quarta-feira, 8 de abril de 2009

Freire: plebiscito sobre Congresso é asneira golpista

Foto: Tuca Pinheiro
Valéria de Oliveira
DEU NO PORTAL DO PPS

Esquerda sempre viu com desconfiança o plebiscito.

O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, classificou de "asneira" a proposta de realizar um plebiscito para decidir sobre o destino do Congresso Nacional – se ele deve ser fechado ou continuar funcionando. "A crise moral, de desmoralização da política, precisa ser enfrentada, mas não com um instrumento sempre usado, ao longo da história, por fascistas, por ditadores como Hitler e Mussolini para golpear a democracia e instalar-se ou manter-se no poder", afirmou.

Freire disse que ao saber que a idéia partiu do senador Cristóvam Buarque (PDT-DF), "um democrata e homem de bem", levou um susto, porque "um pensamento como esse não é próprio de quem tem o mínimo de compromisso com a democracia". Freire disse que considera a proposta golpista e asseverou que os parlamentos, "por piores que sejam, devem ser preservados, melhorados, porque são os grandes guardiões das liberdades e da democracia".

Desconfiança

Freire lembrou que a esquerda, principalmente o "velho PCB (Partido Comunista Brasileiro)", sempre viu com desconfiança o plebiscito. "Com a visão humanista que sempre tivemos, lutamos para evitar um plebiscito para a implantação da pena de morte no Brasil, porque ela desperta na sociedade apenas sentimentos ruins, como a vingança, o linchamento".

Freire disse que raros foram os momentos em que o plebiscito fez avançar a democracia. Ele citou ainda o caso do Chile do então ditador Augusto Pinochet, que convocou a consulta com a intenção de ficar no poder, mas foi derrotado pelo povo.

"Não adianta o senador Cristovam dizer que a idéia é uma boa resposta à crise moral que atinge a política; ela só açula os que não respeitam as liberdades democráticas, que têm nos parlamentos seus grandes guardiões", ressaltou Roberto Freire.

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