sexta-feira, 3 de julho de 2009

Lula é guardião da corrupção no Senado, afirma Freire

Valéria de Oliveira
DEU NO PORTAL DO PPS

Hoje, a responsabilidade pela crise no Senado é do presidente Lula, "um guardião da corrupção" naquela Casa, disse o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, referindo-se à atitude do chefe do Executivo de defender a permanência de José Sarney na presidência.

O afastamento de Sarney já foi pedido por todos grandes partidos, à exceção do PT e do PMDB, sigla à qual é filiado. "A fixação em eleger sua candidata (a ministra Dilma Roussef) faz Lula perder a perspectiva do que é ser Presidente da República", afirma Freire. Mais uma vez, Lula dá salvo-conduto para a corrupção, frisa.

Inversão de valores

Freire condenou as declarações de Lula sobre a oposição no episódio. "O Senado expele toda uma podridão e aqueles que querem apurar estão interessados em tomar a presidência? Isso é inversão de valores que não tem tamanho". Para o ex-senador, é preciso deixar claro que o presidente da República não pode ser responsável pelo acobertamento da corrupção no Senado, como faz o presidente Lula, "não importa em nome de quê".

O PT está sendo desfibrado por Lula, analisou. O presidente, declarou Freire, está "tirando as últimas seivas de seriedade e dignidade da bancada do PT no Senado".

A legenda, avalia o ex-senador, tornou-se uma "massa de manobra de Lula". Tudo por causa das eleições de 2010. "E o presidente do Senado joga com isso (o apoio do PMDB) com toda maestria; hoje, a manchete é a de que ele acena com a possibilidade de o partido sair da base do governo".

Para Roberto Freire, o presidente não é refém dessa situação, conforme afirmam alguns analistas. "Foi Lula quem provocou todo esse processo de desmoralização da atividade política no país, no momento em que fez essas alianças". Um dos exemplos das escolhas de aliados feitas pelo presidente da República, lembrou, são os presidentes Sarney e Collor.

Niilismo cínico

Acreditar que só é possível governar do jeito que Lula vem fazendo, diz Freire, é usar "o niilismo cínico". "No Brasil, está se implantando a tese de que não pode ser diferente; só se for para garantir a continuidade da desmoralização, da corrupção, porque é isso que Lula, na Presidência, está fazendo, e alguns aceitam e dizem que é assim mesmo; mas não é não".

Freire defende a apuração dos escândalos do Senado, para apontar não "o guarda da esquina, mas o general, o chefe". Para ele, Sarney não é o único senador responsável pelas irregularidades e ilegalidades praticadas, nos últimos anos, na Casa, "mas é o emblema de tudo o que está se passando; o que melhor representa o patrimonialismo brasileiro, a utilização daquilo que é público para defender interesses privados".

Enquanto Sarney estiver "na frente", cercando, a investigação não anda, ressalta.

A sociedade brasileira, diz Freire, está percebendo que a postura do presidente Lula não é mais só a de passar a mão na cabeça de aloprados, mas também de impedir que a corrupção seja apurada, brindando os responsáveis por ela. "O PT está vendo isso", acrescenta, ao analisar a resistência de parte da bancada em apoiar o presidente do Senado. Os senadores do partido chegaram a pedir o afastamento de Sarney por 30 dias, mas voltaram atrás por pressão de Lula.

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