quarta-feira, 15 de julho de 2009

Lula: Elogios para Collor

DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)

Lula, Dilma e Collor afinados

PALMEIRAS DOS ÍNDIOS (AL) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua candidata à Presidência, a ministra Dilma Rousseff, dividiram ontem o palanque com o senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) no lançamento da primeira obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Alagoas, uma adutora em Palmeira dos Índios. Lula tratou Collor e o senador Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado e que não estava presente, como aliados: “Quero aqui fazer justiça ao comportamento do senador Collor e do senador Renan, que têm dado uma sustentação aos trabalhos do governo no Senado”, discursou Lula.

A afinidade entre Collor e Lula não se limitou aos discursos. Após a cerimônia, escondidos atrás de outros participantes, o senador e o presidente se abraçaram e trocaram sorrisos. O petebista, entretanto, não teve direito a fala durante a cerimônia. Mas ganhou uma cadeira ao lado de autoridades. Ao ser anunciado, o senador Alagoano foi aplaudido e, em resposta, acenou e simulou abraços.

Apesar do clima de campanha, o presidente Lula disse que não falaria de eleições, mas afirmou que vai eleger seu sucessor. “Está chegando o ano eleitoral, não posso falar de eleição. Eu vou ajudar a eleger minha sucessora. Ou sucessor neste País.”

Pré-candidato ao governo de Alagoas, Collor tinha sua foto estampada na primeira página de um jornal distribuído no evento, em que ele era citado como candidato apoiado por Lula. O governador Teotônio Vilela (PSDB) foi vaiado três vezes, o que quase aconteceu com Dilma, mas por motivo diferente: o palanque era em Palmeira dos Índios, cidade conhecida do Estado, mas a ministra trocou o nome mais de uma vez e citou Palmeira das Missões, que fica no Rio Grande do Sul.

Nos discursos, Lula voltou a criticar seus antecessores: “Na verdade, ao invés de se governar, fazia-se a política da camaradagem, dos amigos”, disse, ao reclamar do tratamento que, segundo ele, era dado pelo Planalto a adversários políticos: “Até outro dia, presidente da República que pertencia a um partido político não visitava governador de outro partido. Presidente não faria obra para os que pertencessem a outro partido”.

Dilma também discursou, exaltando o PAC, sua principal bandeira para as eleições do ano que vem: “No Brasil se diz que o PAC estava no papel. Não é verdade. São obras que ocorrem com um grande esforço do presidente Lula. O Brasil voltou a superar obstáculos”, disse ela.

Em Maceió, Lula inaugurou obras de revitalização da orla. Em clima de campanha, a estrela foi Dilma, aplaudida sempre que seu nome era citado. Lula, ao final, chamou a atenção para que se evitasse o tom eleitoral. “É importante que a gente entenda um ato público como um evento institucional, em que não tem partido, não tem candidato. Daqui a pouco tem um juiz abrindo processo dizendo que tem campanha política para A ou B”, disse Lula.

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