quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Tucanos dissidentes: pressa na escolha de candidato

DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)

SÃO PAULO – Em reunião no apartamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, tucanos da chamada ala dissidente discutiram ontem a necessidade de lançar, “o quanto antes”, o nome do PSDB que disputará a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010. No partido, a análise é a de que a definição de um presidenciável tucano potencializaria a voz de oposição ao governo e que não se deveria deixar passar em branco a conjuntura de crise financeira internacional. O ex-presidente FHC alertou que o partido tem de colocar o foco na oposição ao PT, que já estaria em “campanha” com a pré-candidata do partido, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

“Discutimos a necessidade de definirmos o quanto antes nosso candidato a presidente. Precisamos ter uma voz de oposição. À medida que tivermos candidato definido, as coisas ficam mais fáceis até no ponto de vista da crítica”, disse o deputado Paulo Renato Souza (PSDB-SP), que participou do encontro que reuniu cerca de dez deputados na casa do ex-presidente.

Renato tem liderado o grupo contrário à recondução de José Aníbal ao cargo de líder da bancada na Câmara, sob a justificativa de que houve uma ruptura das normas do estatuto. Seria este o assunto da reunião de ontem, mas logo o tom ganhou contornos eleitorais. Paulo Renato, com o apoio do governador de São Paulo, José Serra, perdeu a disputa pelo posto de líder do PSDB na Câmara para Aníbal, que contou com votos de tucanos ligados ao governador mineiro Aécio Neves.

A estratégia em antecipar o nome do presidenciável veio à tona como uma forma de evitar eventuais desgastes com disputas internas. A preocupação é com a possível insistência de Aécio em promover prévias para a escolha do candidato, o que criaria fissuras no ninho tucano. Segundo um dos participantes do encontro, o nome de Serra aparece como o mais provável.

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