segunda-feira, 25 de maio de 2009

A agonia de Simon no PMDB

Flávia Foreque
DEU NO CORREIO BRAZILIENSE


Ao contrário de líderes do partido, senador defende o lançamento de uma candidatura própria à Presidência. Ciente de que a tese ainda tem pouca adesão, aposta que a sigla apoiará quem pagar mais pela aliança

Peemedebista histórico, o senador Pedro Simon (RS) se acostumou a remar contra a maioria de seus colegas de partido nos últimos anos. Nos debates sobre a eleição presidencial de 2010, não é diferente. Enquanto líderes da legenda na Câmara e no Senado negociam uma aliança nacional com o PT e, ao mesmo tempo, flertam com o PSDB, o experiente parlamentar gaúcho defende o lançamento de uma candidatura própria dos peemedebistas. Diz que há um movimento silencioso na sigla nesse sentido. E aponta os nomes mais talhados no partido para entrar no páreo: o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e os governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e do Paraná, Roberto Requião.

Embora reconheça que a tese dominante no PMDB seja o apoio à candidata ungida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, Simon afirma que o cenário ainda está bastante indefinido. Em tom de provocação, lembra que nada impede o PMDB de, no próximo ano, fechar acordo com um tucano, seja ele o governador de São Paulo, José Serra, ou o de Minas Gerais, Aécio Neves. Tudo dependerá de quem terá mais chances de vitória na eleição. E de quem “dá mais”, acrescenta Simon, um crítico das práticas fisiológicas que caracterizam a sua legenda.

A ofensiva do senador por uma candidatura própria do PMDB também é uma crítica aos correligionários mais próximos do Planalto. “O problema é que tem muito peemedebista que é PMDB da boca para fora, mas no fundo é PT. Tem muitos que, no que tange à Presidência do Senado e da República, acham que temos a obrigação de apoiar o PT”, critica. No sábado, um dia antes de conversar com o Correio, Simon apoiou o lançamento de uma candidatura própria peemedebista ao governo gaúcho. Assim, reforçou o coro dos correligionários que pretendem disputar o comando do Rio Grande do Sul com o PT.

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