quarta-feira, 25 de março de 2009

No lançamento do Congresso do PPS, oposição mostra união e diz que vai vencer pleito de 2010

Assessoria imprensa do PPS
DEU NO PORTAL DO PPS

O lançamento do XVI Congresso Nacional do PPS, nesta terça-feira, em Brasília, mostrou que a oposição está coesa para a disputa pela presidência da República. Presidentes do PPS, do PSDB e do DEM afirmaram que o país precisa passar por uma mudança profunda e frisaram que estão firmes para a disputa em 2010, mesmo enfrentando um conjuntos de forças governistas que não tem escrúpulos.

"Estamos completamente envolvidos nesse processo de organização das oposições. Tenho certeza que a nossa união e o nosso projeto conjunto nos levará a vitória em 2010", disse o presidente nacional do PPS, ex-senador Roberto Freite, ao abrir o encontro, que contou com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP); do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE); do presidente do PSBD, senador Sérgio Guerra (PE); do presidente do DEM, Rodrigo Mais (RJ); do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM-DF); o deputado Federal Fernando Gabeira (PV-RJ); do deputado federal Sérgio Petecão (AC); dirigente nacional do PMN; além do secretário geral do PPS, Rubens Bueno; e do líder do PPS na Câmara, Fernando Coruja (SC).

Ao falar sobre o PPS, Sérgio Guerra ressaltou que o partido é um grande parceiro do PSDB e que será de fundamental importância na aliança para as eleições de 2010. Destacou ainda a coragem de Freire na busca pela renovação da política brasileira. "Nunca lhe faltou coragem política", destacou. Disse ainda que a disputa pela Presidência da República não será fácil. "Por isso estamos nos unindo para enfrentar um adversário podereso e que não tem escrúpulos", disse.

Lula e a prática de coronéis

Ao falar sobre a maneira como o Bolsa família é implementado nos bolsões de miséria, o presidente do PSDB afirmou que o governo Lula tem práticas dos velhos coronéis do interior do Nordeste "de forçar o povo, de comprar o povo". "Não se trata de falar mal do programa, até porque não foi o presidente Lula nem o Brasil que inventaram a transferência de renda; mas não há limite par se usar esse instrumento (como moeda eleitoral)".

Da mesma forma que antes os coronéis trocavam água por votos no sertão, disse Guerra, agora se troca o dinheiro. "É uma luta duríssima a que enfrentamos; precisamos de unidade e clareza de propósito para resolver esse problema, porque nosso adversário não tem escrúpulo, não respeita a lei nem a cidadania".

Já o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ) afirmou que o atual governo é o mais corrupto da história do Brasil, mas lamentou que as pessoas estejam anestesiadas e não reajam, mesmo às "maiores barbaridades" que vêm sendo feitas durante a crise econômica mundial. "A compra do Banco Votorantim é inaceitável, assim como é escandalosa a compra da Brasil Telecom pela Oi", protestou. "Agora, parece que é o Banco Panamericano, do Sívio Santos, que está na fila para receber ajuda oficial", acrescentou.

Quebra de paradigmas

O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, ressaltou que o PPS enfrenta, junto com ele, o "grande desafio de quebrar paradigmas e oferecer à população um serviço de saúde eficiente", referindo-se ao fato de o deputado Augusto Carvalho ocupar a Secretaria de Saúde.

Ele destacou ainda que o PPS tem um papel de extrema importância para mudar o conceitos na política brasileira num momento em que há extrema falta de credibilidade do homem público junto a população. "É preciso rever o papel do Estado", disse. Para ele, o PPS dá um grande passo ao propor, em seu XVI Congresso, um amplo debate sobre o país que desejamos, a sociedade que queremos e a política que pretendemos ver aplicada no país. "É preciso uma reforma do Estado para que possamos enfrentar esse mundo do futuro, completou Freire, que lembrou a aniversário de 87 anos do PCB/PPS, que serão completados na quarta-feira (25).

Fortalecimento dos partidos

O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP) defendeu o fortalecimento dos partidos, que representam "parcelas" da sociedade e enalteceu o PPS, que tem uma longa história na política do país. Durante o lançamento do congresso da legenda, ele afirmou também que "se todos os partidos caminharem nessa direção, teremos partidos representando parcelas políticas do país".

Crise

O líder do PPS, Fernando Coruja (SC), afirmou que as pessoas não acreditam que a política possa promover as mudanças necessárias para debelar a crise, mas advertiu que é ela a indutora de dessas transformações. Após ouvir alguns oradores que se confessaram pessimistas, o parlamentar pediu que esse pessimismo seja "ardente, para que produza a busca de fórmulas que solucionem os problemas".

O líder defendeu a unidade das oposições em 2010 para a conquista da vitória e a implementação de um governo democrático e reformista. "Precisamos ter sempre em mente o objetivo de melhorar o mundo, o país; não podemos perder a esperança e acho que vamos sair do nosso congresso mais fortes para buscar as melhores propostas para o Brasil".

