significativa o setor automobilístico. Diante disso, as montadoras de automóveis instaladas no estado do Rio de Janeiro têm optado pelas férias coletivas para não demitir funcionários.

A Volkswagen Caminhões e Ônibus informou que, até o momento, não houve demissões. Os funcionários ligados à produção, que estavam de férias desde o dia 17 de dezembro, retornaram ao trabalho segunda-feira. Os da área administrativa já haviam voltado no dia 5 deste mês. ­

-Por enquanto, esse é o status da empresa ­ afirmou a assessoria de imprensa da fábrica, que se localiza em Resende e tem cerca de 5 mil empregados.

Na Peugeot-Citroën, instalada no município de Porto Real, o nível dos estoques está acima do normal. Diante disso, a montadora optou por antecipar as férias coletivas de 2009 para manter seu efetivo. O período de férias será de 26 de janeiro a 24 de fevereiro. A empresa já havia concedido férias coletivas entre 8 de dezembro e 5 de janeiro.

A assessoria de imprensa da Peugeot-Citroën do Brasil informou que, embora o mercado de veículos tenha tido resultado positivo no acumulado do ano passado, a companhia enfrentou no Brasil queda de 25% nas vendas, em novembro, e de 20% em dezembro, em comparação com os mesmos meses de 2007.

De acordo com a assessoria, a empresa considera que as medidas de apoio ao setor automotivo, como a redução temporária do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), poderão vir a amenizar o cenário desfavorável. A montadora ressaltou, no entanto, que mesmo com as medidas o mercado doméstico permanece com desempenho inferior às expectativas. A Peugeot-Citroën tem atualmente 4 mil empregados.

Punição

Em meio ao aumento no número de demissões no país, o governo decidiu que vai cobrar contribuição previdenciária sobre os valores pagos na forma de aviso prévio indenizado aos trabalhadores que perderem o emprego. A medida vai aumentar o custo de demissão para os empregadores e reduzir a indenização paga aos trabalhadores.

Essa verba se refere aos 30 dias que são pagos pelo empregador em caso de demissão sem justa causa, quando o trabalhador é dispensado de cumprir o aviso prévio.

A mudança na regra passou a valer na última terça-feira, quando foi publicado o decreto presidencial 6.727.

Agora, ao receber a indenização, o trabalhador será descontado em relação aos valores devidos ao INSS, de 8% a 11% do salário, com um teto de R$ 334,29. A mudança também afeta os empregadores, que terão aumento de encargos, pois esse valor passará a fazer parte da folha de salários, tributada entre 20%.

A Receita ainda avalia possibilidade de fazer a cobrança retroativa do tributo, que pode atingir os benefícios pagos nos últimos cinco anos. O órgão afirmou que não faria uma avaliação política sobre o assunto e informou apenas que a mudança faz parte dos trabalhos de fusão da Receita Federal com a Receita Previdenciária.

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