quarta-feira, 17 de junho de 2009

Serra libera R$ 21 milhões para socorrer prefeitos

Silvia Amorim
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Um evento realizado ontem pelo governo de São Paulo para anunciar a liberação de R$ 21,5 milhões a 92 municípios virou palco para elogios à conduta do governador José Serra (PSDB) no enfrentamento da crise econômica e queixas indiretas à atuação do governo federal.

"Quero dar aqui meu testemunho. Nós que acabamos de ver nosso fundo de participação cair, se não é o nosso governador José Serra abrir o braço para nós prefeitos, com certeza, estaríamos fritos", discursou o prefeito de São Simão, Marcelo Aparecido dos Santos (PSDB), referindo-se à queda no início deste ano dos repasses federais às prefeituras pelo Fundo de Participação dos Municípios (FPM), um dos reflexos da crise. "Nosso governador tem sido exemplo de como governar o Estado e de como olhar para o futuro", prosseguiu Santos, para cerca de 90 prefeitos.

Na sequência, foi a secretária estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, Rita Passos, quem ressaltou as ações de Serra. "Com essa crise que vem sendo vivida por todo o mundo, se não é o governo ajudar os municípios torna-se difícil governar. Graças a Deus temos um governador sério e atuante que é parceiro dos municípios, que dá as mãos aos prefeitos", disse.

Apesar dos discursos elogiosos, nenhum dos convidados mencionou uma eventual candidatura de Serra à Presidência em 2010, como já ocorreu em outras ocasiões. O presidente da Assembleia Legislativa, Barros Munhoz (PSDB), limitou-se a dizer que Serra "é o verdadeiro estadista".

PARTIDOS

Para o governador, esses R$ 21,5 milhões em convênios vêm ajudar os municípios a fazer investimentos em tempos difíceis. Ao todo, foram 92 cidades beneficiadas. "Temos levado a sério essa parceria com a Assembleia Legislativa e os municípios do Estado sem conotação político-partidária", disse.

Na lista de convênios assinados ontem, entretanto, apenas 5 (ou 5,4%) prefeituras são administradas pelo PT, contra 39 (42,4%) do PSDB. Os números não refletem a divisão de forças hoje no Estado, onde os petistas governam quase 10% dos municípios e os tucanos, 32%.

O secretário do Planejamento, Francisco Luna, pediu aos prefeitos que agilizassem a documentação exigida para assinatura dos convênios. Segundo ele, o governo tem dinheiro para repassar às cidades, mas não consegue fazê-lo por esse motivo. "Não temos nenhum tipo de preferência partidária. Recebendo a documentação, processamos o convênio." Desde 2007, foram R$ 862 milhões para convênios.

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