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) salientou que o mundo enfrenta atualmente crises ambiental e econômica, mas também necessita encarar o problema de políticos desacreditados. "Dificilmente a recuperação do político vai se dar em um curto espaço de tempo; com a denúncia dos sangessugas, conseguimos fazer com que um bom número de parlamentares ligados àquele esquema não se reelegesse, mas o Congresso continua ruim", constatou.

Gabeira rechaçou a nova avaliação do presidente Lula sobre a crise econômica. "Primeiro, ele disse que era uma marolinha; agora chama de gripe. Mas essa crise não é uma gripe; é uma pneumonia".

Prévias

O PPS também anunciou que vai realizar prévias para escolher qual será o candidato a ser apoiado pelo partido nas eleições presidenciais de 2010. Os filiados terão três alternativas para votar: os governadores do PSDB José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas Gerais, e a opção "outros", para aqueles que não concordarem com nenhum dos dois.

A consulta entre os filiados estava prevista para iniciar ainda neste mês, mas em virtude de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sinalizar várias restrições contra a realização de prévias, o partido vai aguardar a decisão final da corte sobre o assunto. "Nós vamos realizar a consulta, até porque consideramos um instrumento democrático, mas vamos aguardar a decisão do TSE sobre o assunto", disse o presidente nacional do PPS, ex-senador Roberto Freire, que não descarta entrar com nova consulta (o PSDB já fez uma) sobre o tema no tribunal.

Congresso

O XVI Congresso, que acontecerá nos dias 7, 8 e 9 de agosto, no Rio de Janeiro, vai discutir a crise econômica mundial, buscando apontar alternativas ao estatismo e ao keynesianismo. "Não podemos buscar nos modelos do passado a resposta para os desafios deste mundo globalizados; é preciso olhar para o futuro", disse Freire. O momento, analisa, é de enfrentar desafios "e não de olhar pelo retrovisor". Na avaliação de Roberto Freire, a política não acompanhou o processo de globalização e agora se dá conta de que é preciso propor soluções. As reformas necessárias para o Brasil, a ampliação e o aprofundamento da democracia e as eleições de 2010 também fazem parte da pauta mínima do Congresso.

Precedem o evento nacional os congressos municipais (entre os dias 26 de março e 10 de maio) e estaduais (de 16 de maio a 14 de junho).

Abertura do Partido

Um eleitor chega no congresso de um partido político e tem espaço garantido para expor suas opiniões sobre os rumos da legenda e até votar para definir qual será o futuro da agremiação. Esse cenário pode até parecer um absurdo para quem está acostumado com as tradicionais estruturas decisórias das forças políticas brasileiras. Mas está começando a mudar.

O PPS deu o primeiro passo nesse sentido. Nos próximos congressos municipais, estaduais e no evento nacional da legenda, centenas de não filiados à legenda terão esse direito. Eles serão “convidados” pelas diversas instâncias de direção. Só não poderão, por enquanto, votar para a escolha de dirigentes. Esses convidados, na visão do partido, poderão, ao participar dos eventos, se tornar novos filiados e até dirigentes.

“Temos que nos preparar para não ser um partido do passado. É preciso implantar desde já a consciência do futuro. Abrir o partido”, diz o presidente nacional do PPS, Roberto Freire. Segundo ele, manter as estruturas atuais é condenar os partidos ao desaparecimento.

“Com isso, vamos abrir as discussões, oxigenar o partido e trazer algo muito concreto: o convite não é apenas para ser candidato. É para discutir política e programa do partido, algo que é muito mais importante porque cria maior relação e compromisso”, justificou o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, lembrando que essa experiência foi adotada com sucesso na Conferência Caio Prado Júnior, realizada em 2007.

Reuniões preparatórias

O secretário-geral do PPS, Rubens Bueno, ressalta que, 15 dias antes dos congressos, as direções do partido deverão fazer uma "chamada geral" dos filiados. "Esse encontro é de fundamental importância para que todos conheçam, com antencedência e profundidade, as regras dessas reuniões partidárias. É uma oportunidade para o militante tomar conhecimento dos documentos da pauta mínima elaborada pela direção nacional", frisou.

Ferramentas

A Direção do PPS também criará e colocará à disposição dos filiados um hotsite para facilitar a troca de informações e discussões dos temas que poderão ser levadas ao debate no Congresso Nacional. A Tribuna de Debates funcionará no Portal Nacional, nos sites estaduais, blogs, redes sociais e outros espaços que serão abertos pela legenda e seus filiados.

CALENDÁRIO

Congresso Municipais - Entre 26 de março e 10 de maio.
Congressos Estaduais - Entre 16 de maio e 14 de junho.
XVI Congresso Nacional - Entre 07 e 09 de agosto - Rio de Janeiro.

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