sábado, 14 de março de 2009

PSDB escolhe nomes para futura comissão das prévias

Julia Duailibi
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Grupo será formalizado quando TSE tirar dúvidas, diz presidente da sigla

A direção do PSDB decidiu que o partido criará uma comissão interna para implementar as prévias que definirão o candidato à Presidência em 2010. Segundo o presidente nacional da legenda, senador Sérgio Guerra (PE), a comissão deverá ter três integrantes: o deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES), presidente do Instituto Teotônio Vilela; o deputado Rodrigo de Castro (MG), secretário-executivo do partido; e Eduardo Jorge, vice-presidente tucano.

A ideia é que, com base na resposta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às questões formuladas pelo partido a respeito das prévias, a comissão defina os critérios para a consulta. As prévias constam do estatuto do PSDB, mas precisam ainda ser regulamentadas - o que os tucanos pretendem fazer assim que o TSE responder às dúvidas.

A consulta está com o ministro Felix Fischer, que acabou de receber respostas da área técnica do TSE sobre financiamento de campanhas. A expectativa é que ele apresente ao plenário seu relatório na próxima semana. Para regulamentar a consulta, o PSDB usará ainda estudo sobre prévias feito pelo sociólogo Antonio Lavareda.

A direção do PSDB avalia que as prévias entre os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) só não irão ocorrer se o mineiro desistir da disputa. Tucanos paulistas acham que Aécio deveria abrir mão em prol de Serra, mais bem posicionado nas pesquisas.

Os três integrantes da comissão já vinham trabalhando juntos antes da consulta ao TSE. Rodrigo de Castro é próximo de Aécio, e Vellozo Lucas é ligado a Serra. Eduardo Jorge, próximo a FHC, é apontado como conhecedor da burocracia do partido. Segundo Guerra, a ideia da comissão é criar "regras comuns" para que a consulta seja feita.

FHC

Ontem, Aécio encontrou-se em São Paulo com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no Instituto FHC. Aécio estava insatisfeito com notícias, divulgadas no começo da semana, sobre a preferência de FHC pelo nome de Serra em 2010. O objetivo do encontro foi resolver o que o ex-presidente teria chamado de mal-entendido.

Aécio ainda se encontrou com o presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), que anteontem havia reunido em jantar com Serra e FHC no Palácio dos Bandeirantes. Aos tucanos Maia e outros líderes do DEM defenderam a definição do nome do candidato do PSDB, com a ressalva de que a escolha deveria ser feita sem que se causasse um racha no partido. "Não dá para ir à eleição sem Minas", resumiu um dos presentes. Falou-se, então, sobre a hegemonia de São Paulo nas disputas eleitorais recentes, ao que FHC teria ponderado, lembrando os dois anos de gestão do mineiro Itamar Franco na Presidência.

O DEM chegou a cobrar dos tucanos uma postura mais aguerrida de oposição. "Não foi uma cobrança", amenizou Rodrigo Maia. "Falamos que não dá para discutir a eleição a partir do pós-Lula. Temos que discutir esse governo agora."

No encontro, foi abordada a questão dos palanques regionais. Os líderes do DEM reclamaram especificamente das investidas tucanas junto a Paulo Souto, ex-governador da Bahia, que foi cortejado pelos tucanos para mudar de partido. Participaram do jantar ainda o vice-governador, Alberto Goldman, e o secretário da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira.

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