sexta-feira, 24 de abril de 2009

PT recorre contra as inserções do PPS na TV

Daniel Pereira
DEU NO CORREIO BRAZILIENSE

O PT recorrerá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra as inserções do PPS, no rádio e na televisão, nas quais o partido diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mexerá na caderneta de poupança “como fez o governo Collor”. Segundo petistas, as peças sugerem à população que haverá confisco dos depósitos tal qual ocorrido em 1990. “Ao manipular informações com o objetivo de alarmar as pessoas, o PPS age como uma sublegenda dos neoliberais tucanos e a serviço do governador de São Paulo, José Serra (PSDB)”, disse o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), referindo-se a um dos pré-candidatos da oposição ao Palácio do Planalto.

“O PPS utiliza de forma indevida o horário partidário para espalhar o pânico”, acrescenta Berzoini. De acordo com o governo, haverá mudança na rentabilidade da caderneta de poupança. Isso será feito a fim de impedir que ela renda mais do que a taxa básica de juros (Selic), que corrige parcela dos títulos da dívida brasileira. Em manifestações públicas, o próprio presidente assumiu o compromisso de blindar os pequenos poupadores das alterações que serão feitas. Lula não explicou como. O deputado Fernando Ferro (PT-PE) lembra que a possibilidade de confisco é proibida pelo artigo 62 da Constituição. “Por má-fé, o PPS, no afã de se mostrar simpático a Serra, está propagando uma calúnia”, declarou Ferro.

Reação

Em nota, o Diretório Nacional do PPS tachou de “atitude totalitária” a tentativa do Partido dos Trabalhadores de “censurar” a inserção partidária. A legenda alega que o tal alarmismo, se existe, decorre do fato de o governo não ter esclarecido quais modificações fará na caderneta de poupança. “Em nenhum momento, o PPS afirmou que Lula vai confiscar o dinheiro da população. Disse, sim, que vai mexer na poupança, como o Collor também mexeu. Aliás, o ex-presidente é aliado do governo do PT, que ainda tem em seu rol de satélites todos os partidos do ‘mensalão’”.

Na nota, o PPS também se declara contrário à iniciativa e afirma que a mudança na remuneração da caderneta prejudicará os pequenos poupadores em benefício de grandes especuladores. “A conta da crise pode ser paga, por exemplo, pelos bancos, os eternos privilegiados pela equipe econômica do governo.”

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