quinta-feira, 11 de junho de 2009

Com medo do ministro Barbosa

Brasília-DF :: Luiz Carlos Azedo
DEU NO CORREIO BRAZILIENSE


Líderes governistas e de oposição firmaram um estranho pacto para aprovar a toque de caixa a nova legislação eleitoral, cujo projeto está sendo elaborado pelo deputado Flávio Dino (PCdoB-MA). Participaram do entendimento os deputados Cândido Vaccarezza(PT-SP), Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), José Aníbal (PSDB-SP), ACM Neto (DEM-BA) e Fernando Coruja (PPS-SC), que não se entendiam em relação à reforma política. A razão da surpreendente coalizão tem um nome: Joaquim Barbosa (foto), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), próximo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que comandará o processo eleitoral de 2010.

Temem que Barbosa resolva regulamentar temas como o uso da internet, a captação de recursos de campanha e as atividades pré-eleitorais dos possíveis candidatos à revelia do Congresso, na linha de recentes decisões dos ministros do TSE na seara política-eleitoral. Por trás da articulação estão o Palácio do Planalto e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ambos preocupados com as regras do jogo para a campanha eleitoral de 2010, face os recentes processos de cassação de governadores por causa da campanha de 2006.

A convergência entre governo e oposição, porém, tem pontos de fricção. Há acordo, por exemplo, quanto à regulamentação do uso da internet, mas Flávio Dino foi com tanta sede ao pote na regulamentação da captação de recursos na pré-campanha eleitoral que a oposição já se assustou.

Alta

A equipe médica que cuida da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, comemora o sucesso do tratamento ao qual a petista está sendo submetida. A candidata do PT à sucessão do presidente Lula sentiu o tranco das sessões de quimioterapia, mas os medicamentos estão surtindo efeito além das expectativas. Tanto que Dilma fará no fim deste mês o último procedimento do gênero, reduzindo de seis para quatro as etapas do tratamento.

Afogados

Arrasado pelas chuvas desde o fim de março, o Piauí somente agora disporá dos recursos emergenciais para socorrer os desabrigados e reparar os danos causados pelas inundações. O Ministério da Integração Nacional, ontem, autorizou a transferência de R$ 124 milhões ao governo estadual para reconstrução de moradias e de rodovias destruídas pelas cheias. Os recursos devem ser repassados em até 180 dias. No Planalto, ainda não caiu a ficha de que as mudanças climáticas exigem um plano de contingência só para as enchentes.

Checagem

DEM, PSDB e PPS têm encontro marcado na próxima terça-feira para definir o cronograma das próximas caravanas de fiscalização das obras do PAC. Depois de percorrer estados de média ou pouca expressão eleitoral — Pernambuco, Paraíba, Piauí e Santa Catarina —, a oposição quer jogar os holofotes sobre gargalos do programa onde há grande concentração de votos. Isto é, no PAC das favelas e periferias de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Manaus.

No cafezinho...

Estaleiro

Primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (foto), do DEM-PI, será operado amanhã, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Depois de muito relutar, aceitou as pressões da família e fará uma cirurgia bariátrica para redução do estômago. A silhueta do presidente da CPI das Ongs fazia alegria dos fotógrafos que cobrem o Senado.

Liberou

A direção nacional do PDT abandonou a regra que impõe aos diretórios estaduais repetir a coligação adotada na disputa federal, responsabilizada por derrotas cruciais em 2006. Capitão da pressão contra a “verticalização”, o senador Osmar Dias (PR) é o principal beneficiado. Apesar de governista, negocia o apoio do DEM para concorrer ao governo do Paraná.

Calote

Além de dois meses de salários atrasados de 1,4 mil funcionários terceirizados na Câmara dos Deputados, a Capital Serviços Gerais, desde segunda-feira, deve o pagamento do tíquete-alimentação dos empregados. A direção da Câmara arcou com os salários atrasados; agora, terá que garantir a boia dos terceirizados.

Servidão

O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), incluiu ontem a PEC do Trabalho Escravo na pauta de votações da próxima semana. A bancada ruralista é radicalmente contra a aprovação do texto que arrocha a fiscalização e aumenta a punição aos exploradores de mão de obra.

Mosca

Em roda de parlamentares na segunda-feira, na casa do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou seu apoio à candidatura do ex-ministro Agnelo Queiroz (PT) ao Governo do Distrito Federal. E defendeu uma candidatura ao Senado do PSB com a mão no ombro do deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que captou a mensagem, mas desconversa.

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